quarta-feira, novembro 13, 2019

Artista no fundo oceânico

Em 1995 uma estrutura geométrica com padrão circular, apresentando cumes e vales radialmente alinhados, e com cerca de dois metros de diâmetro, foi encontrada no fundo do mar - no Japão, próximo ao sul da Ilha Amami Oshima. Qual seria a origem dessa estrutura? Eram formações que apareciam e em pouco tempo desapareciam, sem que houvesse a chance de descobrirem o responsável pela construção e compreender sua função. Por algum tempo ela foi chamada pelos mergulhadores de "círculo misterioso”. Teria sido produzida por organismos vivos ou seriam consequência de fenômenos naturais?

Estrutura geométrica encontrada no fundo do mar, no Japão [1]


Em 2011 o construtor dessa arte foi encontrado - o macho de uma espécie de baiacu do gênero Torquigener sp. com cerca de 12 cm de diâmetro.


Macho Torquigener sp. cavando um vale. Fotografia tirada por K. Ito [2]


Um estudo chamado "Role of Huge Geometric Circular Structures in the Reproduction of a Marine Pufferfish" foi publicado no periódico da Scientific Reports no ano de 2013, por Kawase, Okata e Ito, buscando compreender tanto a função dessa formação quanto a maneira como ela é construída.

Foram realizadas observações regulares (uma a três vezes na semana), de abril a setembro de 2011 e 2012; e posicionadas no fundo do mar câmeras fotográficas e de vídeo para a análise dos padrões de comportamento em frente as estruturas circulares.

Descobriu-se que essas formações são ninhos cercados por picos e vales radialmente alinhados. Observaram-se dez processos reprodutivos, desde a preparação para a desova até os cuidados com os ovos (tudo sendo realizado pelos machos).

Mas como o macho constrói essa estrutura geométrica?

Inicialmente ele cria uma forma circular básica e cava vales no fundo arenoso; depois, nada em vários ângulos (direção radial), de fora para dentro do círculo - formando picos e vales, usando suas barbatanas (nadadeiras) peitorais, anais e caudais.

Após isso, move-se para dentro produzindo concavidades e convexidades nos vales, sem usar as nadadeiras.

Ao centro dessa estrutura formada por picos e vales radialmente alinhados, há areia plana. No estágio intermediário de construção o macho adquire um comportamento de refinamento dela, a partir de movimentos repetitivos, possibilitando sua definição. Depois, ele nada em direção circular, agitando a areia da zona central (ninho), achatando a superfície e aumentando sua largura. Passa pela zona interna, movendo-se para fora e agitando partículas finas que fluem para a área central.

Na fase final, a estrutura circular é concluída com o uso da nadadeira anal.

Forma-se um padrão irregular na parte central - ninho, nela a areia escolhida é composta por partículas finas. Depois, o macho decora os picos e os vales ao redor com conchas e corais fragmentados.

É nessa fase que a fêmea visita o ninho; ela aparece algumas vezes, até que decide por liberar ou não os ovos na área central.


Estrutura geométrica produzida pela espécie de baiacu do gênero Torquigener sp.: a) estágio inicial; (b) estágio intermediário; (c) etapa final; e (d) após a desova. Fotografia de Y. Okata em 23, 27, 29 de junho e 6 de julho de 2012, respectivamente.

Ao observar tais condições, percebeu-se que as fêmeas avaliam a estrutura do ninho ao visitá-lo, mas os fatores específicos (altura dos picos, quantidade e qualidade das partículas, etc.), que irão afetar sua decisão no momento de colocar os ovos ou abandonar o espaço, ainda são desconhecidos.

Depois que os ovos são depositados, o macho fertiliza-os e permanece por seis dias cuidando deles. Nessa ocasião, a preocupação dele volta-se apenas para os ovos, não mais para a manutenção do ninho e de toda a estrutura ao redor.

Com o passar dos dias, tudo o que ele construiu (com muito gasto de energia e dedicação) vai desmoronando, suavizando e ficando mais plano com a ação das correntes de água. A área do ninho, que é construída com o uso seletivo de areia fina, começa a ser naturalmente substituída por areia grossa.

Percebe-se, assim, que a estrutura tem o objetivo de atrair a fêmea para depositar os ovos e originar novas gerações da espécie. Ela é completada e mantida intacta até a visita e fertilização dos ovos por ela, depois, a manutenção é deixada de lado. Após a eclosão dos ovos os machos vão embora, e, algum tempo depois, começam a construção de um novo ninho, em uma nova localidade.

Essa postura - atrair a fêmea com intuito reprodutivo, por meio da construção dos ninhos - é classificada como seleção sexual. Esse conceito foi introduzido por Darwin no livro A Origem das Espécies (1859), podendo ser definido como um tipo de seleção natural, atuando diretamente na variação entre os organismos do mesmo sexo, pela sua habilidade de conquistar parceiros, objetivando a transferência dos genes para gerações seguintes, ou seja, fins reprodutivos, e não por questões diretas de sobrevivência.

A seleção sexual pode ser classificada de duas formas: intrassexual - quando os machos monopolizam o acesso às fêmeas, conquistam esse direito pela competição direta com outro macho, tornando-se dominantes sobre um grupo, acasalando com o maior número possível delas. Esse tipo de seleção acaba selecionando os machos com características importantes para o embate (exemplo: chifres).

Na segunda classificação – interssexual -, a estratégia do macho é tornar-se mais atraente para a fêmea; isso pode ocorrer através do desenvolvimento de colorações distintas em penas/pelos, por exemplo. Nesse caso, a fêmea escolhe se quer ou não copular com ele. Essa seria a melhor classificação para a espécie de baiacu aqui descrita – o macho constrói ninhos elaborados para atrair a fêmea, ela visita o local e decide (por critérios ainda não conhecidos) se escolherá ou não esse macho, depositando assim os ovos.

O custo para a construção de toda a estrutura geométrica é muito alto, o macho dispende de sete a nove dias para concluir o processo. Nesse caso, parece obvio que ele deveria aproveitá-la para construir uma nova na mesma localidade, gastando menos tempo e energia.

Se o foco de toda essa construção é o ninho, por que o baiacu gasta tanto tempo e energia para produzir a estrutura radial composta por picos e vales? Na natureza, se algo ainda parece sem função é porque ainda há descobertas para serem realizadas, sempre há uma razão de ser para elas. Essa estrutura que rodeia a área central é importante para a coleta e depósito das partículas finas de areia no ninho, os picos impedem a dispersão das partículas finas agitadas. Um único ciclo de construção consome grande proporção de partículas de areia fina disponível para o ninho; assim, os vales podem não conter a quantidade de areia fina necessária para a reestruturação de vários ciclos reprodutivos. Com isso, os machos constroem novos ninhos, onde haja a disponibilidade suficiente de partículas de areia fina.

Pensando um pouco no processo de construção do ninho, essa estrutura geométrica foi erguida com elevado gasto de energia, tendo como objetivo atrair a fêmea para a reprodução. Mas de que modo esse comportamento teria sido selecionado pela seleção sexual? Embora a fêmea possua critérios para a escolha do ninho (ainda desconhecidos), quando ela toma a decisão de depositar ou não seus ovos nele, ela possibilita que o macho escolhido transmita seus genes para as gerações futuras; assim, essa característica vai sendo selecionada e levada adiante, ou seja, características específicas vão sendo fixadas no gene dos filhos/netos/bisnetos.

