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terça-feira, maio 19, 2020

Ravi Zacharias: morre um gigante da apologética

Muitas vezes achamos que a dor da perda será sentida de verdade apenas quando ocorre com os de perto, familiares ou amigos próximos. Mas há momentos em que sentimos o coração dilacerar quando, mesmo nunca as tendo encontrado, perdemos pessoas que admiramos e temos como inspiração. Hoje esse foi o caso, pois nesta data de 19/5/2020, o grande mensageiro do cristianismo Ravi Zacharias, palestrante, escritor e defensor da fé cristã, descansou no Senhor. Meu coração está esmagado pelo dor. Esse homem sempre foi minha inspiração em sua forma inteligente e amorosa de falar de Jesus. Com sua inteligência sensível – creio ser a melhor expressão para ele -, sempre teve acesso a grandes centros acadêmicos, como Harvard e Oxford, falando do amor e da sabedoria de Deus.
Ravi nasceu na Índia e se converteu ao cristianismo na juventude. Emigrou para o Canadá e construiu uma carreira como mensageiro do cristianismo de uma forma inteligente, racional, mas ainda assim repleta de amor. Foi autor de vários livros, dentre os quais destaco o premiado Pode o Homem Viver ser Deus?, o primeiro que li e já me encantou, porque mescla de forma harmoniosa argumentos racionais a favor da fé cristã, sem perder o apelo à sensibilidade e ao coração. Ravi possuía um programa de rádio chamado “Let My People Think” (“Vamos pensar, meu povo”), transmitido a muitas partes do globo. Foi o fundador do Ministério Internacional Ravi Zacharias, que desenvolve evangelismo em todo o mundo. Mas, infelizmente hoje, aos 74 anos, vitimado por um câncer que fora anunciado apenas dois meses antes, Ravi descansou no Senhor.
É muito estranho sentir tanta dor pelo falecimento de alguém tão distante. Mas os livros e vídeos dele me fizeram sentir como se ele fosse meu mentor. Pois tudo o que eu imaginei ser como pregador do evangelho tinha Ravi Zacharias como referência. Já li C. S Lewis, William Craig, Nancy Pearcey, Francis Schaeffer e outros, mas o Ravi era meu referencial de mensageiro do evangelho. Minha dor é maior, talvez, porque no fundo eu ainda nutria a esperança de encontrá-lo e ter uma longa conversa. Portanto, minha oração a Deus é que eu possa glorificar a Deus e honrar esse grande homem, sendo ao menos uma unha do que foi Ravi Zacharias.
(Rafael Christ Lopes é físico e doutor em Cosmologia)
Entre os livros apologéticos que indico nesta lista, há um do Ravi. [MB]

quarta-feira, novembro 20, 2019

O dia em que entrevistei nosso primeiro astronauta


Formado em Engenharia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica e com Mestrado pela Naval Postgraduate School, em Monterey, Califórnia, o astronauta Marcos César Pontes é casado com Fátima e tem dois filhos. Com a suspensão temporária dos voos norte-americanos ao espaço, Pontes teve que se mudar para a Rússia em 2006, a fim de participar de sua primeira missão científica espacial brasileira, a bordo de uma nave Soyuz.

Pontes foi o primeiro astronauta brasileiro, sul-americano e lusófono a ir ao espaço, na missão batizada de “Missão Centenário”, em referência à comemoração dos cem anos do voo de Santos Dumont no avião 14 Bis. Em 30 de março de 2006, Pontes partiu para a Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo da nave russa Soyuz TMA-8, com oito experimentos científicos brasileiros para execução em ambiente de microgravidade. Retornou no dia 8 de abril, a bordo da nave Soyuz TMA-7.

De 2011 a 2018, ele atuou como embaixador da ONU para o Desenvolvimento Industrial. Em 31 de outubro de 2018, Marcos Pontes aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro para ser ministro da Ciência e Tecnologia em seu governo.

Enquanto ainda estava na Cidade das Estrelas, próximo a Moscou, o astronauta concedeu esta entrevista ao jornalista Michelson Borges, originalmente publicada na revista História da Vida, da Casa Publicadora Brasileira/Educação Adventista.

O senhor sempre dá valor à família. Por quê?

Meus pais, meus mestres! Gosto sempre de dizer que, apesar de ter estudado praticamente minha vida toda para atingir os “graus” da formação acadêmica, todas as coisas mais importantes que aprendi, até hoje, foram ensinadas por eles.

A família sempre foi para mim algo de extrema importância. Acredito ser a estabilidade familiar o primeiro passo fundamental para o crescimento do indivíduo em todos os aspectos. Agradeço muito a Deus a oportunidade de conviver com pessoas tão maravilhosas.

De onde veio seu gosto por voar?

Quando criança, foram inúmeras as visitas ao Aeroclube de Bauru, para ver a Esquadrilha da Fumaça, e à Academia da Força Aérea (AFA), onde meu tio sargento servia como membro da equipe de manutenção de aeronaves. Decolava ali, entre a poeira levantada pelos motores dos T/6 no estacionamento do aeroclube e o cheiro de combustível de aviação nos hangares da AFA, o sonho de voar que me sustenta nessa jornada até hoje. Em fevereiro de 1981, iniciei o curso da AFA. Ainda nesse primeiro ano, durante um dos meus fins de semana em Bauru (onde nasci), tive o meu primeiro vôo a bordo do Uirapuru PP-KBS. Foi uma incrível experiência e a confirmação pessoal de que estava no caminho certo.

Como o senhor recebeu a notícia de que participaria de uma seleção de astronautas da Agência Espacial Brasileira?

Soube que haveria uma seleção através de um e-mail do meu irmão. Eu estava iniciando meu doutorado nos Estados Unidos. A princípio achei um tanto difícil que eu pudesse ser selecionado entre tantos excelentes candidatos disponíveis, porém estava ali um caminho para tornar realidade algo que até então era apenas um “sonho distante”. Portanto, mandei minhas fichas de inscrição. Seleções preliminares, exames médicos e a entrevista se seguiram. Imagine como se sentiu aquele garoto simples do interior, só pelo fato de estar participando dessa seleção!

Como foi sua aprovação para treinamento na Agência Espacial Norte-americana (NASA)?

Após selecionado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), em junho de 1998, como parte dos seus direitos de participação na Estação Espacial Internacional (EEI), o Brasil me enviou para treinamento na NASA. A seleção foi feita pela AEB, com a assessoria da NASA e de vários setores técnico-científicos brasileiros como, por exemplo, a Academia Brasileira de Ciências. Após dois anos de curso, concluí a fase essencial de treinamento, sendo declarado “astronauta” pela NASA em dezembro de 2000. Tornei-me, assim, o único astronauta profissional formado e treinado completamente pela NASA, em atividade e pronto para voo espacial, com nacionalidade oficial de um país do hemisfério sul do planeta.

