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sexta-feira, maio 11, 2018

O valor do sábado da criação

Na visão de mundo bíblico-criacionista estão embutidos valores preciosos não encontrados em qualquer cosmovisão concorrente, os quais marcam a existência com as digitais do Criador. Originados no Ser Supremo, eles apontam para dimensões significativas da vida, imprimindo sentido, propósito, segurança e o senso de eternidade sobre nossa finitude e contingência. Somos constantemente lembrados, por meio do quarto mandamento, do mais alto desses valores sagrados: a devida adoração ao Deus invisível em espírito e em verdade.

A primeira semana do mundo encerra-se com a instituição do sábado, o sétimo dia separado, abençoado e santificado pela grandiosa Trindade. De um tempo de caos para um tempo de ordem, o mundo sai da solidão escura do primeiro dia para o sábado luminoso quando Deus, homem e natureza comungam para “descansar”. Nesse momento, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam” (Jó 38:7): em enaltecimento ao Criador de obras perfeitas e belas, uma explosão de louvor percorre o Universo admirado. O Céu, os mundos gloriosos e a Terra recém-formada dão as boas-vindas ao sétimo dia - o monumento temporal da criação e memorial de eterna lembrança da majestade, poder e amor do Ser infinito.


“Porque, em seis dias, fez o Senhor os céus, a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou” (Êxodo 20:11). Embora quase universalmente esquecido, o sábado permanece como um mandamento ainda a ser observado, abrangendo a dimensão física, psicológica e espiritual do ser humano. No aspecto espiritual, ele é um símbolo da graça, pois sendo o “santuário no tempo” está disponível a todos, vindo ao encontro das criaturas onde quer que estejam. Não há limitações geográficas, pois “o significado do sábado é celebrar o tempo em vez do espaço. Durante seis dias por semana vivemos sob a tirania das coisas do espaço; no sábado procuramos estar sintonizados com a santidade no tempo. É um dia no qual somos chamados a participar do que é eterno no tempo, de nos volvermos dos resultados da criação para o mistério da criação; do mundo da criação para a criação do mundo”.

Deus atua no espaço-tempo; está em todos os lugares e épocas, sendo uma constante e benévola presença. No sétimo dia, Ele Se revela de forma especial como o Pai da criação, o “Pai nosso”; contudo, nos círculos esotéricos e místicos, vê-se muito a expressão “Mãe Natureza”. Mesmo que tal expressão seja uma metáfora para indicar a relação próxima mantida entre o homem e o mundo natural, no perspicaz pensamento de Gilbert Keith Chesterton, “apenas o sobrenatural pode assumir uma visão sadia da natureza. A essência de todo panteísmo, evolucionismo e religião cósmica moderna está realmente nesta proposição: que a natureza é a nossa mãe. Infelizmente, se você considerar a natureza como mãe, vai descobrir que ela é madrasta. O ponto principal do cristianismo era este: que a natureza não é a nossa mãe [...]. Podemos sentir orgulho de sua beleza, uma vez que temos o mesmo pai; mas ela não tem autoridade sobre nós”. Concordando com Chesterton, em linguagem imbuída de profundo sentimento religioso, Ellen G. White acrescenta: “Poetas e naturalistas têm muito o que dizer acerca da natureza; mas é o cristão quem mais sabe apreciar as suas belezas, porque reconhece a obra de seu Pai, percebendo Seu amor em cada flor, arbusto ou árvore. Ninguém pode apreciar plenamente o significado de montes e vales, rios e lagos, se não os vê como uma expressão do amor de Deus aos Seus filhos.”

Por meio do sábado, o pensamento criacionista confere valor à natureza, indicando que toda a criação tem Pai, o Ser pessoal que a criou e a mantém protegida do controle destrutivo e avassalador do mal. Nesse sentido, sendo originalmente uma revelação perfeita do amor de Deus aos Seus filhos, a natureza, hoje vitimada pelo pecado, emite uma mensagem ambígua na qual o bem e o mal lutam em guerra incessante. No seu estado atual, a natureza nos fala com língua bifurcada: beleza e feiura, altruísmo e seleção natural, ordem e catástrofe, vida e morte. Na realidade, “quando observamos o pacífico cenário da planície ou os vales das montanhas envoltos no mágico encanto da tarde, vemos a aparência de uma harmonia que é quase edênica. Mas o estudante da natureza sabe muito bem que debaixo desse manto de paz, a batalha horrível de garra e pata se está travando. [...] No mundo natural Deus prefere contender com Satanás de modos naturais. [...] Um conhecimento deste equilíbrio dinâmico na natureza fortifica a confiança do homem na providência e no cuidado de Deus. Ele vê a operação de um Ser todo-sábio e todo-poderoso, que permite a desobediência para demonstrar sua insuficiência e futilidade, mas que cuida dos Seus enquanto essa demonstração está em processo, e torna suave a vida para Seus adoradores, embora eles vivam nas horas finais de um mundo terrivelmente maculado e desorganizado.”

Ainda que espancada pelos efeitos do pecado, consegue a natureza nos trazer à consciência a paternidade divina? Sim! Nela mesclam-se as mensagens da criação e da redenção, porquanto “o mundo, embora caído, não é todo tristeza e miséria. Na própria natureza há mensagens de esperança e conforto. Há flores sobre as ervas daninhas, e os espinhos estão cobertos de rosas”. Assim, semanalmente, observando o sábado, lembramos do “Pai Nosso” e, esperançosos, aguardamos o mundo ser redimido e restaurado à glória original, quando despontará o reinado pacífico em que “o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi. A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o Meu santo monte, porque a Terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:6-9).