Mas e a origem desse comportamento? Ele não é constituído por uma única ação, mas um conjunto delas, resultando nessa estrutura geométrica incrível! O baiacu só é capaz de realizar tal ação porque ela está registrada em sua carga genética. Como seria antes de esse comportamento ter se constituído? Qual era o comportamento utilizado pelos machos para a reprodução? Será que os longos milhões de anos sugeridos pelo processo evolutivo seriam capazes de desenvolver tal comportamento? Seria possível constituí-lo em etapas? Tudo parece ficar confuso e estranho quando tentamos compreender esse processo pelas lentes do evolucionismo.

Moema Patriota

Referências:
Peixes baiacu fazem arte com areia no Japão: https://hypescience.com/peixes-baiacu-no-japao-fazem-arte-com-areia/ [1]
Role of Huge Geometric Circular Structures in the Reproduction of a Marine Pufferfish: https://www.nature.com/articles/srep02106 [2]
Tese de Doutorado: "Seleção Sexual e modelagem visual em Ameivula ocellifera." LISBOA, Caroline M.C.A.
Cristas, Chifres e Seleção Sexual: http://cienciahoje.org.br/coluna/cristas-chifres-e-selecao-sexual/
A seleção sexual: https://pt.slideshare.net/mobile/popecologia/seleo-sexual

terça-feira, novembro 12, 2019

Convenção terraplanista é realizada em auditório maçom e causa polêmica

[A notícia a seguir foi divulgada pelo site Gaúcha ZH; meus comentários seguem entre colchetes. – MB]

Na frente do Teatro Liberdade [que pertence à maior Loja Maçônica de São Paulo; confira aqui], um homem gravava, por volta das 8h20 da manhã de domingo (10), vídeos com pessoas em uma aglomeração. Ao fim de cada entrevista, ele puxava o bordão “a Terra é”, ao que os mais próximos respondiam “plana!”. Todos ali esperavam o início da primeira Convenção Nacional da Terra Plana, a FlatCon. Com um público de cerca de 400 pagantes, segundo os organizadores, o evento reuniu pessoas de diferentes profissões e regiões do país, todos com a crença em comum de que a Terra não é redonda. Outro denominador comum é o YouTube como fonte de informações.

[Desta vez, os participantes não sabiam onde seria realizado o evento, e essa informação só foi fornecida horas antes, já que a locação anterior – um auditório de colégio católico – foi cancelada pela instituição, ao saber do teor do encontro.]

[Continue lendo.]

quinta-feira, novembro 07, 2019

Videoaulas sobre o engano das falácias

Falácia significa erro, engano ou falsidade. Normalmente, falácia é uma ideia errada que é transmitida como verdadeira, enganando as pessoas. No âmbito da lógica, falácia consiste no ato de chegar a uma determinada conclusão errada a partir de proposições falsas. A filosofia de Aristóteles abordou a chamada “falácia formal” como um sofisma, ou seja, um raciocínio errado que tenta passar como verdadeiro, normalmente com o intuito de ludibriar outras pessoas. De acordo com a lógica filosófica aristotélica, a “falácia informal” difere-se da formal, principalmente pelo fato de a primeira usar de raciocínios válidos, a princípio, para chegar a resultados que sejam inconsistentes e com premissas falsas. Ao contrário das falácias formais, que são mais fáceis de identificar, as falácias informais, por apresentar uma forma lógica válida, podem ser de difícil identificação.
Falácia também pode ser sinônimo de ardil ou logro; uma atitude que tem como objetivo obter vantagem sobre outra pessoa, enganando-a. Muitas vezes está relacionada com falta de honestidade.
Com origem no termo latim fallacia, essa palavra indica a característica ou propriedade de algo que é falaz, ou seja, engana ou ilude.

terça-feira, novembro 05, 2019

Uma pregação desesperada em favor da evolução

Evolução é um fato? É um dos melhores exemplos de boa ciência que temos à nossa disposição? Quando li a reportagem abaixo, tive uma forte reação que mesclou revolta e indignação. Passado algum tempo de digestão, resolvi escrever um comentário crítico sobre algumas das distorções que a mídia pseudocientífica se esforça para apregoar como ciência, mas que é, na verdade, uma cruzada darwinista que tenta impôr com veemência a teoria do naturalista inglês Darwin como um fato científico indiscutível. Vamos a ela [meus comentários estão destacados entre colchetes]:

Como nós sabemos que a evolução está de fato acontecendo?

Fonte: BBCpor Chris Baraunik

A evolução é uma das grandes teorias em toda a ciência [penso ser difícil dizer isso sem alto grau de subjetividade, assim como acho difícil comparar a TE com a gravitação universal ou o modelo atômico de Bohr]. Ela explica a vida: especificamente, como a primeira forma de vida gerou toda a gigantesca diversidade que nós vemos hoje, das bactérias até aos carvalhos e às baleias azuis [na realidade uma das grandes fragilidades da teoria da evolução é a ausência completa de explicação para o surgimento da primeira célula viva, haja vista a complexidade irredutível da mais simples forma de vida concebível e das condições contraditórias e mutuamente excludentes do ambiente para que isso ocorresse de forma espontânea].

Para os cientistas, a evolução é um fato [quais cientistas? todos eles? quais as evidências? essa é uma afirmação baseada em estatística ou apenas uma bravata?]. Nós sabemos que a vida evoluiu com a mesma certeza de que sabemos que a Terra é aproximadamente esférica, que a gravidade nos mantém sobre ela, e que as vespas no piquenique são chatas [simplesmente ignoram as inúmeras evidências em contrário - vide os materiais disponíveis neste site. Um engodo de retórica também].

Não que você não saiba que a mídia, em alguns países, rebaixa-a a “apenas uma teoria”, ou a despacha como uma mentira [sugestivamente os países teocráticos e atrasados, quem sabe].

Por que os biólogos estão tão certos sobre isto [e os bioquímicos, químicos, físicos etc.? agora "todos os cientistas" reduziram-se apenas aos biólogos...]? Qual é a evidência? A resposta mais simples é a que existem tantas coisas que é difícil saber por onde começar [mais outra bravata sem muito fundamento, como veremos adiante]. Mas aqui está um resumo muito apressado da evidência de que a vida, de fato, evoluiu [sic - na verdade, o texto abaixo mostrará a fragilidade das "certezas" até agora declaradas].

Pode ajudar se primeiro se disser o que a teoria da evolução de Darwin diz de fato. A maior parte de nós tem a ideia geral: organismos mudam ao longo do tempo, apenas os aptos sobrevivem, e de alguma forma os macacos se tornaram em seres humanos.

A teoria da evolução de Darwin diz que cada novo organismo é sutilmente diferente dos seus pais, e estas diferenças podem, às vezes, ajudar a procriação ou a impedir. Como os organismos competem por comida e parceiros, os que possuem características avantajadas produzem mais prole, como aqueles com características desvantajosas podem não produzir nenhuma. Então, dentro de uma dada população, características vantajosas se tornam comuns e as desvantajosas desaparecem [estas características observadas por Darwin na reprodução dos tentilhões e dos cães, por exemplo, explicam variações dentro da espécie e, em nenhum momento, a teoria da evolução explica como informação complexa e útil poderia surgir por mutações nos seres vivos].

Dado tempo suficiente, estas mudanças se acumulam e levam ao aparecimento de novas espécies e novos tipos de organismo, uma pequena mudança de cada vez [novamente: como? como um ser simples poderia dar origem a um mais complexo, que possui mais informação genética e cujas mutações intermediárias não seriam úteis para produzir um órgão irredutivelmente complexo, por exemplo? Parece que todas essas dificuldades foram jogadas no chapéu mágico do "dado tempo suficiente"]. 