O que é preciso para ser astronauta?

Existem requisitos de saúde e de formação acadêmica. Então, primeiro, cuide muito bem de sua saúde. Fique longe de drogas, cigarros, bebidas, etc. Faça esportes. Relaxe de vez em quando. Sorria muito! Estude muito também. O estudo nos dá condições de ser o que quisermos na vida. Acredite nos seus sonhos. Lembre-se que você é que é responsável por fazer com que eles se tornem realidade. Mais ninguém. Assim, ouça primeiro a voz do seu coração. Depois as pessoas que sempre estarão do seu lado: os seus pais. Depois os amigos de verdade. Finalmente, ouça o que as pessoas que não gostam de você têm a dizer, aprenda com isso a se defender e a se tornar cada vez melhor. Depois de tudo isso, tenha MUITA persistência.

Em termos de formação, ela pode ser bastante diversificada. Engenharia, física, medicina, química são algumas das possibilidades. Áreas como letras, direito, administração, etc., estão fora da lista das possíveis opções para a carreira de astronauta. Cursos de pós-graduação, mergulho, pilotagem, paraquedismo e outras atividades ligadas à profissão contam pontos para a seleção. Além disso, é necessário ser qualificado no exame médico, no exame físico, psicológico, bom senso de relacionamento e gostar de trabalho em equipe.

Que desafios enfrentou em sua mudança para a Rússia?

Acho que a adaptação ao clima exige um pouco. A quantidade de exames e testes iniciais também. Quando cheguei a Star City, no dia 13 de outubro de 2005, o treinamento não parou. A razão da pressão na agenda foi devido ao tempo disponível. O treinamento usual para uma missão espacial numa espaçonave Russa (Soyuz) sempre foi realizado num período de 8 a 13 meses. No meu caso, devido à data de decolagem prevista, 22 de março, o mesmo treinamento teve que ser comprimido e completado com sucesso em cinco meses! Foi uma situação nova. Um treinamento em tempo recorde, nunca antes realizado. A Agência Espacial Russa concordou em encarar esse desafio devido à minha experiência de sete anos de treinos anteriores na NASA. A rotina diária iniciava às 6 horas da manhã e se encerrava às 23 horas. O dia a dia era composto de aulas, treinamento em simuladores, testes e exames, preparação física e estudo. Além disso, havia treinamentos específicos de sobrevivência, testes de equipamentos, execução de experimentos científicos, etc., realizados em momentos oportunos fora do Centro. Os fins de semana e feriados eram usados para “colocar os atrasos em dia”.

Em termos comparativos com o programa na NASA, a diferença básica era a língua. Ambos são parceiros do Brasil no Projeto da Estação Espacial Internacional. A espaçonave Soyuz russa é o veículo de abandono de emergência da Estação Espacial Internacional (EEI). Portanto, eu já conhecia de forma resumida seus sistemas, além, logicamente, do conhecimento sobre os sistemas da EEI. Contudo, precisava também conhecer a fundo seus procedimentos desde a decolagem, fase de voo não prevista em situação de emergência na EEI. Logicamente, a filosofia e metodologia do treinamento seguiram o mesmo padrão, velho conhecido meu na NASA, durante sete anos. Mas o detalhamento dos sistemas, as sobrevivências específicas para o veículo, e muitas outras áreas de estudo e treinamento eram voltados para o Soyuz e ministrados em russo, o idioma que tive que dominar, pelo menos o suficiente para a operação dos sistemas e check-lists.

Em termos de relacionamento, não houve qualquer dificuldade, pois tanto a NASA quanto o Roskosmos (Agência Espacial Russa) são lugares onde as pessoas trabalham motivadas por um objetivo comum e, em se tratando de uma tripulação (comigo irão um russo e um americano), não importa a nacionalidade do companheiro: a vida de cada um de nós está na competência e dedicação dos outros membros. Assim, somos considerados irmãos nesse momento.

A nave Soyuz o levará até a EEI. Qual sua missão lá?

Na Soyuz, temos espaço para três tripulantes. A tripulação será, em princípio, composta por um russo, um americano e eu (brasileiro). Em termos de funções, sou um astronauta treinado como “especialista de missão”, cujas tarefas no espaço envolvem todas as atividades, excluindo a pilotagem do veículo em situações nominais, o que é função do comandante, sempre da nacionalidade do veículo. Assim, no caso dos ônibus espaciais, são sempre americanos; e no caso do Soyuz, são sempre russos. Além de todas as atividades técnicas de manutenção e montagem de equipamentos a bordo da EEI, obviamente teremos a parte científica. Nessa primeira missão brasileira estarei levando e executando experimentos científicos de instituições de pesquisa e universidades brasileiras. Esses experimentos ainda estão sendo selecionados pela gerência técnica do projeto da EEI da AEB, que está a cargo do Dr. Raimundo Mussi. A comunicação com o Brasil será feita por meio de sistemas de transmissão e recepção de voz, imagem e dados do setor russo e dos outros países. Esses sinais são recebidos pelos links de solo e retransmitidos pelos centros de controle na Rússia e nos Estados Unidos para os pesquisadores, rádios e TVs no Brasil.

Nesse aspecto, especificamente sobre essa missão científico-espacial, é necessário deixar claro que me foi confiada a missão de ir ao espaço e levar, além de experimentos científicos e a nossa bandeira, muitos sonhos, ideais, esperanças, orgulho e tantos outros sentimentos de uma nação inteira. Logicamente a missão foi criada pela administração oficial, o governo. Contudo, depois de ser impregnada nos desejos do povo brasileiro, essa missão deixa de ser um compromisso institucional com o governo, mas uma responsabilidade com o Brasil, com os brasileiros. Assim, não é uma missão para a minha satisfação pessoal, ou feita apenas para mandar um astronauta ao espaço, cumprindo a ordem de uma autoridade. Portanto, na execução operacional, cabe a mim cumpri-la até o final, custe o que custar, contra todos os obstáculos, mesmo com o meu sacrifício, se necessário. Esse é o meu compromisso com meu país. Esse é o espírito que eu gostaria que o meu país tivesse por mim.

No momento do voo, estarei fisicamente sozinho, mas levando a bandeira brasileira, que tanto me orgulha; estarei levando comigo toda uma nação. Pelas centenas de e-mails e outras mensagens de muito carinho e apoio que recebo diariamente, tenho plena certeza de que essa missão irá representar para cada brasileiro algo especial. Um momento que ficará para sempre como uma lembrança viva, nos momentos de maior dificuldade, de que o nosso país é um país que tem capacidade de sobra; que devemos nos orgulhar pelo que é nosso e pelo que somos: uma nação forte, com tecnologia, empresas e pessoas capazes, que fazem a cada dia uma história cotidiana de sucesso, a ser contada por gerações. Uma história de raça, garra, pioneirismo e amor ao Brasil. 