O filósofo cético Bertrand Russel, em tom sinistro e desprovido de qualquer esperança, reconheceu o absurdo da vida guiada pela cosmovisão meramente científica. Ele declarou: “Ainda mais despropositado, mais vazio de sentido, é o mundo que a ciência apresenta para que nele creiamos. Em meio a um mundo assim, nossos ideais devem encontrar seu espaço daqui para a frente. Que o homem seja o produto de causas que não previam o fim a ser atingido; que sua origem, seu crescimento, suas esperanças e temores, seus amores e crenças sejam tão só o resultado de combinações acidentais de átomos; que nenhuma paixão, nenhum heroísmo e nenhuma intensidade de pensamento e sentimento possam preservar uma vida individual após a tumba; que todos os labores dos séculos, toda a devoção, toda a inspiração e todo o brilho meridiano do gênio da humanidade sejam destinados à extinção na vasta morte do sistema solar, e que o templo inteiro das conquistas do homem deva ser inevitavelmente sepultado sob os escombros de um universo em ruínas – todas essas coisas, se não são indiscutíveis, são, todavia, quase tão certas que nenhuma filosofia que pretenda rejeitá-las pode ter a esperança de permanecer. Somente junto aos andaimes dessas verdades, somente sobre o firme fundamento de um desespero obstinado, pode a habitação da alma ser edificada com segurança daqui para a frente.”

Contrariando essa desesperança de Russel está o sétimo dia, a nos lembrar de que há sentido cósmico e individual. O sábado oferece resposta para as três questões universais: De onde vim? Por que estou aqui? Para onde eu vou? Na perspectiva sabática do descanso divino, o passado, o presente e o futuro são instâncias do tempo circundadas pela esperança. Esse fragmento do tempo nos traz não só a recordação constante de que somos amados por Deus, mas também a promessa de dias melhores, dias eternos (Hebreus 4:9). Mais do que um dia comum, o sábado nos transporta para o “viver no espírito” no qual “o coração que ainda não se acha endurecido pelo contato com o mal está pronto a reconhecer aquela Presença que penetra todas as coisas criadas. O ouvido, ainda não ensurdecido pelo clamor do mundo, está atento à Voz que fala pelas manifestações da natureza. E para os [...] que necessitam continuamente dessa silenciosa lembrança das coisas espirituais e eternas, proporcionadas pela natureza, será o ensino desta não menos uma fonte de prazer e instrução”.

Em suma, a fim de nos guardar do vazio existencial e da filosofia do desespero, muito presentes no ser humano contemporâneo, foi o sábado especialmente separado por Deus para reafirmar nossa filiação divina e nos avisar de que não somos órfãos cósmicos, lançados na solidão da vida sem qualquer vislumbre do horizonte eterno. Que importância e valor temos? O sábado nos assegura de que não somos animais evoluídos descendentes de ancestrais simiescos, mas que temos origem diferenciada e especial. Somos filhos de Deus, formados à Sua imagem e semelhança. Por isso, o mandamento: “Lembra-te do dia de sábado...” (Êxodo 20:8), já que na memória precisa ficar gravada a história da criação, pois esquecer-se dela significa não perceber o sentido transcendente de nossa presença no mundo.

Durante as vinte e quatro horas sagradas, o Criador chama a atenção do ser humano, querendo-lhe, semanalmente, sinalizar a convicção: “Você é Meu filho. Eu o criei. Jamais esqueça isso!” Portanto, guardar o sábado vai além da abstenção de atividades seculares; observar o sétimo dia, na letra e no espírito, é lembrar que temos um Pai que nos valoriza. Significa estar selado como filho de Deus.

(Frank de Souza Mangabeira, membro da Igreja Adventista do Bairro Siqueira Campos, Aracaju, SE; servidor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe)

terça-feira, novembro 28, 2017

Vaticano assume evoteísmo e deve reabilitar padre evolucionista

Em seu blog “Darwin e Deus”, no site do jornal Folha de S. Paulo, o jornalista Reinaldo José Lopes informou recentemente que será reabilitada a obra de Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955), jesuíta francês que também foi paleontólogo e realizou uma série de estudos pioneiros sobre evolução humana na China. “Desde os anos 1960, as obras de Chardin estão marcadas com um ‘monitum’, ou advertência, da Congregação para a Doutrina da Fé, órgão responsável pela pureza doutrinária do catolicismo”, explica Reinaldo. “O que acontece é que diversos livros do religioso, que analisam o fenômeno evolutivo por um prisma teológico e religioso, fazem uma espécie de fusão ousada do cristianismo com o evolucionismo, o que deixou parte da Igreja Católica contrariada.”

Acontece que os membros do Conselho Pontifício para a Cultura, do Vaticano, acabaram de votar em peso em favor do fim do “monitum”, o que significa que o pensamento e a obra de Chardin realmente poderão ser reabilitados. “É de se esperar que o papa Francisco siga a recomendação porque fez uma menção elogiosa ao trabalho de seu colega jesuíta em sua encíclica ambiental, a Laudato Si”, prevê Reinaldo.

E assim vemos revelada claramente a posição ideológica católica evolucionista teísta segundo a qual Deus teria Se valido de processos evolutivos para trazer a vida à existência e ao seu estágio atual – sendo Deus, então, o criador da cruel seleção natural, do conceito de sobrevivência do mais apto e, claro, da morte como fator de “purificação” e seleção das formas de vida.

Ao esposar essa ideia, o Vaticano e o papa lançam por terra o relato da criação e, consequentemente, o santo sábado, memorial dessa criação realizada em seis dias literais de 24 horas. Isso sem contar que comprometem também a obra redentora de Jesus, afinal, se a história do pecado igualmente se encontra no relato alegórico do Gênesis, o que Jesus veio fazer aqui? Por que Ele morreu na cruz para expiar a culpa por algo que não aconteceu de fato? Por que Ele é considerado o segundo Adão, se o primeiro nem existiu?

Eu sua encíclica Laudato Si, o papa Francisco dedica um capítulo à defesa do descanso dominical como uma das possíveis soluções para o aquecimento global. Evidentemente que, para defender um dia que não é verdadeiramente um dia de repouso, o papa precisa tirar para escanteio o verdadeiro dia de repouso. Assim, nada mais conveniente que a teoria da evolução para contestar o relato bíblico e relativizá-lo a tal ponto que qualquer doutrina possa ser relida e redefinida ao bel-prazer dos teólogos evolucionistas do Conselho Pontifício para a Cultura.

A polarização se tornará cada vez mais evidente: de um lado estarão o “fundamentalistas” teimosos em sua defesa da interpretação literal dos primeiros capítulos da Bíblia e da vigência da lei de Deus (o que inclui o quarto mandamento); de outro estarão os teólogos liberais que relativizam e mitologizam o relato da criação, defendendo um dia de descanso criado pelo homem.