Passo a passo, vermes se tornaram peixes, peixes vieram para a terra e desenvolveram quatro patas, estes animais quadrúpedes produziram pelos e – eventualmente – alguns deles começaram a andar em duas patas, chamaram-se a si mesmos “humanos” e descobriram a evolução [o registro fóssil é surpreendentemente silente nessas transições imaginárias aqui descritas. Existem, sim, seres intrigantes como o ornitorrinco e os peixes blênios, mas esses animais continuam apresentando questões impeditivas para a sua origem evolutiva e que podem ser encaixadas com facilidade no modelo criacionista].

Isto pode ser difícil de se acreditar [é mesmo! aqui eu estou de completo acordo]. Uma coisa é constatar que você não é idêntico aos seus pais: talvez seu cabelo tenha uma cor diferente, ou você seja mais alto, ou tenha uma natureza mais alegre [e continuo sendo um humano, como eles]. Mas é muito mais difícil de se aceitar que você é descendente, por incontáveis gerações, de um verme.

Muitas pessoas certamente não aceitam isso. Mas esqueça todo o drama por um momento. Ao invés disso, comece onde Charles Darwin começou: na sua porta.

O livro de Darwin, Sobre a Origem das Espécies, publicado em 1859, começa por convidar o leitor a olhar o que lhe é familiar. Não às inexploradas ilhas tropicais ou florestas distantes, mas à fazenda e ao jardim. Lá, você pode facilmente ver que os organismos passam suas características para sua prole, mudando a natureza daquele organismo ao longo do tempo [a mudança de natureza da prole nunca foi observada por Darwin. Cães continuaram sendo cães, plantas continuaram sendo plantas, e aves continuaram sendo aves. Não houve nem mesmo aumento de complexidade dentro da própria espécie. "Mudar a natureza do organismo" é uma licença poética muito descabida aqui].

Darwin destacou o processo de cultivo [de plantas] e criação [de animais]. Por gerações, fazendeiros e jardineiros têm, propositalmente, criado animais para serem maiores ou mais fortes, e plantas para produzirem melhores colheitas [vide comentário anterior].

Criadores [de animais e vegetais - breeders] trabalham exatamente como Darwin imaginou que a evolução trabalha [não, não trabalham. Eles escolhem deliberadamente as características desejadas e imaginadas para o propósito final: melhorar sua economia. Isso não ocorre de maneira cega e desajudada, como na teoria da evolução]. Suponha que você deseja criar galinhas que põem mais ovos. Primeiro, você deve encontrar aquelas que põem mais ovos do que as outras. Então você precisa chocar os ovos delas e assegurar-se de que as galinhas resultantes se reproduzam. Essas galinhas devem também pôr mais ovos [se isso não tiver um benefício imediato, para a TE, as galinhas mais poedeiras são descartadas - justamente o contrário do que ocorre com a atuação dos criadores de raças de animais, porque exaurem mais rapidamente os recursos através da postura. E essa característica da seleção natural é impeditiva na evolução de órgãos complexos].

Se repetir o processo com cada geração, eventualmente você terá galinhas que põem muito mais ovos do que as selvagens põem [mas não terá galinhas amamentando seus pintainhos nem latindo para cuidar da sua casa]. Uma galinha da selva – o parente selvagem mais próximo da galinha doméstica – pode pôr 30 ovos por ano, quando as galinhas da fazenda podem produzir dez vezes esta quantidade. Estas mudanças de geração a geração são chamadas “descendência com modificação”.

Uma galinha jovem pode ser em muitos sentidos similar aos seus progenitores: será reconhecível como uma galinha, e definitivamente não um tamanduá, e provavelmente será mais parecida com os seus pais do que será com outras galinhas [!!!]. Mas não será idêntica [talvez porque o Criador não desejasse um planeta de clones, que seria bastante entendiante].

“É isto que a evolução é”, diz Steve Jones, da University College London, no Reino Unido. “É uma série de erros que se acumulam” [principalmente nas universidades e museus].

Você pode pensar que a reprodução pode apenas fazer umas poucas modificações, mas parece não haver fim para estas ["parece não haver fim para estas" - opa! estamos mais modestos aqui! este tom está infinitamente mais brando do que as bravatas iniciais da reportagem!]. “Não há nenhum caso registrado de um ser mutável cessando de variar sob cultivo”, escreveu Darwin. “Nossas plantas mais antigas cultiváveis, como o trigo, ainda produzem novas variáveis: nossos animais domésticos mais antigos ainda são capazes de rápido desenvolvimento ou modificação” [até aqui nenhuma evidência de variação inter-espécies ou de acréscimo de informação. A variação dentro de uma mesma espécie sendo usada como explicação para a macroevolução parece ser um clássico exemplo do problema da indução].

A criação [breeding], argumentou Darwin, é essencialmente a evolução sob a supervisão humana. Ela nos mostra que as minúsculas mudanças de geração a geração podem se somar. “É inevitável”, diz Jones. “Está fadado a acontecer” [Ler comentários acima. Problema da indução. Eu tomo um exemplo muito modesto e faço uma generalização absurda, com evidências fracas e ambíguas, não explico os problemas inerentes e lanço-os no chapéu mágico do tempo].

Ainda, é um passo sair da criação cuidadosa de galinhas que põem mais ovos para a evolução natural de novas espécies. De acordo com a teoria evolucionária, aquelas galinhas são ultimamente descendentes dos dinossauros, e se você for ainda mais para trás, dos peixes [só me explique como, por favor].

A resposta é simplesmente que a evolução toma muito tempo para fazer grandes mudanças [olha o chapéu mágico aí, gente!]. Para se ter uma evidência disto, você deve olhar para os registros mais antigos. Você deve olhar para os fósseis.

Fósseis são as reminiscências de organismos que morreram há muito, preservados em rocha. Porque as rochas são depositadas em camadas, uma sobre a outra, o registro fóssil é, geralmente, estabelecido em ordem de data: os fósseis mais antigos estão no fundo [a diferença das taxas de flutuabilidade dos cadáveres também é uma explicação para a ordenação do registro fóssil].

Percorrendo o registro fóssil, fica claro que a vida mudou ao longo do tempo [na realidade, a vida era diferente muito tempo atrás. Não há transição clara e inconfundível entre um tipo de organismo e outro, sem que haja ao menos grandes doses de especulação e subjetividade].

Os fósseis mais velhos de todos são reminiscências de organismos simples como bactérias, com coisas mais complicadas como animais e plantas apenas aparecendo muito mais tarde [vide a taxa de flutuabilidade dos corpos]. Entre esses fósseis animais, os peixes aparecem muito antes que os anfíbios, pássaros e mamíferos. Nossos parentes mais próximos, os macacos, são encontrados apenas nas rochas mais rasas e recentes [os corpos de mamíferos flutuam por mais tempo na água, e há também uma teoria sobre zoneamento ecológico que pode explicar esses fósseis].

“Eu sempre penso que o caso mais convincente de evolução está no registro fóssil”, diz Jones. “É notável que uma página em cada seis no livro A Origem das Espécies lida com o registro fóssil. [Darwin] soube que este era um caso irrefutável de que a evolução aconteceu” [o registro fóssil, conforme apregoado pela TE, está completo em apenas dois lugares: os museus e os livros de história. Nenhum sítio fóssil, por mais completo e impressionante que seja, como, por exemplo, o folhelho Burgess, apresenta a cadeia evolutiva como preconizada na teoria. Darwin, na realidade, disse que uma contraprova de sua teoria seria a existência de registros fósseis sem explicação para seu surgimento - do que tivemos plena evidência a posteriori, como na Explosão Cambriana, por exemplo].