[Os três astronautas decolaram no dia 29 de março de 2006, às 23h30min (horário de Brasília), no Centro de Lançamento de Baikonur, no Cazaquistão. Eles seguiram, na nave Soyuz TMA-8, para a Estação Espacial Internacional, levando 15 quilos de carga da Agência Espacial Brasileira, incluindo oito experimentos científicos criados por universidades e centros de pesquisas brasileiros. A missão, realizada com sucesso, teve duração de dez dias, sendo dois dias a bordo da Soyuz e oito na ISS.]

Quando olha para a vastidão do espaço, o que lhe vem à mente?

O quão pequenos e frágeis nós somos perante Deus. Contudo, da mesma forma, penso no quanto somos importantes, cada um de nós, para Ele como partes preciosas de Sua criação.

Consegue ver a mão de Deus nas obras da criação, especialmente nos planetas, nas estrelas e nas galáxias?

Sem dúvida! Algumas pessoas me perguntam como convivo com a ciência e a religião dentro de mim. Não existe nenhum conflito entre religião e ciência. A fé é como a luz de um farol a nos guiar durante a noite de nosso conhecimento. Nos momentos mais críticos de nossas vidas, normalmente, de uma forma ou de outra, estamos sozinhos. Mas se temos dentro de cada um de nós a confiança em Deus, teremos a direção e a força necessárias para enfrentar qualquer situação.

quarta-feira, agosto 14, 2019

Professor de Yale abandona o darwinismo e diz por quê


Para o professor da Universidade de Yale, David Gelernter, a teoria da evolução de Charles Darwin é “uma bela ideia que foi efetivamente refutada”. A declaração foi feita por ele durante sua renúncia pública do darwinismo. Gelernter, que é conhecido por prever a World Wide Web e desenvolver muitas ferramentas complexas de computação ao longo dos anos, é hoje professor de ciência da computação em Yale, cientista-chefe da Mirror Worlds Technologies, membro do Conselho Nacional de Artes e autor prolífico. Em uma coluna para o Claremont Review of Books, Gelernter explicou como suas leituras e discussões sobre a evolução darwiniana e suas teorias concorrentes, como o design inteligente, o convenceram de que Darwin estava errado. Ele cita, por exemplo, o livro de Stephen Meyer, Darwin’s Doubt, de 2013, e The Deniable Darwin, de David Berlinski, para basear suas novas crenças a respeito da vida na Terra.

Há algumas semanas, ele voltou a falar sobre esse assunto em uma entrevista com a Hoover Institution da Universidade de Stanford, na qual ele diz não abraçar totalmente o design inteligente. “Meu argumento é com pessoas que rejeitam o design inteligente sem considerar, parece-me – é amplamente descartado no meu mundo acadêmico como um tipo de trabalho teológico – é um argumento científico absolutamente sério”, disse Gelernter.

Segundo o The College Fix, o professor afirmou que declarações como a sua o colocariam na mira de outros cientistas, mas que com ele não foi assim. “Eu não fui destruído, não sou biólogo, e não pretendo ser uma autoridade sobre esse assunto. [...] Estou atacando a religião deles e não os culpo por estarem todos de cabeça erguida, é um grande problema para eles. Não há razão para duvidar de que Darwin tenha explicado com sucesso os pequenos ajustes pelos quais um organismo se adapta às circunstâncias locais: mudanças na densidade da pele ou no estilo da asa ou na forma do bico”, escreveu o professor. “No entanto, há muitas razões para duvidar se ele pode responder às perguntas difíceis e explicar o quadro geral – não o ajuste fino das espécies existentes, mas o surgimento de novas espécies. A origem das espécies é exatamente o que Darwin não consegue explicar”, completa.

Para ele, a ideia de que o acaso e as mutações são a força motriz por trás da vasta complexidade da vida – mesmo com bilhões de anos – não é apenas cientificamente improvável, é uma impossibilidade, argumenta o acadêmico em seu artigo. “Darwin teria facilmente entendido que pequenas mutações são comuns, mas não podem criar mudanças evolutivas significativas; mutações importantes são raras e fatais”, escreveu Gelernter. “Não pode ser surpreendente que a revolução no conhecimento biológico ao longo do último meio século deva exigir uma nova compreensão da origem das espécies”.

sexta-feira, janeiro 26, 2018

E-mails que nos alegram (66)

“Eu estava estudando para o Enem e cheguei ao conteúdo da evolução, que me foi apresentado como verdade absoluta e inquestionável; foi como se o chão tivesse sumido (tendo em vista que sou cristão), pois os livros que eu lia, além de pouco explicativos, atacavam diretamente o cristianismo. Então comecei a perder a fé. Chegou um momento em que eu não conseguia nem orar mais. Foi horrível, passei meses com um vazio existencial. Até que encontrei uma palestra sua no YouTube, pesquisei sobre o senhor, li o seu livro indicado e assisti à série Origens. Comecei a pesquisar e me relacionar novamente com o Pai, e graças a Deus encontrei o verdadeiro motivo da minha fé. Agora estou mais firme em Cristo do que antes. Além de adquirir fascínio e curiosidade pela natureza, penso em cursar biomedicina e me aprofundar no estudo da criação.”

Tiago da Rosa (18 anos), Três Coroas

terça-feira, outubro 03, 2017

Por que só falo em volta de Jesus e criacionismo?

Recentemente recebi um e-mail em que a pessoa me perguntava por que só falo em volta de Jesus e criacionismo. Quem lê o que escrevo em meus blogs e assiste aos vídeos que posto em meu canal sabe que falo sobre muitos outros assuntos, além da segunda vinda de Cristo, de profecias e criacionismo. Mas devo admitir que esses dois temas atraem minha atenção de modo especial há mais de vinte anos, desde que entreguei minha vida a Jesus, meu Criador e Salvador, e me tornei adventista do sétimo dia. Aliás, se você prestou atenção, o nome da “minha” igreja já expressa resumidamente aquilo em que creio e reflete exatamente meus temas prediletos.

Sou adventista porque creio no advento de Cristo. Sou adventista porque amo a Jesus e tudo o que mais quero é morar com Ele para sempre em um mundo onde não mais haverá sofrimento, injustiças, dor nem morte. Sou adventista do sétimo dia porque guardo o sábado como o memorial da criação realizada por Deus em seis dias literais de 24 horas cada, há cerca de seis mil anos. Portanto, sou criacionista e reconheço a Deus como meu Criador, como o Criador do universo, da vida, do ser humano e das leis que regem tudo isso. E entendo que viver de acordo com essas leis é simplesmente viver como uma criatura deve viver.