De que lado você estará?

Michelson Borges




sexta-feira, outubro 27, 2017

O memorial da criação

As pessoas costumam construir monumentos para recordar grandes feitos e acontecimentos. Um monumento é um marco comemorativo no espaço. Você sabia que existe um memorial no tempo, também? Não é o simples marco de uma construção qualquer, é o memorial da origem da vida, o monumento comemorativo da Criação. É verdade que ele anda meio esquecido ultimamente. E é justamente por isso que existe uma pergunta que ainda continua tirando o sono de muita gente: “De onde viemos e para onde vamos”?

quarta-feira, julho 05, 2017

O calendário lunar e a guarda do sábado

Há registro de que mais de 70 calendários diferentes já foram usados no mundo! Alguns deles ainda são adotados pelo mundo hoje, em diferentes países ou por diferentes religiões. O interessante é que a maioria absoluta desses calendários em uso ou em desuso emprega uma semana de sete dias que não depende do ciclo mensal. Uma pesquisa feita pelo bispo episcopal William Meade Jones no século 19 revelou que em 160 idiomas diferentes o sétimo dia da semana tem uma aproximação linguística muito nítida com a palavra hebraica shabbath, empregada na Bíblia. Em todas essas culturas o sábado é o sétimo dia da semana. No século 19, quando Franz Delitzsch, um estudioso da língua hebraica, propôs uma teoria para explicar o surgimento do sábado. Na época, estava em moda entre muitos teólogos questionar a historicidade do relato bíblico. Os teólogos liberais diziam que a maioria dos textos bíblicos do Antigo Testamento foi escrita pouco antes ou pouco depois do exílio babilônico e que não era um relato fiel da história. Alguns desses teólogos acreditavam que a religião hebraica havia evoluído do politeísmo mágico para um monoteísmo ético por volta desse tempo.

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sábado, março 25, 2017

Alemanha leva a sério o descanso dominical

Dia de silêncio protegido por lei
É noite de sábado. As filas são longas, e as estantes dos supermercados já estão quase vazias. Todos correm para garantir que nada vai faltar em casa até segunda-feira. A cena quase apocalíptica é comum na véspera do “dia do silêncio” na Alemanha. O domingo aqui é sagrado e protegido por lei. Quase tudo fica fechado. Supermercados, shoppings e lojas abertos são raríssimas exceções. Por isso, é preciso se planejar. Se você esqueceu de comprar um ingrediente para o almoço de domingo, não tem chance. Vale o improviso ou correr para o restaurante. O domingo poderia ser o dia perfeito da semana para passar o aspirador, cortar a grama do jardim e fazer pequenos reparos em casa, como colocar um prego na parede. Mas, na Alemanha, é proibido. Quem desrespeita o silêncio do vizinho tem que pagar multa. Até jogar garrafas de vidro em contêineres espalhados pelas ruas não é permitido.

O Ruhetag (dia do descanso) é protegido pela lei do trabalho alemã. “Trabalhadores não devem exercer suas atividades aos domingos e feriados das 0h às 24h”, diz o texto. A regra não se aplica a veículos de comunicação, hospitais, espaço de lazer e teatros, que podem funcionar normalmente. Padarias e farmácias entram em esquema de plantão, num sistema de rodízio. Já a maioria dos restaurantes abre como nos outros dias da semana, e muitos oferecem brunch.

Em 2014, o Tribunal Administrativo Federal da Alemanha, em Leipzig, decidiu que bibliotecas, loterias e call centers não devem funcionar aos domingos, em resposta a uma ação movida por igrejas protestantes e o Verdi, sindicato de funcionários do setor de serviços, contra exceções aplicadas a certas categorias no estado de Hesse. O entendimento foi de que as pessoas podem fazer apostas ou pegar livros durante a semana, e que os trabalhadores desses locais precisam ter seu descanso respeitado.

Domingo, definitivamente, não é o dia para riscar tarefas da sua lista. Mas é ideal para acordar tarde, tomar um longo café da manhã e, se o tempo estiver bom, sair para andar pelo parque, passear na floresta e brincar com crianças ao ar livre.

É o dia para estar com a família e os amigos. Quem tem uma avó alemã, provavelmente será convidado para um Kaffee und Kuchen (bolo e café da tarde), seguido de um Spaziergang (passeio).   

(DW)

Papa e os líderes da UE; atrás, pintura do juízo final
Nota: Note que foram os protestantes e os sindicatos que “brigaram” pelo descanso dominical na Alemanha. Os primeiros deveriam defender a Bíblia (o princípio protestante sola scriptura), que estabelece o sábado como dia de descanso. E o segundo será uma pedra no sapato dos que querem obedecer a Deus e à Sua Palavra. Quando o decreto dominical for assinado em um futuro próximo, muitos países o acatarão sem maiores dificuldades. Falando nisso, ontem os presidentes e líderes de 27 países da União Europeia (UE) foram até o Vaticano celebrar os 60 anos do Tratado de Roma. Quem discursou para eles e defendeu a união e o combate ao terrorismo? Sim, ele mesmo, o maior defensor do descanso dominical: o papa Francisco. [MB]

segunda-feira, março 13, 2017

Quem mudou o descanso do sábado para o domingo?

Imperador Constantino
O nome domingo vem do latim Dies Dominicus (dia do Senhor), porque era quando os cristãos celebravam a ressurreição de Jesus. Mas, no alvorecer do cristianismo, era considerado o primeiro dia da semana e não o sétimo: o dia bíblico de descanso continuava sendo o sábado, como era para os judeus. De acordo com o Novo Testamento, os apóstolos se reuniram aos domingos para o partir do pão, mas isso não significa que o sábado (que em hebraico significa simplesmente “descanso”) tinha perdido seu lugar como um dia de descanso obrigatório. Além disso, na Roma antiga chamavam o domingo de dies solis (dia do Sol: daí o inglês Sunday ou o alemão Sonntag), porque foi dedicado à divindade pagã chamada Sol Invictus, muito importante no culto imperial. E foi justamente um imperador romano, Constantino, o Grande, que fundiu as duas tradições em uma. Assim, o mesmo César que legalizou a religião cristã pelo Edito de Milão, em 313 – que mais tarde fundaria Constantinopla como capital romana do Oriente e seria santificado – decretou em 7 de março de 321 que o antes chamado dies Solis seria observado como feriado civil obrigatório.