Ao estudar cuidadosamente os fósseis, os cientistas têm sido capazes de ligar muitas espécies extintas com aquelas que sobrevivem hoje, às vezes indicando que uma descende da outra [com muita subjetividade e não sem deixar larga margem para questionamento].

Por exemplo, em 2014 pesquisadores descreveram os fósseis de um carnívoro de 55 milhões de anos de idade chamado Dormaalocyon, que pode ser um ancestral comum dos leões, tigres e ursos de hoje. As formas dos dentes do Dormaalocyon evidenciam isto [pela forma dos dentes eu poderia também estabelecer a evolução do Tião Macalé a partir de um furador de papel].

Ainda, você pode não estar convencido. Estes animais podem todos ter dentes similares, mas leões, tigres e Dormaalocyons são ainda espécies distintas. Como nós realmente sabemos que uma espécie evoluiu em outra?

O registro fóssil é de muita ajuda aqui, porque este está incompleto [realmente, um registro fóssil incompleto beneficia muito a TE, pois na incompletude estão os seres imaginários que constituem os fósseis de transição - que nunca serão encontrados, porque nunca existiram de verdade]. “Se olhar para a maioria dos registros fósseis, o que você vê atualmente é uma forma que dura mais ou menos um longo tempo e depois a nova penca de fósseis que você tem é bem diferente do que tinha antes”, diz Jones [surpresa! dura mais ou menos certo tempo com a mesma forma e de repente muda rapidamente! não seria esperado justamente o oposto, conforme axiomas da TE?].

Mas conforme temos escavado mais e mais restos, um tesouro de “fósseis de transição” tem sido descoberto. Estes “elos perdidos” são intermediários entre as espécies familiares [os fósseis "de transição" descobertos são apenas assumidos e classificados como de transição. Em vários casos, alguns deles relatados neste site, ficou claro que a transição imaginada inicialmente não se observou. Um exemplo clássico é o do homem de Neanderthal, tido anteriormente como um precursor do Homo sapiens, mas agora classificado como uma espécie paralela. Mas há ainda muitos outros casos semelhantes]. 

De fato, antes nós dissemos que as galinhas são, em última instância, descendentes dos dinossauros. Em 2000 um time liderado por Xing Xu, da Academia de Ciências Chinesa, descobriu um dinossauro pequeno chamado Microraptor, que possuía penas semelhantes às das aves modernas e pode ter sido capaz de voar [sempre há um alto grau de subjetividade nessa reconstituição fóssil. É importante ao leitor saber que os fósseis por vezes são apenas marcas deixadas em rochas por seres que viveram há muito tempo, sendo, na maioria das vezes, evidências de pequenos fragmentos ou partes de corpos que já não estão presentes. A recomposição desses fósseis é um trabalho duro e que, em diversas ocasiões, apresenta lacunas que são preenchidas por dedução e indução. Já houve caso de uma espécie de dinossauro que nunca existiu de fato - o Brontossauro - que teve a cabeça montada na cauda ao invés do pescoço, e de um Apatossauro que teve a cabeça de outro animal montada em seu corpo. Dúvidas sobre esses dois animais persistiram até 1970, após durarem quase 100 anos. Aí vem a mídia pseudocientífica e adiciona as "certezas" que os próprios cientistas não têm. A paleontologia é um ramo fantástico da ciência, mas está longe de ser cheia de certezas e provas contundentes, como alegado].

É também possível observar a evolução de novas espécies enquanto ela ocorre. Em 2009, Peter e Rosemary Grant, da Universidade Princeton em New Jersey, descreveram uma nova espécie de tentilhão que veio à existência em uma das ilhas Galápagos: as mesmas ilhas visitadas por Darwin. Em 1981, um único tentilhão-da-terra chegou na ilha chamada Daphne Maior. Este era incomumente grande e entoava um trinado algo diferente do trinado dos pássaros locais. Ele era capaz de se reproduzir, e sua prole herdou suas características diferenciadas. Após algumas gerações, eles estavam isolados em termos reprodutivos: eles pareciam diferentes dos outros pássaros, e cantavam de forma diferente, então podiam apenas reproduzir-se entre si. Este pequeno grupo de pássaros formou uma nova espécie: eles se “especiaram” [e continuou sendo uma espécie de tentilhão, que não acrescentou informação ao seu DNA. Isso é plenamente aceito hoje no criacionismo, sem ferir qualquer princípio bíblico ou admitir a TE].

Essa nova espécie é apenas sutilmente diferente de seus antecessores: seus bicos são diferentes e trinam unusualmente. Mas é possível olhar muito além nas mudanças enquanto elas acontecem.

Richard Lenski, da Universidade Estadual de Michigan, está no cargo do experimento evolucionário mais extenso do mundo. Desde 1988, Lenski tem acompanhado 12 populações de bactérias Escherichia coli em seu laboratório. As bactérias são deixadas à sua própria sorte em containers de armazenamento, com nutrientes para se alimentarem, e a equipe de Lenski regularmente congela pequenas amostras. “Nós tentamos fazer isso todo dia”, ele diz.

As E. coli não são mais as mesmas como elas eram em 1988. “Em todas as 12 populações, as bactérias evoluíram para crescer muito mais rapidamente do que o seu ancestral”, disse Lensky. Elas se adaptaram ao mix específico de [nutrientes] químicos que ele dá a elas.

“É uma demonstração muito direta da ideia de Darwin sobre a adaptação através de seleção natural. Agora, cerca de 20 anos depois no experimento, a linhagem típica cresce 80% mais rápido do que o seu ancestral” [note que agora não se fala de evolução, mas de "adaptação", o que é bem diferente e nada sutil. É esperado que populações de bactérias com abundância de alimento e sem predadores presentes cresçam mais - isso se dá com praticamente todos os animais, até com os humanos].

Em 2008, a equipe de Lenski reportou que as bactérias deram um gigantesco passo adiante [há bastante entusiasmo aqui, como veremos abaixo]. A mistura em que elas vivem incluem um químico chamado citrato, o qual a E. coli não pode digerir [meia-verdade: a E. coli pode, sim, digerir citrato anaerobicamente. Toda a estrutura genética para isso já está presente na bactéria]. Mas 31.500 gerações no experimento, uma das 12 populações começou a se alimentar de citrato. Isto seria como os humanos de repente desenvolverem a capacidade de comer cascas de árvore [nesse caso, os seres humanos deveriam ter desenvolvido uma capacidade totalmente nova de digerir resina, o que não é comparável ao fato de a E.coli ter começado a digerir citrato. Na realidade, de acordo com informações divulgadas pelo site creation.com, a mídia pseudocientífica tenta dar a ideia de que a E. coli de Lenski teria começado a metabolizar o citrato, também conhecido como óxido cítrico ou TCA, mas isso simplesmente não é verdade. A E. coli comum sempre pôde metabolizar o TCA de forma anaeróbica. A mutação que ocorreu no experimento de Lenski apenas alterou uma propriedade do DNA da E. coli que Michael Behe chama de "o limite da evolução": um benefício adaptativo que depende de uma única mutação para acontecer e que, por isso mesmo, seria extremamente improvável de ocorrer para casos mais complexos, onde muitas mutações precisariam ser observadas de forma mais ou menos simultânea e cumulativa para proporcionar uma vantagem competitiva. Destaca-se que o experimento de Lenski equivale a alguns milhões de anos em gerações humanas, só que no mundo das bactérias. Portanto, seria esperado que as mutações da E. coli no experimento de Lenski fossem muito mais expressivas caso a TE de Darwin estivesse assim correta, mas isso não foi observado. Em outras palavras, o experimento de Lenski simplesmente mostrou o contrário: não foi possível observar a evolução significativa que se esperaria caso a teoria darwinista fosse uma verdade, como afirma a reportagem da BBC].

