Momento de mobilização e oração |
O governo estuda
aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em dois domingos ou até mesmo
num dia só. A ideia constará da consulta pública que o Ministério da Educação
(MEC) pretende lançar na próxima semana com sugestões de mudanças no teste, que
tradicionalmente ocorre num sábado e domingo consecutivos. Um dos motivos seria
evitar submeter os candidatos sabatistas a uma espera de mais de cinco horas,
dentro das salas, antes do início das provas, que só ocorre para eles quando o
sol se põe. Mas a mudança também busca uma redução nos gastos com o teste, que
em 2016 custou R$ 798,8 milhões. A
secretária-executiva da pasta, Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou ao Globo que a ideia vem sendo amadurecida
dentro de uma série de medidas que devem ser adotadas já em 2017 para focar o
Enem nos participantes que pretendem usar o exame para entrar no ensino
superior público e privado. A maioria das universidades estatais utiliza a nota
do teste na seleção dos candidatos, da mesma forma que o Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni) faz para
preencher vagas em instituições particulares.
“Se vai ser em um
dia ou dois, esse é o ponto principal. Mas não tem nada resolvido ainda. Claro
que se fizer só em um dia, vai ter que fazer mudanças na prova. Fazer em dois
domingos é uma outra hipótese- disse a secretária.”
Pelas regras
atuais, os participantes sabatistas têm de entrar nos locais de prova no mesmo
horário que os demais, ou seja, às 13h. Mas só começam a fazer a prova após o
sol se pôr. Eles somaram 76,2 mil candidatos na edição passada do Enem. Apesar
do número absoluto significativo, representam menos de 1% dos 8,6 milhões de
inscritos. Mesmo assim, manter a estrutura para atender aos sabatistas pode ter
um custo elevado. Monitores e fiscais, por exemplo, têm jornada dobrada, além
das dificuldades de logística para dar assistência a pequenos grupos em todo o
país.
Cálculos nesse
sentido estão sendo considerados pelo governo, para diminuir o tamanho do
público do Enem, conforme antecipou o Globo
em novembro. Além da redução de custos, a medida resultaria em uma operação
menos complexa, em termos de segurança, riscos de vazamento e logística. A
ideia ganhou corpo com o elevado índice de abstenção verificado no ano passado:
30,4%. Foi a maior taxa desde 2009, quando o teste começou a funcionar em
caráter nacional como vestibular para universidades públicas e registrou 37% de
ausentes.
Ao apresentar o
dado, o ministro da Educação, Mendonça Filho, pontuou que os faltosos
representaram um desperdício de R$ 236 milhões aos cofres públicos e defendeu
publicamente a necessidade de modificações no exame. O custo inicial do Enem no
ano passado era de R$ 788,3 milhões, mas a prova foi adiada para parte dos
alunos devido às ocupações de escolas, elevando o valor para R$ 798,8 milhões.
Na mesma ocasião do balanço do exame, o ministro reclamou das condições
reservadas aos sabatistas, mas não anunciou medidas concretas para mudar a
situação. […]
(O Globo)
Nota: É momento de todos os sabatistas se mobilizarem, se unir
em oração e ficar atentos para a forma como o assunto será votado. […]