No entanto, a confirmação “oficial” dessa mudança pela Igreja Católica levaria mais de mil anos. Foi no Concílio de Trento, realizado no século 16: “A Igreja de Deus achou conveniente que a celebração religiosa do sábado deva ser transferida para o dia do Senhor: o domingo.” Como resultado, em quase todos os países de tradição cristã foram proibidos aos domingos o artesanato, o comércio e a dança. Exceções foram feitas em situações de emergência ou para certos sindicatos. Finalmente, após a Revolução Francesa (1789), o descanso dominical foi assimilado como um direito trabalhista e é admitido praticamente em todas as legislações.

(Muy História; colaboração: Nelson Wasiuk)

Nota 1: É interessante ver um site secular confirmando o que sempre temos dito: que a mudança do sábado para o domingo não pode ser justificada pela Bíblia, sendo uma mudança promovida pelo Império Romano com a concordância da Igreja de Roma. Os evangélicos podem até procurar textos bíblicos para justificar o descanso dominical, mas não encontrarão um versículo sequer. Ele acabam tendo que admitir que guardam o domingo porque os romanos (império e igreja) assim o decretaram. [MB]

Nota 2: Em um artigo publicado na revista Sinais dos Tempos de março de 1998, o Dr. Alberto Timm explica que “uma das teorias mais usadas para justificar a mudança do sábado para o domingo é a de que o sábado foi abolido na cruz e o domingo instituído em seu lugar através da ressurreição de Cristo. Por mais popular que seja, essa teoria carece de fundamentação bíblica e de comprovação histórica. O texto de João 20:19, normalmente usado para apoiar a teoria, simplesmente declara que os discípulos estavam reunidos, com ‘as portas da casa’ trancadas, por ‘medo dos judeus’, sem qualquer alusão ao domingo como um novo dia de guarda. Além disso, a primeira evidência histórica concreta sobre a existência de cristãos observadores do domingo é encontrada somente na metade do segundo século de nossa era.

“A tese doutoral de Samuele Bacchiocchi, intitulada From Sabbath to Sunday: A Historical Investigation of the Rise of Sunday Observance in Early Christianity (Roma: Pontifical Gregorian University Press, 1977), demonstra ‘que a adoção do domingo em lugar do sábado não ocorreu na primitiva Igreja de Jerusalém, por virtude de autoridade apostólica, mas aproximadamente um século depois na Igreja de Roma.’

“Sob a influência cultural paganizadora do Império Romano, o cristianismo dos primeiros séculos acabou absorvendo vários elementos de origem pagã, dentre os quais se destaca o culto ao Sol de origem persa (mitraísmo). Os mitraístas romanos veneravam o Sol Invictus cada domingo e celebravam anualmente o seu nascimento no dia de 25 de dezembro. Tentando harmonizar alegoricamente o Sol Invictus com o ‘sol da justiça’ do cristianismo (Ml 4:2; Jo 8:12), muitos cristãos começaram a adorar a Cristo no domingo como ‘dia do Sol’ (Sunday em inglês e Sonntag em alemão), com o duplo propósito de se distanciarem do judaísmo perseguido pelos romanos e de se tornarem mais aceitos dentro do próprio Império Romano.

“Mas o que parecia inicialmente apenas um sincretismo religioso começou a assumir um caráter institucional. A 7 de março de 321 d.C., o imperador Constantino, um devoto adorador de Mitra, decretou ‘que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol’. Esse decreto foi seguido por várias medidas eclesiásticas para legalizar a observância do domingo como dia de guarda para os cristãos. O próprio Catecismo Romano, 2ª ed. (Petrópolis, RJ: Vozes, 1962), na página 376, reconhece a atuação da Igreja Católica nesse processo, ao declarar: “A Igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do sábado.”

“Por mais atraentes e populares que sejam algumas teorias sobre a origem da observância do domingo, não podemos impor ao texto bíblico interpretações artificiais e desenvolvimentos históricos que só ocorreram após o período bíblico. Para sermos honestos com a Palavra de Deus, precisamos permitir que ela mesma nos diga qual o verdadeiro dia de guarda do cristão (ver Gl 1:8; Ap 22:18, 19).”

Nota 3: É interessante notar como o tema do sábado tem sido destacado ultimamente. Quando o Dr. Ben Carson foi candidato à presidente dos EUA, vários veículos de comunicação destacaram a fé dele e o fato de ser guardador do sábado; quando o goleiro Vítor recusou uma grande oferta de emprego pelo fato de que teria que trabalhar aos sábados, o Brasil inteiro ficou sabendo dessa história de fidelidade; o filme “Hacksaw Ridge” tem como personagem principal um soldado adventista do sétimo dia fiel à Bíblia; e, mais recentemente, a mudança do dia das provas do Enem também colocou em evidência o assunto do dia de guarda. O sábado é o memorial da criação e aponta para o Deus verdadeiro, Criador dos céus e da Terra; além disso, faz parte das três mensagens angélicas de Apocalipse 14. Portanto, é natural que esse assunto ganhe cada vez mais dimensão e seja cada vez mais discutido. Quando você for questionado, que suas respostas sejam embasadas na Bíblia e não na autoridade humana. [MB]


quinta-feira, março 09, 2017

Enem não mais será realizado aos sábados

Ministro Mendonça Filho
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 será realizado em dois domingos consecutivos: 5 e 12 de novembro. No ano passado, a prova foi aplicada em um fim de semana (sábado e domingo, 5 e 6 de novembro). A modificação foi divulgada pelo Ministério da Educação (MEC), na manhã desta quinta-feira (9). As demais mudanças foram. […] A decisão de alterar o esquema de datas do Enem foi decidida após a realização da consulta pública sobre o exame, entre os dias 18 de janeiro e 17 de fevereiro. Dos mais de 600 mil participantes, 63,70% votaram que o Enem deveria ocorrer em dois dias e 36,30% opinaram que deveria ser aplicado em um dia só. Em seguida, aqueles que participaram da consulta pública tiveram de responder à seguinte questão: “Caso o exame continue sendo aplicado em dois dias, qual formato deverá ser realizado?” A maior parte (42,30%) optou que ele ocorresse em dois domingos seguidos – por isso, o MEC implementou a mudança. Em segundo lugar, ficou a opção de um domingo e uma segunda-feira (que se tornaria feriado escolar), votada por 34,10% dos participantes. Por último, restou a alternativa de manter-se o esquema até então vigente, de sábado e domingo, com 23,60% dos votos.