O citrato sempre esteve lá, disse Lenski, “então, todas as populações tiveram a oportunidade de evoluir a habilidade de usá-lo... Mas apenas uma das 12 populações achou uma forma de fazer isso”.

Neste ponto, o hábito de Lenski de regularmente congelar amostras da bactéria se provou crucial. Ele foi capaz de voltar atrás nas amostras mais antigas, e traçar as mudanças que levaram a E. coli a se alimentar de citrato.

Para fazer isso, ele teve que olhar sob o capô. Ele usou uma ferramenta que não estava disponível nos dias de Darwin, mas que revolucionou o nosso entendimento da evolução como um todo: genética.

Todos os seres vivos carregam genes, na forma do DNA.

Genes controlam como um organismo cresce e se desenvolve, e eles são passados dos pais para seus descendentes. Quando uma mamãe galinha põe um monte de ovos, e passa essa característica para sua prole, ela o faz através de seus genes.

Ao longo do último século os cientistas catalogaram os genes de diferentes espécies. Isso resultou em que todas as formas de vida armazenam informação em seu DNA da mesma forma: elas todas usam o mesmo “código genético” [e... ??? como isso poderia validar a TE?].

E mais ainda, organismos podem compartilhar os mesmos genes. Milhares de genes encontrados no DNA humano podem ser encontrados também no DNA de outras criaturas, incluindo plantas e mesmo bactérias [o que é altamente esperado se considerarmos que um único Criador tenha produzido todas as formas de vida conhecidas. Teria Deus de jogar fora todas as fôrmas de cada uma das criaturas e começar cada espécie do zero para ser reconhecido como Criador? Um artista, artesão, engenheiro ou arquiteto não reutiliza elementos de suas obras anteriores para criar as novas? Não seria essa uma evidência favorável a um único Autor da vida?].

Esses dois fatos implicam que toda a vida moderna descendeu de um único ancestral comum, o “último ancestral universal”, que viveu bilhões de anos atrás [sic].

Ao comparar quantos genes os organismos compartilham, nós podemos entender como eles estão relacionados. Assim, os humanos compartilham mais genes com os símios como chimpanzés e gorilas do que com outros animais, a um percentual de 96%. Isso sugere que eles são os nossos parentes mais próximos [essa é uma falácia de um método de classificação de seres vivos chamado de cladístico. Você pode classificar chapéus, carros, obras de arte e qualquer coisa com esse método. A TE usa essa classificação para inferir que há descendência ou ancestralidade comum entre os seres. Mas isso significaria a possibilidade de inferir que um Porsche é descendente de um Fusca que sofreu mutações aleatórias ao longo de milhões de anos, ou que a estátua do Moisés de Michelangelo descende da estátua do Davi do mesmo autor].

“Tente explicar isso de qualquer outra forma do que o fato de que essas relações são baseadas em uma sequência de mudanças ao longo do tempo”, diz Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres. “Nós temos um ancestral comum com os chimpanzés, e nós e eles divergimos desde então, daquele ancestral comum” [problema da indução, mais uma vez].

Nós também podemos usar a genética para traçar os detalhes das mudanças evolucionárias.

“Você pode comparar diferentes tipos de bactérias e encontrar os genes que eles compartilham”, diz Nancy Moran da Universidade do Texas em Austin. “Uma vez que você reconhece estes genes... você pode olhar para como eles evoluíram em diferentes tipos de populações” [mais uma inferência, que é fruto de ambiguidade causal. Há outra explicação para essa semelhança, conforme comentário acima].

Quando Lenski voltou através das suas amostras de E. coli, ele descobriu que as bactérias comedoras de citrato tiveram várias mudanças no seu DNA que as outras bactérias não apresentaram. Estas mudanças são chamadas mutações.

Algumas delas aconteceram muito antes de as bactérias desenvolverem sua nova habilidade. “Em si mesmas, [estas mutações] não conferiram a habilidade de crescer no citrato, mas criaram o ambiente para mutações subsequentes que então conferiram aquela habilidade”, disse Lensky [os dados do experimento de Lensky não foram publicados com nível de detalhe suficiente para entender o que realmente aconteceu no genoma da população da E. coli no experimento. De acordo com o site creation.com, o que pode ter ocorrido foi uma mutação que equivaleria, a título de comparação, a uma quebra em uma fotocélula que acende a luz da casa apenas quando o sol vai embora, mantendo a partir desse defeito a luz da casa acesa em todo o tempo, dia ou noite. Isso se referindo ao fato de que a E. coli pode transportar o citrato em condições anaeróbicas, mas agora o transporta em qualquer situação - aeróbica ou anaeróbica. Outra possibilidade seria uma mutação em um gene que controla o transporte de tartrato. Esse gene poderia ter "pifado" e permitido que outras substâncias fossem transportadas para dentro da célula, diminuindo a especificidade no processo de transporte. Seria como o caminhão do lixo agora passar na sua rua e pegar, além do seu lixo, seu jornal, suas rosas e seu gato. Em ambos os casos aventados, teria havido uma degeneração da capacidade de transporte celular da bactéria, e não uma melhoria. Isso é esperado em mutações aleatórias que têm, via de regra, o efeito de aumentar a entropia - ou a desordem, e não organizar ou acrescentar novas informações úteis ao genoma. Exatamente o contrário do que se quer dar a entender na reportagem].

Essa complexa cadeia de eventos ajudou a explicar por que apenas uma população evoluiu essa habilidade [só que a reportagem não fala que a E. coli não precisa e nunca precisou de citrato para sobreviver, mesmo no experimento, pois havia glicose à disposição, e que a bactéria reduziu sua capacidade de digerir glicose em 20%, o que é contraproducente pensando na sobrevivência da E. coli em longo termo].

Isso também ilustra um ponto importante a respeito da evolução. Um passo evolucionário particular pode ser extremamente improvável, mas se houver organismos suficientes sendo empurrados a dá-lo, um deles provavelmente irá fazer – e só precisa de um.

A E. coli de Lenski nos mostra que a evolução pode dar aos organismos novas habilidades radicais. Mas a evolução não faz as coisas ficarem melhores sempre. Seus efeitos são, ao contrário, ao menos aos nossos olhos, aleatórios [o experimento de Lenski na realidade mostra, sim, que a mídia apologética do evolucionismo pode ter habilidades radicais de contar metade da verdade e fazer um tremendo marketing favorável com algo que é justamente uma complicação para os darwinistas].

As mutações que levam a mudanças nos organismos são raramente para melhor, diz Moran. De fato, a maioria das mutações não têm impacto ou têm impacto negativo na forma como um organismo funciona [incluindo o experimento de Lenski, ao que tudo indica].

Nota: Mais uma vez vemos a infeliz tendência de distorcer a realidade para apregoar uma doutrina estranha que demanda tanta fé quanto precisa ter o mais singelo religioso. O tom ácido e desafiador do início do artigo da BBC foi abrandado ao longo do caminho, e as "provas" apresentadas em favor da evolução se mostraram, na melhor das hipóteses, dúbias e perfeitamente possíveis de conciliação com a ideia de um Criador que projetou com cuidado todas as coisas. 