Como adventista do sétimo dia compreendo que as três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12 constituem uma advertência muito importante, especialmente para estes dias. O âmago dessas mensagens é a justificação pela fé, nossa dependência absoluta de Deus, especialmente no que diz respeito à salvação. Dependemos do Deus Criador do universo e da vida. Portanto, a mensagem dos três anjos é eminentemente criacionista. Mas é também restauradora, uma vez que envolve a reforma do nosso estilo de vida e nos convida a uma relação séria com Jesus e com a verdade expressa na Bíblia Sagrada. Como adventista quero me afastar cada vez mais de Babilônia e me aproximar cada vez mais do reino de Deus, da Jerusalém celestial.  

O logotipo da igreja que eu abracei resume graficamente tudo isso. O centro da nossa fé e da nossa esperança é a cruz de Cristo, ou seja, aquilo que Ele fez por nós quando entregou a vida pela nossa salvação. A base da nossa crença é a Bíblia, nossa única regra de fé e prática. O Espírito Santo está representado pela chama tripla que circunda um globo subentendido, o que mostra que sabemos que somente pela capacitação que vem do Alto, pelo poder do Deus triúno é que conseguiremos cumprir a missão de advertir um planeta perdido.

Não falo somente de volta de Jesus, profecias e criacionismo, mas admito que sou apaixonado por esses assuntos, porque no âmago deles está a pessoa que mais amo: meu Criador, meu Senhor e meu Salvador Jesus Cristo.

Se você encontrar um adventista que não fala em volta de Jesus, criacionismo e na benção de guardar o sábado, desconfie dessa pessoa.

Michelson Borges 

quinta-feira, julho 06, 2017

Pastor ex-dançarino fala de um ótimo livro da CPB

O livro Novo Ritmo, da Casa Publicadora Brasileira (CPB), conta a história de Ivor Myers, cantor de uma famosa banda norte-americana de hip-hop que, posteriormente, abandonou a carreira musical promissora e tornou-se adventista do sétimo dia. O entrevistado deste episódio do CPB Books é o pastor brasileiro Richard Ogalha, campeão nacional de dança de rua, cuja história em parte se assemelha à de Myers. O testemunho de Ogalha e o livro de Myers com certeza vão enriquecer sua vida espiritual e deixam claro que Deus pode alcançar qualquer pessoa em qualquer lugar. [MB]

sexta-feira, junho 30, 2017

Ele pedalou sozinho as três Américas com uma missão

O militar e superatleta missionário George Silva é mais conhecido como o “Atleta da Fé”, isso porque quem o conhece sabe que não existem obstáculos capazes de parar esse homem que conheceu Jesus em uma corrida pela Floresta Amazônica e recebeu dEle uma missão específica: anunciar o segundo advento (saiba mais aqui). George pedalou sozinho pelas três Américas, colecionando inúmeras experiências missionárias e de livramento miraculoso. Em seu ótimo livro Conquistando o Brasil (CPB), ele conta algumas dessas aventuras e faz um retrato de nosso país, sob o ponto de vista de um ciclista sem recursos financeiros, mas com muita fé, esperança e persistência. [MB]



Adquira aqui o livro Conquistando o Brasil, com preço especial.

terça-feira, junho 20, 2017

Deus me criou: palestra criacionista em Libras

Nesta palestra, apresentada na Igreja Adventista Central do Rio de Janeiro, conto um pouco da minha conversão de evolucionista a criacionista e dos principais argumentos que me fizeram mudar de cosmovisão. Trato especificamente das revelações natural e especial, ou seja, a natureza vista sob a ótica da ciência experimental e a Bíblia, analisada à luz da ciência e da arqueologia. Convido-o a assistir a este vídeo com a mente e o coração abertos, exercendo o mesmo ceticismo sadio que me fez duvidar para crer. O diferencial deste vídeo está na tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). [MB]

sábado, junho 10, 2017

De publicador do Reino testemunha de Jeová a adventista do sétimo dia

Nascido em um lar testemunha de Jeová, meus pais sempre me ensinaram a importância de educar segundo os caminhos de Deus (Provérbio 22:6). Desse modo, fui treinado para expandir meu ministério desde criança, colocando no coração e na mente a importância de ser um missionário zeloso. Os métodos que meus avós e pais utilizaram para eu crescer segundo a vontade de Deus consistiram em me instruir ensinando princípios bíblicos e histórias vívidas e interessantes, como as que se encontram na Bíblia. Com 14 anos de idade, após ter estudado vários livros e passado por vários treinamentos ministeriais, aceitei a doutrina da organização Sociedade Torre de Vigia e fui batizado. Após doze anos como “publicador das boas-novas” das Testemunhas de Jeová (mais conhecido como missionário), deparei-me com erros graves ao comparar alguns textos da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (TNM) com outras traduções da Bíblia, principalmente textos que se referem à divindade de Jesus Cristo e ao Espírito Santo, muitos dos quais foram alterados propositalmente para rebaixar a pessoa de Cristo e colocar o Espirito Santo como uma “força ativa”, não como um agente divino para nossa salvação.

quarta-feira, maio 24, 2017

Ao meu professor, com carinho

Quando cheguei à Casa Publicadora Brasileira (CPB), em 1998, era um jovem de 26 anos, recém-graduado em Jornalismo, recém-casado, cheio de sonhos e planos, mas precisava ser moldado e “comer muito feijão com arroz” para que pudesse me tornar digno de ocupar a função para a qual havia sido chamado: editor na maior entre as sessenta editoras da Igreja Adventista do Sétimo Dia espalhadas pelo mundo! Trata-se de um púlpito muito elevado e, na verdade, por mais que os anos passem, nunca estamos devidamente prontos para tamanha responsabilidade. Fazemos o que fazemos somente pela misericórdia de Deus.

Lembro-me, como se fosse hoje, do dia em que desembarquei do ônibus em frente à editora, a fim de realizar a entrevista e o teste que revelariam se eu iria trabalhar ali ou não. Dentro do Viação Cometa, vindo de São Paulo a Tatuí, reconheci um dos editores da CPB, o pastor e jornalista Zinaldo Santos. Confesso que meu coração acelerou. Eu conhecia todos os editores que trabalhavam na CPB. Na verdade, conhecia o rosto deles pelas fotos e lia tudo o que escreviam. Posso dizer que sempre fui “fã” dos “escribas” da igreja. Observei aquele senhor de bigode descer do ônibus e pensei: “Será que algum dia serei um editor como ele?” Mas procurei afastar esse pensamento, afinal, poderia não passar no teste. Era melhor não alimentar a ideia.