Nota: Essa é uma grande vitória para os sabatistas que participaram ativamente com suas orações e na campanha para a votação na consulta pública. Foi a vitória da cidadania, da liberdade religiosa e do bom senso. Mas, acima de tudo, foi a vitória do Senhor do sábado! Além de permitir que guardadores do sábado possam realizar as provas em condições iguais às dos que não guardam o sétimo dia, toda essa discussão ajudou a dar mais visibilidade ao quarto mandamento da lei de Deus e à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Esse é um bom momento para expressarmos nossa gratidão a Deus – quem sabe com cultos de ação de graças –, e gratidão, também, ao Ministério da Educação, na pessoa do ministro Mendonça Filho, pela oportunidade que concedeu de manifestação por parte dos sabatistas e por respeitar a opção da maioria dos votantes. A Igreja Adventista na América do Sul reconhece os esforços do MEC no sentido de possibilitar que os sabatistas participassem e participem do Enem (confira). [MB]

sexta-feira, fevereiro 17, 2017

Enem em um só dia pode gerar economia de R$ 646 mil

Faça valer seu direito
Termina às 23h59 desta sexta-feira (17) o prazo para responder às perguntas da consulta pública sobre as mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com a consulta, no ar desde o dia 18 de janeiro, o Ministério da Educação (MEC) quer referendar a possibilidade de aplicar o exame em apenas um dia, no domingo, e não mais em dois. Caso isso ocorra, o governo vai atender a uma antiga reclamação dos sabatistas, candidatos que por questão religiosa só podem estudar ou trabalhar no sábado após o sol se pôr. Todos os anos eles entram para as provas às 13h (pelo horário de Brasília) junto com os demais candidatos, e ficam isolados em uma sala para começar o exame somente às 19h. No Acre, por conta do fuso horário, o tempo de espera chega a 9h. Segundo o Inep, responsável pela aplicação do exame, cada candidato sabatista custa para o governo R$ 16,39 a mais do que os demais participantes, por conta das despesas extras de ter de aplicar o exame no período noturno. Como o custo médio de cada participante é R$ 68,71, o sabatista gera uma despesa de R$ 85,10 para o MEC. Se a regra estivesse vigorando no ano passado, o governo teria economizado cerca de R$ 646 mil com os 76 mil sabatistas que fizeram as provas. No total, o exame de 2016 foi o mais caro da história com custo de R$ 788 milhões e arrecadação de R$ 136 milhões com inscrições.

Além da pergunta sobre se a aplicação do Enem deve manter o formato atual, em dois dias, ou ser realizada em apenas um, com uma prova de até 100 questões e redação, e 5 horas e 30 minutos de duração, a consulta possui mais outras três questões. A segunda questão complementa a anterior.

Caso o exame continue sendo aplicado em dois dias, ela pergunta aos cidadãos que dias deveriam ser adotados: domingo e segunda-feira (que se tornaria um feriado escolar), dois domingos seguidos ou a manutenção do formato atual, com provas no sábado e domingo. Em todos os casos será mantida a redação, segundo o governo.

Na última atualização, até as 8h desta quinta-feira (16), segundo o Inep, a consulta havia recebido 570 mil respostas. As perguntas podem ser respondidas pelo portal www.inep.gov.br

O governo anunciou que o edital do Enem 2017 com as possíveis mudanças será divulgado no mês de março.



quinta-feira, fevereiro 09, 2017

Enem urgente! Você precisa se manifestar

domingo, janeiro 15, 2017

Enem poderá ser feito em dois domingos

Momento de mobilização e oração
O governo estuda aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em dois domingos ou até mesmo num dia só. A ideia constará da consulta pública que o Ministério da Educação (MEC) pretende lançar na próxima semana com sugestões de mudanças no teste, que tradicionalmente ocorre num sábado e domingo consecutivos. Um dos motivos seria evitar submeter os candidatos sabatistas a uma espera de mais de cinco horas, dentro das salas, antes do início das provas, que só ocorre para eles quando o sol se põe. Mas a mudança também busca uma redução nos gastos com o teste, que em 2016 custou R$ 798,8 milhões. A secretária-executiva da pasta, Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou ao Globo que a ideia vem sendo amadurecida dentro de uma série de medidas que devem ser adotadas já em 2017 para focar o Enem nos participantes que pretendem usar o exame para entrar no ensino superior público e privado. A maioria das universidades estatais utiliza a nota do teste na seleção dos candidatos, da mesma forma que o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni) faz para preencher vagas em instituições particulares.

“Se vai ser em um dia ou dois, esse é o ponto principal. Mas não tem nada resolvido ainda. Claro que se fizer só em um dia, vai ter que fazer mudanças na prova. Fazer em dois domingos é uma outra hipótese- disse a secretária.”

Pelas regras atuais, os participantes sabatistas têm de entrar nos locais de prova no mesmo horário que os demais, ou seja, às 13h. Mas só começam a fazer a prova após o sol se pôr. Eles somaram 76,2 mil candidatos na edição passada do Enem. Apesar do número absoluto significativo, representam menos de 1% dos 8,6 milhões de inscritos. Mesmo assim, manter a estrutura para atender aos sabatistas pode ter um custo elevado. Monitores e fiscais, por exemplo, têm jornada dobrada, além das dificuldades de logística para dar assistência a pequenos grupos em todo o país.

Cálculos nesse sentido estão sendo considerados pelo governo, para diminuir o tamanho do público do Enem, conforme antecipou o Globo em novembro. Além da redução de custos, a medida resultaria em uma operação menos complexa, em termos de segurança, riscos de vazamento e logística. A ideia ganhou corpo com o elevado índice de abstenção verificado no ano passado: 30,4%. Foi a maior taxa desde 2009, quando o teste começou a funcionar em caráter nacional como vestibular para universidades públicas e registrou 37% de ausentes.