É óbvio que existe, sim, adaptação dos seres vivos. O problema é generalizar essa adaptação, que foi observada por Darwin e tantos outros, aplicando-a ao surgimento de seres extremamente complexos e dotados de gigantescas quantidades de informações genéticas específicas e úteis. Ainda mais, sem explicar satisfatoriamente como isso teria acontecido, jogando tudo no chapéu mágico do tempo. E o pior de tudo: tentando desafiar e ridicularizar quem não engole esse sapo.

De acordo com o Dr. Ariel Roth, 40% dos cientistas acreditam em um Deus que responde às suas orações, e esse percentual se manteve praticamente inalterado em pesquisas realizadas por cerca de uma década, mostrando que a teoria da evolução não está conseguindo converter mesmo os mais céticos de nós ao ateísmo. Longe de ser uma unanimidade entre indivíduos cerebrados, como alguns evolucionistas querem nos fazer acreditar, homens e mulheres de conhecimento reconhecem que há Alguém maior por trás do Universo maravilhoso que nos cerca. 

Embora os criacionistas não tenham todas as respostas para as perguntas do tipo como que nos cercam, temos, sim, plena evidência científica de que podemos racionalmente crer em um Criador que é representado com muita clareza na Bíblia Sagrada. 

"Diz o tolo em seu coração: 'Deus não existe'" (Salmo 14:1).

Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Problema_da_indu%C3%A7%C3%A3o
Roth, A. (2001) Origens: relacionando a ciência com a Bíblia. Casa Publicadora Brasileira.
Darwin, C. (2018). A origem das espécies. Edipro.
https://www.npr.org/2012/12/09/166665795/forget-extinct-the-brontosaurus-never-even-existed
https://creation.com/bacteria-evolving-in-the-lab-lenski-citrate-digesting-e-coli

quinta-feira, outubro 31, 2019

Entrevista com terraplanistas no programa “The Noite”


Na noite do dia 29 de outubro, quatro terraplanistas (pessoas que acreditam que a Terra é como uma pizza com uma cobertura sólida abobadada dentro da qual estariam o Sol a Lua e as estrelas) foram entrevistados pelo apresentador Danilo Gentili, em seu programa “The Noite”, no canal de TV aberta SBT. O “gancho” é a realização da primeira FlatCon (conferência terraplanista) no Brasil, cujo novo local em São Paulo ainda é mantido em segredo, para evitar o que aconteceu com o primeiro: a administração do colégio católico que havia alugado um auditório para os participantes, quando soube do que se tratava o evento, decidiu cancelar a locação.

Gentili começa perguntando se as pessoas poderão usar o Sistema de Posicionamento Global (GPS) para chegar ao local, quando no dia anterior ao evento ele for revelado. Os entrevistados se limitaram a responder que sim, deixando a piada de lado. Bem, melhor do que comentar o programa é deixar que você veja com os próprios olhos e ouça com os próprios ouvidos. É uma amostragem interessante das principais ideias sustentadas e defendidas pelos terraplanistas.  

Note especialmente o que é dito a partir dos 16 minutos e entenda por que a Sociedade Criacionista Brasileira decidiu emitir uma nota de repúdio ao terraplanismo (leia a nota aqui).


Tentando contribuir com essa discussão, alguns meses atrás pedi ao meu amigo físico Eduardo Lütz que escrevesse um material elucidativo (leia aqui) e desafiei os terraplanistas a estudar e refutar os argumentos. O único que parece ter encarado o desafio foi o geofísico terraplanista Afonso Vasconcelos, que passou a gravar uma série de vídeos sobre o documento, intercalados com outros cheios de críticas e ataques à Igreja Adventista do Sétimo Dia, atitude totalmente desnecessária, já que em nenhum momento o Lütz e eu fizemos qualquer crítica à pessoa do Afonso, a quem respeitamos, bem como respeitamos todos aqueles que discordam de nós nesse e em outros assuntos.

Embora os ataques feitos a nós e à igreja à qual pertencemos estejam cheios de distorções e inverdades, decidimos nos ater aos fatos da discussão original: terraplanismo. Por isso o Lütz resolveu gravar uma série de vídeos reagindo aos do Afonso, sempre com educação e foco nas ideias. O primeiro vídeo da série é este aqui:

sexta-feira, outubro 25, 2019

Terraplanistas honestos abandonam o “movimento” e são desprezados


O que mais os terraplanistas (pessoas que creem que a Terra seja plana e não esférica) repetem em seus inúmeros vídeos na internet é que devemos sempre questionar e não seguir verdades estabelecidas. Que não devemos ser “gado” que aceita respostas prontas. Que devemos ter a mente aberta. E por aí vai. Mas, quando terraplanistas intelectualmente honestos colocam em práticas esses bons conselhos e começam a duvidar da crença na Terra plana, tornam-se inimigos do “movimento” e passam a ser criticados e desprezados por seus antigos companheiros. Foi o que aconteceu recentemente com Deco e Kelly (pai e filha), do canal Prisma Connect TV. Neste vídeo e neste eles explicam por que começaram a duvidar da ideia que haviam abraçado e defendido. Críticos do terraplanismo os questionaram e a desafiaram. Os dois aceitaram o desafio e foram em busca de respostas, como deve fazer todo pesquisador honesto. Deco e a filha se depararam com vídeos que colocam em xeque os argumentos terraplanistas (deixarei logo abaixo uma sequência desses vídeos) e, quando foram pedir ajuda aos antigos “professores”, encontraram portas fechadas e silêncio. Assista ao vídeo abaixo, em que Deco e Kelly reagem a um youtuber terraplanista, e depois assista também ao vídeo de outro terraplanista anteriormente apoiador do pai e da filha, mas que agora debocha deles, os chama de ingratos e ignora os questionamentos científicos levantados pelos dois:


terça-feira, outubro 22, 2019

O homem foi ou não à Lua?

Cinquenta anos depois, ainda pairam dúvidas sobre se os norte-americanos conseguiram mesmo enviar três homens à Lua no fim da década de 1960 e fazer dois deles caminhar em nosso satélite natural, voltando, depois, em segurança para a Terra. Neste vídeo, Michelson Borges e Nádia Teixeira discutem o assunto, descrevem o feito e rebatem críticas. 

sexta-feira, outubro 11, 2019

Terraplanista distorce palavras do Nobel de Física


O caçador de exoplanetas Michel Mayor, que recebeu o Prêmio Nobel de Física deste ano, alertou que não se deve esperar que um dia a humanidade possa emigrar para um exoplaneta, pois esses corpos celestes estão muito distantes daqui. O pesquisador suíço respondeu às perguntas da reportagem da agência AFP, e um conhecido terraplanista brasileiro deu uma conotação diferente às palavras do cientista, fazendo com que elas dessem a entender que o ser humano não pode deixar a Terra. Leia a entrevista a seguir e tire suas conclusões.

Pergunta: Qual pesquisa foi recompensada com este Nobel?

Resposta: “Há 24 anos, juntamente com um dos meus colegas (Didier Queloz, também premiado), descobrimos o primeiro planeta que girava em torno de uma estrela diferente (ao Sol). Era uma pergunta antiga debatida pelos filósofos: existem outros mundos no Universo? Desde então, cerca de 4.000 (exoplanetas) ou mais foram descobertos. Buscamos os planetas mais próximos (de nós), que possam se parecer com a Terra. Juntamente com meu colega, começamos essa busca e mostramos que era possível estudá-los.”

P: Existe vida em outra parte do Universo?