Quando desci do veículo, logo depois do pastor Zinaldo, pude ver o logotipo metálico da CPB majestosamente colocado em frente ao gramado da portaria externa. Lágrimas encheram meus olhos. Somente aqueles que amam a Deus, Seus servos e Sua igreja, podem entender a emoção que, naquele momento, tomou conta de mim. Pela primeira vez eu estava ali, em frente à editora da igreja responsável por livros e revistas que haviam feito tanta diferença em minha vida e contribuído para minha conversão.

Identifiquei-me na portaria, fui até a recepção e aguardei alguns instantes, enquanto a recepcionista ligava para alguém. Tudo na instituição era (e é) muito bonito e bem cuidado, desde os jardins até as instalações internas. “O melhor para Deus”, pensei. Pouco tempo depois, ali estava ele: um senhor magro, de sorriso gentil e de um olhar que revelava sabedoria: o pastor Rubens da Silva Lessa, então redator-chefe da Casa Publicadora Brasileira. Ele apertou minha mão e me conduziu até sua sala, no setor de Redação. Cumprimentamos a secretária, a simpática Andréa, e entramos no escritório repleto de livros. Sentei-me na cadeira diante da grande mesa de madeira. Não, na verdade me senti afundar na cadeira, considerando-me pequeno na presença daquele homem tão culto, de português impecável e com tantos anos de experiência ministerial e editorial. Enquanto conversava com ele, pensava que meu futuro e da minha família dependiam daquele momento. Orei a Deus em pensamento e coloquei tudo mais uma vez nas mãos dEle.

Antes de deixarmos a Redação, no fim daquele dia memorável, o pastor Lessa me levou para conhecer a editora, mostrou-me uma sala vazia e disse, como que profetizando ou me dando um lampejo de esperança: “Esse escritório ainda pode ser o seu.”

Resumindo: um longo mês depois dessa entrevista, estava me mudando para Tatuí com minha esposa e os pouquíssimos móveis que possuíamos. Por indicação da esposa do meu chefe, a amável irmã Charlotte, alugamos uma casa em frente à casa deles. O casal Lessa nos adotou como filhos e nos ajudou a suportar a saudade dos nossos familiares e da nossa Santa Catarina, tão distante. Fazíamos o culto do pôr do sol juntos e frequentemente almoçávamos com eles. Levei algum tempo para conseguir comprar um carro, e não foram poucas as vezes em que meu vizinho foi à nossa casa para entregar a chave do Monza dele. “Pegue, vá dar uma volta com sua esposa.”

Editores da CPB no ano 2000
O pastor Lessa me convidou para ajudá-lo a cuidar de uma pequena igreja na cidade de Boituva, distante cerca de 25 km de Tatuí. Trabalhamos juntos ali, como anciãos, por mais de dois anos. Aprendi muito com ele. Com tato, ele ajudou a refinar meu modo de falar e de pregar. No trabalho, foi muito paciente, ensinando-me a escrever para a igreja, corrigindo meus erros e me mostrando que, acima de tudo, um bom texto se escreve com os joelhos mais do que com as mãos. E posso dizer que, ter convivido de perto com esse homem de Deus valeu mais do que muitas faculdades.

Acima de tudo, aprendi com ele que devemos ser íntegros, fiéis a Deus, à Sua Palavra e à Sua igreja. E isso Rubens Lessa ensina por preceito e exemplo. Um verdadeiro professor. Um verdadeiro pastor. Um verdadeiro editor. Mas, sobretudo, um verdadeiro amigo.

Hoje meu amigo completa 80 anos. Uma vida longa e abençoada, ainda gozando de ótima saúde, lucidez e ânimo para continuar pregando e escrevendo sobre o amor de Deus. Eu não poderia ter tido melhor professor!

Feliz aniversário, pastor Lessa!

Michelson

Nota: Aproveito para expressar minha gratidão também a outros “professores” que me serviram de exemplo aqui na Redação da CPB e que hoje estão aposentados: ao jornalista Ivacy Furtado de Oliveira, editor com quem tive a alegria de trabalhar inicialmente na editoria de livros didáticos e que, igualmente, me ensinou muita coisa; e aos editores Márcio Dias Guarda, Abigail Liedke, Lícius e Odileia Lindquist, Rubem Scheffel, Zinaldo Santos, Francisco Lemos e Paulo Pinheiro. Cada um de vocês deixou uma marca em minha vida e em meu ministério. Muito obrigado!

terça-feira, março 28, 2017

Filme "Opostos" (canal oficial)

domingo, fevereiro 05, 2017

A verdade é mais inacreditável que o filme

Fé e coragem no campo de batalha
[Meus comentários seguem entre colchetes. – MB] “Até o Último Homem” é uma das grandes surpresas da temporada do Oscar, para o qual conquistou seis indicações – filme, direção, edição, mixagem de som, edição de som e ator, com Andrew Garfield. E também a prova de que Mel Gibson foi reabilitado por Hollywood depois de anos no ostracismo. [...] O filme é baseado na história real de Desmond Doss (interpretado por Garfield), o primeiro soldado a alegar imperativo de consciência ao ser condecorado com a Medalha de Honra do governo americano. Doss se recusava a pegar em armas e a matar, por motivos pessoais e religiosos, mas mesmo assim se alistou no Exército durante a Segunda Guerra Mundial porque acreditava ser a coisa certa a fazer. Depois de uma batalha sangrenta em Okinawa, salvou sozinho algo entre 50 e 100 soldados feridos, deixados para trás no alto de um penhasco quando a companhia bateu em retirada.

“Independentemente de suas crenças religiosas, a história de Desmond, um homem que não compromete seus princípios, é poderosa”, diz em entrevista ao blog É Tudo História Robert Schenkkan, que se baseou em um documentário e nas transcrições de entrevistas feitas para aquele filme para escrever o roteiro. “Será que seríamos tão firmes? Também acho que há um certo tipo de masculinidade sendo celebrado hoje em dia que se baseia na dominação, no narcisismo e na crueldade indiferente. Desmond é modelo de outro tipo de masculinidade: de autossacrifício, modéstia e generosidade.” [Na verdade, o verdadeiro tipo de masculinidade que deveria ser a característica de qualquer cristão.]

A modéstia explica por que a história demorou tanto tempo para ser contada, já que Desmond Doss resistiu até quase o fim de sua vida a vender os direitos para Hollywood – ele morreu em 2006, aos 87 anos. [Modéstia também deveria ser uma característica de qualquer cristão.] Schenkkan precisou condensar alguns fatos para caber no filme e ficcionalizou certos aspectos para obter efeito dramático, mas chegou a deixar de fora certas coisas por acreditar que eram inverossímeis. [Hollywood sempre dramatiza suas histórias. Pior que isso: as distorce. Não assisti ao filme, mas, pelo trailer, pude perceber que há uma cena que sugere que Doss e sua namorada têm relações sexuais. Você acha que um homem fiel ao quarto e ao quinto mandamentos não seria fiel também ao sétimo?]