Ao apresentar o dado, o ministro da Educação, Mendonça Filho, pontuou que os faltosos representaram um desperdício de R$ 236 milhões aos cofres públicos e defendeu publicamente a necessidade de modificações no exame. O custo inicial do Enem no ano passado era de R$ 788,3 milhões, mas a prova foi adiada para parte dos alunos devido às ocupações de escolas, elevando o valor para R$ 798,8 milhões. Na mesma ocasião do balanço do exame, o ministro reclamou das condições reservadas aos sabatistas, mas não anunciou medidas concretas para mudar a situação. […]


Nota: É momento de todos os sabatistas se mobilizarem, se unir em oração e ficar atentos para a forma como o assunto será votado. […]

terça-feira, dezembro 20, 2016

A família é a primeira vítima do trabalho dominical

Ato religioso em Bratislava
“Devemos dar-nos conta de que a família é a primeira vítima da eliminação da diferença entre trabalho ferial e trabalho dominical”, é o que escreve a Conferência Episcopal Eslovaca na Mensagem de Advento, na qual ressalta que o domingo deve ser celebrado como dia de repouso para que as pessoas possam dedicar tempo e alimentar a relação com Deus. Segundo os bispos do país da Europa Central, a postura liberal da sociedade em relação ao trabalho dominical tem consequências negativas para a vida familiar. “Quando não há tempo para cuidar das relações interpessoais a família é colocada em situação de risco, sem falar do fato de que o trabalho estressante, sem interrupção e sem possibilidade de repouso, incide negativamente na saúde e resulta menos produtivo”, denunciam os prelados, convidando todos os fiéis e as pessoas de boa vontade a defender o repouso dominical para ter “pessoas mais felizes e satisfeitas” em nossa sociedade. “Apelamos aos políticos, às autoridades locais e aos empresários a não colocar mães e pais para trabalhar no domingo. E não nos esqueçamos de que nós, como católicos, devemos ser os primeiros a dar o exemplo”, conclui a carta pastoral. (RL)


Nota: Meio ambiente (ECOmenismo) e família continuam sendo as duas bandeiras mais fortes na defesa do descanso dominical. A ideia de preservar a família, em si, é boa e lógica, e por isso mesmo convincente. As famílias precisam mesmo de uma proteção contra o consumismo e a erosão dos relacionamentos. Quem vai se opor a esses argumentos? E se fizer oposição, não à ideia, mas ao dia escolhido, como será visto? Assista ao vídeo abaixo e conheça os desdobramentos que podem ter iniciativas como essas. [MB] 


quarta-feira, dezembro 07, 2016

MEC estuda alteração no Enem para sabatistas

Mudança será muito bem-vinda
Floriano Pesaro, secretário de Estado de Desenvolvimento de São Paulo, fez uma solicitação formal nesta quarta-feira para Mendonça Filho, ministro da Educação, para que o Enem não seja realizado aos sábados. “Muitos alunos praticam religiões que impedem que escrevam durante o sábado sagrado, ficando impedidos da realização da prova ou diante de uma injusta escolha entre a obediência a sua fé e o exame tão importante em sua vida”, afirmou Pesaro. O ministro afirmou que as mudanças para os estudantes sabatistas estão sendo estudadas. [Veja no vídeo abaixo o posicionamento do ministro sobre os sabatistas e o Enem.]

(Direto da Fonte, O Estado de S. Paulo)



quarta-feira, novembro 16, 2016

Ivanka Trump testemunha sobre o sábado

Um dia especial para a família
Um testemunho sobre a beleza do sábado veio de uma fonte incomum: Ivanka Trump, a filha de 35 anos do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Ela se converteu ao Judaísmo sete anos atrás. “Nós guardamos o sábado”, ela disse. “De sexta-feira ate sábado, nós não fazemos nada além de passar tempo um com o outro.” [...] Um dos benefícios da observância do sábado é expresso em algumas frases de Ivanka. [...] Quando tinha 27 anos, Ivanka, que cresceu como presbiteriana, converteu-se ao judaísmo em um tribunal rabínico ortodoxo em Nova York. Ela assumiu a observância do Shabat, feriados e kashrut, e adotou o nome hebraico Yael. No inverno passado, Donald Trump disse: “Eu tenho uma filha judia. Isso não estava no plano, mas estou muito feliz por ter acontecido.” [Veja também o que Trump disse em 2013 sobre funcionários seus que guardam o sábado.]

Em 2009, ela se casou com o investidor imobiliário Jared Kushner, de uma família religiosa proeminente de Nova Jersey. O casamento completamente kosher foi grandioso, como convém em um ligamento entre duas lendárias famílias imobiliárias. [...] O casamento foi tão generoso quanto glamouroso. Os convidados foram incentivados a contribuir para três organizações de caridade em vez de dar presentes para o casal. A própria Ivanka apoia filantropias judaicas.

Ivanka e o marido são ortodoxos observadores do sábado e de feriados judaicos. Seu pai se acostumou com o fato de que do anoitecer de sexta-feira até o anoitecer de sábado todas as semanas eles ficam inacessíveis por telefone, SMS ou e-mail. Ela se desvincula do mundo dos negócios e está fica por 25 horas, apesar de ser fundamental como vice-presidente executiva nas organizações Trump e ter sido uma importante ativista na campanha presidencial. Isso, além de sua própria joalheria e negócios de moda. Nos sábados, ela deixa de lado todos esses esforços - o Shabat é mais importante. [...]

Em março de 2015, o jornalista da Vogue Jonathan van Meter entrevistou Ivanka. Ela explicou aos leitores, em sua maioria não judeus, o que a observância do Shabat significa para ela: “Eu sempre evitava ter conversas públicas, porque é uma coisa tão pessoal [...]. Somos muito observadores, mais do que alguns, menos do que outros. Eu só sinto que é uma coisa tão íntima para nós [...]. Foi uma decisão tão grande para mim. Eu sou muito moderna, mas também sou uma pessoa muito tradicional, e eu acho que é uma justaposição interessante em como eu fui criada também. Eu realmente acho que com o judaísmo cria-se um plano surpreendente para conectividade familiar.”