R: “Na Via Láctea, temos certeza de que existem muitos planetas rochosos com uma massa semelhante à da Terra a uma distância tal (da estrela) que a temperatura seria adequada para o desenvolvimento da química da vida, mas não sabemos mais nada. Ninguém pode oferecer uma probabilidade de vida em outro lugar [honestidade bem-vinda]. Alguns cientistas dizem que, se todas as condições forem cumpridas, a vida emergirá por conta própria, em uma espécie de emergência natural das leis do Universo. Mas outros dizem: ‘Não, não é verdade, é muito mais complicado.’ Não sabemos nada. A única maneira de conhecer é desenvolver técnicas que nos permitam detectar a vida à distância. A próxima geração terá que responder a essa pergunta!”

P: A humanidade pode emigrar para outro planeta?

R: “Se falarmos sobre planetas extrassolares, deixemos as coisas claras: não emigraremos para eles. Esses planetas estão muito, muito distantes [grifo meu]. Mesmo no caso muito otimista de um planeta habitável não muito distante, digamos algumas dezenas de anos-luz, como se fosse ‘nos arredores’, o tempo para chegar lá é considerável. Seriam centenas de milhões de dias com os meios atuais. Vamos prestar atenção ao nosso planeta. É muito bonito e ainda bastante habitável. [...] Todas as declarações do tipo ‘Um dia iremos a um planeta habitável se a vida não for possível na Terra’ devem ser descartadas. É algo completamente louco.”


Nota 1: De fato, com a tecnologia de que dispomos hoje, é impossível alcançar esses planetas distantes. No entanto, após a volta de Jesus, tudo será diferente. Veja o que escreveu Ellen White no fim do seu best-seller O Grande Conflito: “Todos os tesouros do Universo estarão abertos ao estudo dos remidos de Deus. Livres da mortalidade, alçarão voo incansável para os mundos distantes – mundos que fremiram de tristeza ante o espetáculo da desgraça humana, e ressoaram com cânticos de alegria ao ouvir as novas de uma alma resgatada. Com indizível deleite os filhos da Terra entram de posse da alegria e sabedoria dos seres não-caídos. Participam dos tesouros do saber e entendimento adquiridos durante séculos e séculos, na contemplação da obra de Deus. Com visão desanuviada olham para a glória da criação, achando-se sóis, estrelas e sistemas planetários, todos na sua indicada ordem, a circular em redor do trono da Divindade. Em todas as coisas, desde a mínima até à maior, está escrito o nome do Criador, e em todas se manifestam as riquezas de Seu poder” (p. 677, 678; grifos meus). Pois é: a Terra não é o centro do Universo, e existem, sim, estrelas e sistemas planetários longe daqui. Ellen White também sabia disso no século 19, e nos anima com a esperança de que um dia conheceremos esses mundos! [MB]

Nota 2: Como eu disse na introdução do texto acima, um dos mais famosos terraplanistas do Brasil (o pessoal que acredita que a Terra é plana e coberta por um domo sólido instransponível) valeu-se das palavras do Dr. Michel Mayor e postou um vídeo sugerindo que o cientista teria dito que ninguém pode deixar a Terra. Foi isso o que você leu nas respostas do Mayor? Ele deixou bem claro que o ser humano não poderá alcançar os exoplanetas por causa da distância, e não devido a um domo imaginário. [MB]

Nota 3: Terraplanistas adventistas (são poucos, mas lamentavelmente existem), mais uma vez vocês precisam decidir se ficam do lado dos defensores da Terra plana ou com a escritora inspirada e uma das pioneiras da igreja da qual vocês levam o nome, pois ela (Ellen White) não só afirma que nosso planeta é esférico (veja os textos abaixo), como escreveu que um dia poderemos voar para fora dele até os mundos distantes. [MB]

quarta-feira, outubro 09, 2019

Terra foi "martelada" por impacto duplo de asteroides

Todos nós já vimos filmes nos quais um asteroide vem até o nosso planeta, ameaçando a civilização. O que é menos conhecido é que, às vezes, esses pedregulhos espaciais vêm em pares. Pesquisadores encontraram algumas das melhores evidências disponíveis para um impacto espacial duplo, quando um asteroide e sua lua aparentemente atingiram a Terra um após o outro. Usando fósseis minúsculos semelhantes aos dos plânctons, eles concluíram que crateras vizinhas na Suécia têm a mesma idade: 458 milhões de anos (segundo a cronologia evolucionista). Detalhes desse trabalho foram apresentados no 45º Congresso de Ciências Planetárias e Lunares em The Woodlands, Texas (EUA), e os achados devem ser publicados no periódico científico Meteorics and Planetary Science Journal.

Porém, os cientistas chamaram a atenção para o fato de que crateras aparentemente contemporâneas podem ter sido criadas com semanas, meses ou mesmo anos de diferença entre umas e outras. Um punhado de possíveis impactos duplos ("doublets") são já conhecidos na Terra, mas o Dr. Jens Ormo diz que não existe consenso sobre a precisão das datas atribuídas a essas crateras. "Crateras de impactos duplos precisam ser da mesma idade, do contrário, elas podem ser apenas duas crateras próximas uma da outra", disse o pesquisador do Centro de Astrobiologia em Madrid (Espanha) à BBC News.

O Dr. Ormo e seus colegas estudaram duas crateras chamadas Lockne e Malingen, que repousam a cerca de 16 km de distância uma da outra no norte da Suécia. Medindo cerca de 7,5 km de diâmetro, Lockne é a maior das duas estruturas; Malingen, que está à sudoeste, é cerca de 10 vezes menor.

Considera-se que asteroides binários são formados quando um tipo de asteroide chamado "pilha de detritos" começa a girar tão rápido sob a influência da luz do Sol que alguma rocha solta é atirada do equador do objeto para formar uma lua pequena. Observações de telescópio sugerem que 15% dos asteroides próximos à Terra são binários, mas a porcentagem [desse tipo] de crateras de impacto na Terra provavelmente seja menor.

Apenas uma fração dos [asteroides] binários que atingem a Terra vão ter a separação necessária entre o objeto e sua lua para produzir crateras separadas (aqueles que estão muito próximos uns aos outros vão produzir estruturas [de impacto no solo] superpostas).

Cálculos sugerem que em torno de 3% das crateras de impacto na Terra devem ser "doublets" - um número que condiz com a quantidade de [asteroides] candidatos já encontrados pelos cientistas.

As características geológicas não usuais, tanto das crateras Lockne quanto Malingen, têm sido reconhecidas desde a primeira metade do século 20. Mas levou até meados dos anos 1990 para que Lockne fosse reconhecida como uma cratera de impacto terrestre.

Em anos recentes, o Dr. Ormo perfurou cerca de 145 m na estrutura da cratera Malingen, através dos sedimentos que a preenchem, até as rochas esmagadas conhecidas como breccias, e ainda mais fundo, alcançando a rocha intacta que está abaixo. Análises de laboratório das rochas breccias revelaram a presença de quartzo de impacto, uma forma do mineral quartzo criada sob a pressão associada com impactos de asteroides.

Essa área era coberta por um mar raso à época do impacto relativo à cratera Lockne, então sedimentos marinhos devem ter começado a preencher quaisquer crateras de impacto imediatamente após elas terem sido criadas. [N.T.: interessantemente... os impactos ocorreram em uma área que hoje é terra, mas que à época era mar. Não é difícil imaginar esse cenário ocorrendo em um contexto de dilúvio global, como descrito na Bíblia.]