Leia abaixo o que é real e o que foi criado:

Infância de Desmond Doss (100%) – Criança ainda, na cidade natal de Lynchburg, no Estado da Virginia, Desmond briga com o irmão Harold e joga uma pedra na cabeça dele, deixando-o desacordado. Percebendo que podia tê-lo matado, entrega-se às orações – a família é adventista do sétimo dia. E inspira-se num quadro com os Dez Mandamentos. “Sim, havia uma gravura dos Dez Mandamentos na sala de sua casa, e ele ficou muito comovido com as figuras de Caim e Abel”, diz Schenkkan. Assim surgiu a sua convicção de que matar uma pessoa era errado.

Pai alcoólatra e violento (50%) – No filme, o pai de Desmond sofre com os efeitos da depressão depois de ter lutado na Primeira Guerra Mundial, em que perdeu muitos de seus amigos de infância. Por isso, não quer que seus filhos se alistem. Na verdade, o carpinteiro William Thomas Doss nunca chegou a ir para o campo de batalha, portanto, não sofria de estresse pós-trauma. “Mas ele realmente tinha problemas com álcool”, diz Schenkkan.

A razão para não pegar em armas (40%) – Em “Até o Último Homem”, Desmond segue seus princípios religiosos, mas também pessoais para se recusar a pegar em armas e a matar. Num flashback, ele vê o pai batendo na mãe, com uma arma na mão. Desmond interfere, toma o revólver e aponta para o pai. Na realidade, o pai de Desmond puxou o revólver em uma briga com o cunhado. Sua mulher, mãe de Desmond, o convenceu a entregar a arma, que ela pediu para o filho jogar no rio, o que ele fez. “Fiz a mudança porque queria torná-lo mais humano. Ele não era um santo. Podia ficar bravo como qualquer pessoa. Era capaz de pensar em atos violentos. Por isso, sua decisão de imperativo de consciência é ainda mais impressionante”, afirma o roteirista. [O que o roteirista talvez não saiba é que uma pessoa controlada por Jesus, ainda que imperfeita e humana, é capaz de feitos realmente impressionantes, pois é Deus quem opera nela “tanto o querer quanto o realizar”.]

Namoro e casamento com Dorothy (80%) – No filme, Desmond conhece Dorothy (Teresa Palmer), uma enfermeira, quando doa sangue no hospital depois de ajudar um acidentado. “Eles se conheceram no hospital mesmo”, diz o roteirista. Mas não foi exatamente depois de ele ajudar um acidentado. Os dois começam a namorar e continuam mesmo depois de Desmond decidir se alistar. Planejam se casar antes de ele ser mandado para a guerra, em um dia de folga do treinamento. Mas o pedido de folga é negado e o casamento, adiado por algumas semanas. O casamento aconteceu em 17 de agosto de 1942.

As dificuldades no treinamento (50%) – Esta foi uma das partes encurtadas no filme. “O treinamento de Desmond na verdade foi mais extenso, e sua companhia viajou para múltiplos locais nos Estados Unidos. Aí, quando foram mandados para o exterior, primeiro estiveram em Guam antes de chegar a Okinazwa”, diz Schenkkan. Ele realmente era ridicularizado por se recusar a pegar em armas. “Exageramos as surras que ele levou”, conta o roteirista [hollywood gosta de violência...]. “Mas os outros soldados jogavam seus sapatos nele enquanto rezava [orava].” No filme, seu principal algoz, Smitty (Luke Bracey), é ficcional. Um dos comandantes tenta dispensá-lo por razões psiquiátricas, o que aconteceu de verdade. Ele chegou a enfrentar a corte marcial por causa de suas convicções, como no longa. “Dramatizamos um pouco a participação de seu pai no julgamento”, confessa o roteirista. Em “Até o Último Homem”, seu pai pede ajuda a um antigo companheiro da Primeira Guerra Mundial, em posição de comando, para livrar o filho da prisão, e, como costuma ser no cinema, a carta chega no último minuto. Já que na verdade ele nunca foi a guerra nenhuma, há diferenças aqui. “O pai de Desmond tinha um conhecido no Departamento de Guerra, e esse contato escreveu a carta que levou o comandante a recuar. E a carta não chegou tão dramaticamente como no longa.”

A Batalha de Okinawa (90%) – Desmond e sua companhia passaram por outras batalhas antes de chegar a Okinawa, a única mostrada no filme. A Batalha de Okinawa foi a mais sangrenta do conflito no Pacífico, matando mais de 80.000 soldados. O batalhão de Desmond precisava escalar um paredão de pedra, com a ajuda de escadas de corda, como é mostrado no longa. Desarmado, ele corria para ajudar os feridos, sem nenhuma identificação, porque os médicos eram alvo dos japoneses. Incansável, ele vai conquistando o respeito de seus companheiros, inclusive do principal bully no treinamento, Smitty. Quando o soldado Ralph Morgan (vivido pelo veterano de guerra Damien Thomlinson) perde as duas pernas em uma explosão, outro paramédico diz para Desmond deixá-lo para trás – é preciso priorizar os pacientes com chances de sobreviver. Mas Desmond insiste em ajudá-lo. “É verdade, e aquele soldado sobreviveu”, disse Schenkkan.

O salvamento (90%) – Cercados pelos japoneses, os americanos precisam bater em retirada. Desmond Doss fica para trás, resgatando feridos, por um período entre 10 e 12 horas. “Deus, me ajude a ajudar só mais um”, ele repete, como relatou mais tarde [essa deveria ser a oração e o esforço de qualquer cristão em relação ao perdidos]. Sob a mira de atiradores do exército inimigo, ele arrasta cada ferido para a beira do penhasco e depois os baixa um a um, com auxílio de uma corda, como aconteceu de verdade. A única diferença em relação à realidade é que, depois de algumas horas, seus companheiros lá embaixo enviaram reforços. No longa-metragem, ele se perde nas cavernas que o exército japonês usava para esconder seus homens e chega a ajudar um soldado inimigo. “Ele nunca mencionou ter entrado no sistema de cavernas, mas em mais de uma ocasião cuidou de soldados japoneses feridos”, diz Schenkkan [o “próximo” do cristão é todo aquele que precisa de ajuda]. Os relatos de quantos homens ele salvou variam. Desmond achava que foram 50 e  seus companheiros, mais de 100. Então, eles concordaram com o número de 75.