“Deixando de lado o aspecto religioso; vivemos em um mundo tão acelerado”, disse Jared.

Ivanka também disse: “É uma coisa incrível quando você está tão conectado, mas realmente para e se desliga. E para Arabella saber que ela tem a mim, indivisível, um dia por semana. Nós não fazemos nada exceto brincar um com o outro, sair um com o outro, ir em caminhadas juntos. Família pura!”

(The Jerusalém Post; tradução: Daniel Miranda)

quinta-feira, novembro 10, 2016

Deputado diz que confinamento de sabatistas é tortura

Isso é igualdade?
O deputado federal do Acre Moisés Diniz disse que o isolamento de candidatos sabatistas - que guardam o sábado por convicção religiosa e só trabalham ou estudam após o pôr do sol - durante as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é “uma tortura”. No Acre, 538 candidatos sabatistas se inscreveram no Enem 2016, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Com 3h de diferença do Distrito Federal, os candidatos tiveram que esperar dentro de sala de oito a nove horas para começar as provas. O exame foi aplicado nos últimos dias 5 e 6. Diniz afirmou que a situação dos jovens adventistas no Acre é ainda pior por conta do fuso horário. Ele lembrou que os candidatos tiveram que entrar nos locais de provas às 10h e só começaram a fazer as provas às 18h. “Para mim, isso é uma tortura e fere a Constituição. Com o tempo de prova, podemos dizer que os jovens ficaram cerca de 12h confinados, sem poder se alimentar bem e descansar o corpo. Na verdade, eles concorreram de forma desigual, pois ficam exauridos fisicamente”, disse o deputado.

Diniz informou que deve apresentar uma proposta na próxima semana na Câmara Federal que discipline a questão dos sabatistas, tanto nas provas do Enem, como em concursos públicos que são realizados aos sábados. “O Estado, mesmo sendo laico, acredito que possa respeitar essa convicção das pessoas. No Brasil, quase 80 mil jovens adventistas realizaram o Enem em 2016. Se formos pensar em um concurso público, cerca de 100 mil adventistas do Brasil estão sendo privados de concursos ou estão sendo obrigados a passar por situações tão vexatórias”, concluiu.

A líder de jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Rio Branco, Nayara Lessa, disse que considera o isolamento dos sabatistas durante o Enem uma “intolerância religiosa”. Segundo ela, é preciso pensar uma forma que seja mais igualitária, já que ao começar a prova após oito horas de espera eles estão exaustos. “Consideramos uma intolerância religiosa prender um grupo de cristãos (sabatistas) em uma sala de aula por nove horas, sentados e calados para, somente após esse tempo torturante, começarem sua prova. Sim, nós fizemos essa escolha, mas consideramos um tratamento desrespeitoso a nós”, afirmou Nayara.

O agricultor Maicon Caruta, de 31 anos, participou da prova pela terceira vez. Ele conta que levou alimentos, suco e água para passar o tempo, mas, mesmo assim, disse que quase desistiu de fazer o exame. “Quando deu 14h, senti um desejo imenso de desistir por causa da minha coluna que estava doendo demais de ficar muito tempo sentado. Aí quando comecei a prova, não tinha mais concentração, estava exausto demais para fazer quatro horas e meia de prova. E no domingo [6], foi ainda pior porque eu estava muito cansado, já que saí no sábado às 23h10”, contou Caruta.

O estudante André Martins, de 24 anos, disse que desistiu de fazer o Enem neste ano devido ao tratamento que recebeu durante a prova em 2015. Segundo ele, não vai voltar a fazer o exame até que a situação dos sabatistas seja revista. O jovem disse que uma possibilidade seria mudar a prova para domingo e segunda, ou os candidatos sabatistas fazerem as provas no mesmo período dos privados de liberdade [sim, os presidiários podem fazer as provas em outro dia, os guardadores do sábado, não]. “Não tem como, por mais que você queira prestar o Enem, conseguir uma boa pontuação, não existe preparo psicológico quando vai fazer a prova. É uma pressão total ficar dentro de uma sala, sem poder conversar e sem poder se mover”, disse o jovem.


segunda-feira, outubro 24, 2016

Os dois grandes erros divulgados intensamente

O livro bíblico de Gênesis, entre outros, desmascara a mentira original espalhada pelo anjo caído Lúcifer e com a qual ele envolveu a humanidade em sua rebelião contra Deus: “Disse a serpente à mulher: ‘Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do bem e do mal’” (Gênesis 3:4, 5). A ideia da imortalidade da alma foi lançada, o que levou à independência de Deus, afinal, se sou imortal, por que devo me preocupar em manter conexão com a fonte da vida (Jesus)? A ideia da evolução espiritual, biológica e/ou social também estava inaugurada, afinal, o ser humano passa a ser visto como seu próprio deus. A outra mentira tem que ver com a contrafação do sábado do sétimo dia. Logo na origem deste mundo é dito que, “no sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação” (Gênesis 2:2, 3). Deus estabelece o sábado como memorial de Sua obra criativa, um sinal de fidelidade do ser humano para com Ele (Ezequiel 20:20), um mandamento da Sua santa lei (Êxodo 20:8-11) e um elemento constitutivo da última mensagem a ser dada aos humanos antes da volta de Jesus (Apocalipse 14:6, 7). Obviamente que Lúcifer, que se rebelou contra o governo divino e vem pregando a independência de Deus há alguns milênios, luta incansavelmente para destruir a crença na mortalidade humana e na vigência do santo sábado, pois ambas as doutrinas bíblicas evidenciam nossa total dependência do Criador. Um dos recursos disponíveis ao rebelde é a “indústria cultural”. Ela tem feito um marketing gratuito e bastante eficaz das duas grandes mentiras.

Anda circulando pelas redes sociais a seguinte chamada para um novo filme demoníaco: “Durante 200 anos, muitas pessoas tentaram se comunicar com os mortos. O que acontece quando eles respondem?” Trata-se da série “Ouija”, cujo novo filme tem como título “Origem do Mal”.