A equipe do Dr. Ormo definiu a data para a estrutura Malingen usando fósseis de criaturas marinhas minúsculas chamadas quitinozoários, encontrados em rochas sedimentares naquele local. O método da equipe, conhecido como bioestratigrafia, permite aos geólogos associar datas relativas às rochas associadas ao tipo de criaturas encontradas no meio delas. [N.T.: um método subjetivo e totalmente exposto ao viés evolucionista de interpretação da paleontologia e da geologia.]

Os resultados revelaram que a estrutura da cratera Malingen era da mesma idade que a de Lockne - cerca de 458 milhões de anos (segundo a cronologia evolucionista). Isso parece confirmar que a área foi atingida por um impacto duplo de asteroides durante o Período Ordoviciano (de acordo com a coluna geológica evolucionista).

O Dr. Gareth Collins, que estuda impactos de crateras no Colégio Imperial de Londres, e que não estava envolvido na pesquisa, disse à BBC News: "Como nos faltam testemunhas dos impactos, é impossível provar que duas crateras próximas foram formadas simultaneamente. Mas a evidência, nesse caso, é muito convincente. A proximidade e a consistência nas estimativas de idade fazem com que um impacto duplo seja a causa provável."

Simulações sugerem que o asteroide que criou a cratera Locke tinha cerca de 600 metros de diâmetro, enquanto o que produziu a cratera Malingen tinha cerca de 250 metros. Essas medidas são um pouco maiores do que o que poderia ser sugerido pelas suas crateras devido às mecânicas de impactos em ambientes marinhos.

O Dr. Ormo adicionou que as crateras Malingen e Lockne estavam na distância correta para terem sido criadas por um asteroide binário. Como mencionado, se duas rochas espaciais estão muito próximas, as crateras irão se sobrepor. Mas para serem classificadas como um "doublet", as crateras não devem estar muito longe uma da outra, porque elas excederiam a distância máxima a que um asteroide e sua lua podem estar presos por forças gravitacionais.

"O asteroide que causou o impacto Lockne era grande o suficiente para gerar o que é conhecido como uma explosão atmosférica, em que a atmosfera acima do ponto de impacto é expelida", disse o Dr. Ormo. Isso pode fazer com que o material do impacto do asteroide seja espalhado ao redor do globo, como aconteceu durante o impacto Chicxulub, considerado o que matou os dinossauros há 66 milhões de anos (sic).

O evento do Ordoviciano não foi poderoso o suficiente para que aquele material pudesse ser rastreado, pois possivelmente estava muito diluído na atmosfera. Mas o impacto teria produzido efeitos regionais; por exemplo, todas as criaturas marinhas suficientemente sem sorte para estarem nadando por ali naquele momento devem ter sido vaporizadas instantaneamente.

Outras crateras candidatas a impactos duplos incluem Clearwater Leste e Oeste, em Quebec, Canadá; Kamensk e Gusev, no sul da Rússia; e Ries e Stenheim, no sul da Alemanha.

Nota: Impressiona o fato de que a Terra foi acossada por numerosos impactos de asteroides que causaram profundas transformações no clima e na geologia do planeta, com consequências drásticas à vida em todos os lugares. O modelo criacionista do dilúvio bíblico prevê que uma das principais causas ou "ferramentas" da grande inundação tenha sido o choque de objetos espaciais com o nosso planeta. 

Impactos duplos de asteroides são evidências que fortalecem essa ideia, embora os métodos de datação evolucionistas dificultem ver como essa sequência de eventos pode ter sido produzida em um curto espaço de tempo. 


No entanto, como comentei em meio ao texto da reportagem traduzida, em todos os casos os métodos de datação evolucionista são subjetivos ou inferenciados sobre premissas naturalistas. 


De qualquer forma, o registro geológico da Terra permite concluir que esses impactos celestes foram em número e magnitude suficientes para terem produzido reações geológicas em cadeia, com potencial mais do que suficiente de eliminar a vida em escala global. 


Examinar essas evidências à luz da Bíblia não apenas satisfaz uma curiosidade do estudante das Escrituras sobre a história não contada do nosso lar terrestre, mas, também, e principalmente, fortalece a fé no relato sagrado. Relato esse que pode ser confirmado por elementos reais e que são amplamente estudados pela ciência secular. 


Link para a matéria original: https://www.bbc.com/news/science-environment-26172181

Terraplanistas são destruidores de reputação

Ao assistir (muito a contragosto, admito) a alguns canais defensores da ideia da Terra plana, tenho percebido um padrão na argumentação deles: (1) a Terra plana é um “fato inquestionável”, tornando-se praticamente uma religião; (2) como a Terra, para eles, é plana, a força da gravidade não pode existir; (3) Isaac Newton e outros cientistas demonstraram a existência da gravidade, logo, são impostores; (4) como matemática e ciência profunda não interessam aos terraplanistas e seus seguidores, é preciso destruir a reputação dos cientistas “globalistas”; (5) por outro lado, quem defende a Terra plana, independentemente do que pense sobre outros assuntos, está no grupinho e é defendido a todo custo.
Aconteceu de novo recentemente. O canal terraplanista e negacionista da ida do homem à Lua “Inteligentista” apresentou uma defesa de Isaac Newton e contestou o geofísico terraplanista Afonso Vasconcelos, afirmando que ele teria exagerado em suas opiniões sobre o cientista inglês descobridor do cálculo e responsável por avanços científicos em diversas áreas do conhecimento e da tecnologia. Afonso gravou um vídeo novo com mais forçação de barra para tentar “provar” que Newton não teria sido um cristão sincero (como se pudesse ler o coração de alguém), depois de ter insinuado em um vídeo anterior que ele seria mais inteligente que Newton, pois este não sabia programar computadores como ele (!).

quinta-feira, outubro 03, 2019

O criacionismo e o novo espetáculo paralelo de Satanás

Em meados do século 19, Deus despertou pessoas em várias religiões com uma mensagem de advertência ao mundo: Jesus estava voltando e Seu juízo era iminente. Homens e mulheres sinceros e dedicados a Deus se puseram a estudar a Bíblia. Nos Estados Unidos, o ex-deísta e pregador batista William Miller foi figura de destaque. No Chile, o padre jesuíta Manuel Lacunza escreveu um livro sobre a volta de Jesus. Na Europa também houve os que tiveram a atenção voltada para as profecias apocalípticas. O mundo (especialmente a América) experimentou um verdadeiro reavivamento espiritual. Multidões aguardavam com expectativa a segunda vinda de Cristo (de acordo com a revista Reader’s Digest, cerca de um milhão de pessoas, só nos Estados Unidos, que na época tinham uma população na casa dos 17 milhões). O estudo das profecias de Daniel levou os mileritas (como ficaram conhecidos os seguidores de Miller) a concluir corretamente que algo especial ocorreria em 22 de outubro de 1844. Eles acertaram a data, mas erraram o evento. E disso decorreu grande decepção – o evento que passou para a história como o Grande Desapontamento de 1844.

[Continue lendo.]

Isaac Newton era ocultista?

Já escutou que Isaac Newton, que para muitos foi o maior cientista de todos os tempos, não era cristão? Há bons esclarecimentos no vídeo abaixo (essa moça cursou doutorado em Física na França e faz pós-doutorado no CERN do Japão). Ela não é religiosa, mas é mais equilibrada que muitos ditos cristãos, inclusive não vendo problema nos estudos que Newton fez da Bíblia. Chega mesmo a comentar a visão dele de buscar unir ciência e religião como não sendo algo anticientífico, mas uma motivação pela curiosidade, pelo rigor e pela busca por desenvolver tudo que fez em direção à verdade. Ela também comenta a acusação de que Newton era da Rosa-Cruz.

[Continue lendo.]