O resgate (70%) – Desmond desce da montanha e é levado de volta à base. Mas logo eles estavam de novo em combate. O respeito de seus colegas e comandantes agora é total, tanto que eles esperam Desmond fazer sua oração antes de escalar a encosta outra vez – é sábado, dia de descanso na sua religião. “É verdade, eles se recusaram a ir sem ele!”, diz Schenkkan. Na batalha, uma granada é jogada em sua direção, e Desmond a chuta para longe, para que seus companheiros não sejam feridos. “Ele ficou gravemente ferido e foi transferido de Okinawa para uma série de hospitais”, diz o roteirista. No processo, ele perdeu sua Bíblia, como acontece no filme. “E sua companhia realmente voltou ao campo de batalha e procurou até achá-la”, afirma Schenkkan. Só que, em vez de recuperá-la antes de ser içado por um helicóptero, Desmond Doss a recebeu de volta ao ser condecorado pelo presidente Harry Truman na Casa Branca com a Medalha de Honra.

O que filme o não mostra – O roteirista decidiu cortar um trecho da realidade, pois achou inverossímil demais. Quando estava sendo carregado de maca, Desmond viu outro soldado ferido, saiu da sua maca e insistiu para que os médicos carregassem o outro soldado primeiro, em seu lugar. [As atitudes de um verdadeiro cristão às vezes são assim mesmo: inverossímeis. Mas isso se deve ao fato de que o mundo está muito distante dos princípios do evangelho. Que a história, o testemunho de Doss inspire e motive muitas pessoas, e as faça perguntar: O que impeliu esse homem a agir como agiu?]


Nota: Quer conhecer a verdadeira história de heroísmo de Desmond Doss, sem cortes nem adaptações e narrada pela esposa dele? Clique aqui. [MB]

domingo, janeiro 29, 2017

Ateu lê a Bíblia para confrontar cristãos e se converte

O médico se surpreendeu
Apesar de ter uma situação financeira invejável, que incluía viagens por todo o mundo, carros de luxo e mansões, o Dr. Greg Lehman não se sentia feliz e satisfeito com sua vida. Segundo o médico norte-americano, que compartilhou seu testemunho ao Ministério OTG, ele se recusava a acreditar em Deus e se sentia sempre frustrado e raivoso. “Eu estava indo de uma coisa para a outra: comprava um carro novo, mas aquilo não me satisfazia. Então eu saía e comprava roupas novas ou fazia uma viagem”, disse Lehman em seu depoimento. “Eu tinha muitos passatempos. Eu fiz triatlo e também bebia vinhos como um hobby.”

Lehman era ateu e se orgulhava disso. Ele concluiu a faculdade de medicina, tinha um trabalho que lhe rendia um gordo salário, tinha uma esposa e dois filhos. Mas, apesar de tudo isso, ele continuava se vendo como uma pessoa frustrada. “Foi uma combinação de ‘você está triste’, ‘você está vazio’ com ‘você está com raiva’. Eu estava frustrado e me perguntava: ‘Por quê? O que há de errado comigo? Por que não me sinto realizado? Por que não sinto que consegui o que eu trabalhei toda a minha vida para alcançar?”, contou.

Dr. Lehman tentou mascarar o que ele estava sentindo por dentro, mas algo o alertava em seu coração: “Você está envergonhado, mas não vai contar para ninguém, vai manter isso dentro de você.” “Então o que você acaba fazendo nessa situação é descontar esse sentimento em outras pessoas”, contou

Lehman acabou agindo dessa forma com as pessoas mais próxima a ele: sua esposa e seus filhos. “Ele era um bom homem, mas tinha um pavio curto”, disse sua esposa, Ruth. “Ele era arrogante. Ele sentia que sempre estava certo.” Se ele já ficava irritado com a família, esse sentimento era ainda mais forte contra seus vizinhos cristãos, porque ele achava que seu estilo de vida não se alinhava com a Bíblia.

Buscando se preparar para expor a hipocrisia do vizinho, Lehman começou a ler a Bíblia para conhecer mais sobre o cristianismo. Seu plano era confrontar as incoerências de seu vizinho com base nas próprias Escrituras Sagradas. Mas parece que seu plano não atingiu o objetivo inicial, pois Lehman acabou sendo confrontado pelo poder da Palavra. Ele ficou atônito com a afirmação dos Evangelhos, de que Jesus foi o próprio Deus que Se fez carne.

“Isso rapidamente chamou minha atenção porque eu percebi que se isso realmente aconteceu, foi o evento mais importante da história”, disse ele. “Eu me esqueci dos meus vizinhos e decidi investigar se isso [a vida de Jesus] realmente aconteceu.”

Depois de semanas de pesquisa, ele percebeu que tudo sobre o cristianismo se relacionava com a ressurreição de Jesus Cristo. Como médico, ele tentou ponderar hipóteses que poderiam “desmentir” a ressurreição: “Os apóstolos roubaram o corpo. Foi uma alucinação”, imaginava o médico.

Depois de examinar cuidadosamente as teorias que se opunham à ressurreição, ele chegou a uma conclusão surpreendente: “Nenhuma delas tinha credibilidade. A única coisa que poderia fazer sentido com os fatos históricos do modo como foi montada com os guardas romanos, era que o túmulo estava vazio e Ele [Jesus] realmente se levantou dali.”

Ele ficou impressionado com a história do personagem bíblico Lucas, que era médico e também foi autor de um dos evangelhos. Dr. Greg sempre esteve acostumado a ver que os médicos foram treinados para não acreditar em “milagres supersticiosos” e sempre identificar causas científicas para todas as coisas. Mas Lehman encontrou em Lucas um médico que validava os milagres de Jesus.

O argumento decisivo para convencer Lehman foi o do apóstolo Paulo, que começou como um perseguidor judeu da Igreja Primitiva, mas acabou sendo o maior divulgador da mensagem de Cristo. “Ele estava matando cristãos. Ele não tinha nada a ganhar. O que no mundo poderia fazer com que esse cara [Paulo] se tornasse o maior evangelista da história?”, questionou Lehman. “Apenas uma explicação poderia justificar isso: ele viu o Senhor Jesus Cristo, após a ressurreição. Quando eu olhei para as provas e vi esses caras e suas vidas mudadas, eu disse: ‘Eu tenho que acreditar nisso.’”

Um dia, ele terminou uma consulta médica com sua habitual frase ao paciente: “Você tem alguma pergunta?” O paciente que estava de pé olhou para ele e perguntou: “Você já reconheceu o Senhor Jesus Cristo como seu salvador pessoal?” O Dr. Greg ficou surpreso. “Eu desmaiei”, disse ele. “Por que ele estava me perguntando aquilo? Quem era aquele cara? Quando acordei, saí correndo da sala, porque eu não sabia o que fazer.”