O filme descreve a vida de uma família tipicamente suburbana dos anos 1960 que sofreu o impacto da morte prematura do pai. Sobraram a mãe e duas filhas, que tentam sobreviver ganhando dinheiro como médiuns charlatãs, dando conforto falso às pessoas que as procuram. Mas tudo muda quando elas compram a famigerada tábua Ouija e se veem ameaçadas por “espíritos reais” e nada bonzinhos. No filme, há homenagens a clássicos de terror como “O Exorcista” e “Poltergeist”, o que ajuda mais uma vez a divulgar essas produções. “Ouija” vem no embalo do recente boom de filmes que abordam temas sobrenaturais, como “Atividade Paranormal” e “Invocação do Mal”, entre outros.

Esse tipo de produção cinematográfica alcança especialmente o público adolescente e jovem, que lota as salas de cinema. Mas há material (e muito) também para as crianças, garantindo a doutrinação espírita desde cedo. 

E quanto ao erro da observância do domingo e da desconsideração ao sábado? Duas notícias apenas:

O Portal G1 divulgou matéria interessante, com o título “Fechamos aos domingos para ver o sol se pôr”. Trata-se do aviso colocado na porta de uma doceria em Campo Grande, MS, que traz ainda a explicação: “Fechamos aos domingos para caminhar no parque, ir ao cinema, visitar um amigo, ler um bom livro, tomar um tereré, andar de bicicleta, aproveitar a família, cochilar na rede, tomar um banho de piscina, fazer tricô, meditar, ver o sol se pôr.”

A dona do estabelecimento explica: “Ficamos um ano e meio atendendo todos os dias da semana, mas a gente sentiu necessidade de ter um dia de folga, só para nós, então, decidimos fechar no domingo. Muita gente falava que a gente estava deixando de ganhar dinheiro, que outras docerias abriam, mas essas pessoas não percebiam que estavam no dia de folga querendo que a gente trabalhasse. O quadrinho é uma boa justificativa para as pessoas entenderem que a gente também quer descansar, aproveitar a família.”

A iniciativa chamou a atenção da cidade, foi bem aceita e ganhou a imprensa. É assim que as pessoas vão sendo educadas quanto à necessidade de descansar um dia a cada sete. O próprio papa Francisco vem dando sua grande contribuição, promovendo a causa ECOmênica. Só que essa ideia vem desde a criação, tendo Deus estabelecido o dia específico para isso, porque não se trata apenas de pausar em um dia, mas de santificar o dia que celebra a criação. Aliás, seria interessante que a imprensa destacasse também os inúmeros estabelecimentos que não abrem as portas aos sábados, há muito tempo, justamente pelos motivos apontados pela doceria de Campo Grande.

E vamos à última notícia: “Conferência em Boston discutirá a importância do sábado.” Pensou que se tratava de uma conferência adventista do sétimo dia? Nada disso. Trata-se de uma conferência ecumênica realizada neste mês, nos Estados Unidos, e que tem como objetivo promover a volta do dia de repouso. O padre Donald Conroy, da Diocese de Greensburg, na Pensilvânia, falou sobre “O sábado, a criação e a cultura global emergente”, durante um segmento da conferência nomeado “O sábado regenerativo: sábado, domingo e renovação”. O padre Conroy atuou em uma comissão da ONU para assuntos ecológicos.

A conferência é organizada pelo Lord’s Day Alliance, dos Estados Unidos, e patrocinada por várias entidades cristãs. O reverendo Rodney Petersen, diretor executivo do Lord’s Day Alliance, disse: “O emocionante disso é a maneira como católicos, evangélicos, ortodoxos e muitos outros grupos cristãos estão trabalhando juntos para defender o importante mandamento da guarda do santo sábado. O que é mais importante para nós do que o tempo? Estamos vivendo numa era de monetização até mesmo dos últimos poucos momentos do nosso sagrado descanso. Um dos aspectos fundamentais da guarda do santo dia do Senhor é que nem tudo na vida tem um preço.”

Mas não se iluda. O “sábado” a que esses religiosos se referem não é o sétimo dia do quarto mandamento da lei de Deus. Trata-se, na verdade, do domingo. O uso intercambiado dos termos só causa confusão, passando a ideia de que tanto faz o dia. A verdade é que a deterioração do domingo tem sido uma preocupação crescente nos últimos anos para muitos grupos religiosos, inclusive a Igreja Católica, já que, mesmo os que dizem guardar o domingo, não o guardam como fazem os sabatistas.

Em 2012, a North American Orthodox-Catholic Theological Consultation, patrocinada pela United States Conference of Catholic Bishops, emitiu uma declaração com o título “A importância do domingo”, que dizia: “A recuperação do significado teológico do domingo é fundamental para restaurar nossas vidas.” E dizia mais: “Para os cristãos, o domingo – dia do Senhor – é um dia consagrado para o serviço e a adoração a Deus. É um festival cristão ímpar... No domingo, a igreja se reúne para realizar sua plenitude escatológica da Eucaristia, na qual o Reino e o dia sem fim do Senhor são revelados no tempo. É o eterno primeiro dia da nova criação, um dia de regozijo.”

Essa ideia de “primeiro dia da nova criação” vem sendo usada com frequência pelos católicos e passa a mensagem de que o sábado é o “sétimo dia da velha criação”; aliás, uma criação na qual os papas nem creem, pois mitologizam a figura de Adão e Eva e relativizam o relato literal de que Deus criou a vida neste planeta em seis dias literais de 24 horas, há cerca de seis mil anos. E tinha que ser assim, afinal, como defender a substituição do sábado pelo domingo e continuar crendo (como Jesus, Paulo, João e outros criam) que o relato da criação é histórico?

Resumindo: igrejas, organizações, religiões espiritualistas, estabelecimentos comerciais, livros, histórias em quadrinhos, séries, filmes, etc., etc., sabendo ou não disso seus promotores, produtores, membros e proprietários, estão unidos na divulgação massiva dos dois grandes erros que têm afastado a humanidade da verdade bíblica e de seu Criador.

Você tem coragem de nadar contra a correnteza? Os verdadeiros cristãos sempre nadaram assim, mas a promessa é que de que eles chegarão ao porto seguro.

Michelson Borges