Lehman contou que passou dois dias refletindo sobre aquele momento um tanto inusitado que tinha vivenciado em seu consultório. “Havia coisas na minha vida que eu queria mudar, como a raiva e a frustração. Mas eu não tinha o poder de mudar tudo aquilo”, disse ele. “Isso tudo fez com que eu me quebrantasse e chorasse, pedindo a Deus para me perdoar. Eu me arrependi dos meus pecados e pedi que Ele me mudasse.”

Greg orou sozinho em sua casa, declarando que reconhecia Jesus como seu Senhor e salvador. Na manhã seguinte, sentiu uma paz inexplicável. “Eu estava completamente tranquilo”, disse ele. “Algo estava realmente diferente em mim. Eu senti que tinha sido transformado.”

No início, ele não tinha certeza do que estava acontecendo e até mesmo verificou se seus remédios haviam sido alterados, para alguma outra marca que fazia efeitos de tranquilizantes, mas não. Os remédios ainda eram os mesmos. Diante desses acontecimentos, o Dr. Greg Lehman finalmente passou a acreditar em milagres. “Desde o dia em que fui salvo, nunca mais me senti sozinho. Nunca mais me senti vazio. Eu nunca mais senti aquele descontentamento e coisas do tipo.”

Antes escarnecedor do Evangelho, Lehman se tornou um cristão dedicado e consciente do que Deus pode fazer na vida das pessoas. “Em qualquer outra religião é o homem que procura seu deus. Mas no Cristianismo é Deus quem procura o homem. O verdadeiro teste do Cristianismo é quando você clama por Deus. Ele não só vai perdoar nossos pecados, mas também Se revelar a nós, para que saibamos que Ele é real. Essa é a grande diferença”, afirmou Lehman.



Assista também à série “Respostas”. Clique aqui.

terça-feira, janeiro 03, 2017

Mark Zuckerberg revela que não é mais ateu

Caminho de volta
Mark Zuckerberg é um verdadeiro crente novamente. O fundador do Facebook, que anteriormente havia se identificado como ateu, revelou na semana passada que a religião voltou a fazer parte de sua vida. Ele postou uma mensagem curta no Facebook desejando a seus seguidores “Feliz Natal e um Hanukkah feliz, de Priscilla, Max, Beast e eu!” Um de seus fãs devotos questionou suas opiniões religiosas, escrevendo em um comentário: “Você não é ateu?” E Zuckerberg respondeu: “Não. Fui criado judeu e depois passei por um período em que questionei as coisas, mas agora eu acredito que a religião é muito importante”, ele escreveu. A esposa de Zuckerberg é budista praticante, pelo que ele tem demonstrado interesse. Ele mesmo proferiu uma oração em frente ao Wild Goose Pagoda – um local budista em Xi’an, China – durante uma visita em 2015.


Nota: É interessante ver alguém reconsiderar sua descrença, especialmente alguém que muito certamente não fará da religião uma “muleta”, como dizem alguns ateus. Zuckerberg é rico, jovem, famoso, inteligente, influente, bem-sucedido, ou seja, tem tudo o que muita gente desejaria ter neste mundo. Para certas pessoas, bastam essas coisas, e é especialmente na juventude que essa cegueira se manifesta; quando se pensa que vai viver para sempre e que se pode fazer qualquer coisa. Mas os anos passam e alguns adquirem maturidade. Aí as “lentes” mudam e a pessoa passa a ver o mundo, a vida, a realidade com outro olhar. Zuckerberg não é o único a despertar para a realidade espiritual. Outros antes dele passaram pela mesma experiência (como os filósofos ateus Heinrich Heine e Antony Flew, para citar apenas dois) e outros ainda passarão. Mas é preciso ter pelo menos duas grandes qualidades: coragem e humildade. [MB]

sexta-feira, dezembro 23, 2016

O primeiro Natal da minha nova vida

Ele veio para nos salvar
Antes de terminarem as aulas, falei para meus alunos sobre o verdadeiro sentido do Natal e de como devemos ser gratos a Jesus por ter escolhido nascer aqui neste mundo e ser o nosso Salvador. Eles ficaram comovidos e, com a pureza e sinceridade das crianças, prometeram que nunca iriam esquecer disso e que iriam entregar o coraçãozinho a Jesus para sempre. Fiquei ainda mais emocionada ao lembrar que foi em um Natal que eu também abri meu coração para Jesus pela primeira vez. Desde então, Ele entrou em minha vida e me fez trilhar um novo caminho. Por isso eu pude falar do nascimento do Filho de Deus para aqueles pequenos aprendizes, anos atrás.

Aquele poderia ter sido mais um Natal que teria passado praticamente despercebido, envolvido pelo clima de consumismo. Mas meus sentimentos foram impressionantemente arrebatados para pensar no Deus que Se fez homem; no Deus que Se tornou bebê! Eu havia completado 15 anos no dia 23 de dezembro e, como era tradição de adolescente naquela época, fui escrever em um diário que tinha recebido de presente. Como a data inspirou o assunto, me vi completamente absorta tentando compreender por que Jesus viveu neste mundo. Por que Ele morreu daquela maneira? 

Lágrimas corriam pelo meu rosto ao imaginar as cenas do sacrifício de Jesus. Mas eu não entendia como Ele havia nos salvado, Se o mundo continuava (e continua) o mesmo – cheio de dor e maldade. Fiquei com dó, achando que a “tentativa” de Deus não tinha dado certo... Eu realmente não conhecia o plano de salvação. E como poderia conhecer?

Nos meses seguintes, Deus providenciou para que várias circunstâncias me levassem a ler a Bíblia pela primeira vez. Depois Ele enviou dois mensageiros para responder as infindáveis perguntas que haviam se formado em minha mente. Não foi um processo fácil, porque nós mesmos dificultamos as coisas e relutamos em aceitar e confiar que o caminho que Deus nos propõe é o melhor. Depois de tanto me debater e sofrer, finalmente me entreguei a Jesus e experimentei a paz. Pude constatar que Suas promessas nunca falham.

O plano da salvação, o nascimento de Jesus, Sua morte, tudo aconteceu exatamente como tinha que ser. Mas o plano ainda não terminou. Realmente, tudo o que Ele fez seria em vão se Ele não fosse voltar para buscar Seus filhos (João 14:1-3). Ainda estamos cumprindo partes desse plano em nossa vida, e logo veremos o desfecho dos propósitos de Deus, quando estaremos com Ele para sempre, sem a sombra da dor e da maldade.

Faz 25 anos que ouvi a voz do Espírito Santo me convidando a pensar no verdadeiro sentido do Natal. A voz dEle se tornou muito familiar ao longo desses anos e neste Natal só tenho que agradecer por Sua presença, por Seu tão grande amor que me faz conhecer meu Deus, meu Salvador, que decidiu nascer aqui e dar a vida por mim.

(Débora Borges é pedagoga e pós-graduada em Aconselhamento Familiar)