Do nada poderia vir alguma coisa? |
1. O universo não deveria existir
De acordo com alguns
estudos, o universo não deveria ter sobrevivido mais do que um segundo. Por
exemplo, o Big Bang deveria ter produzido quantidades iguais de matéria e
antimatéria, cancelando-se mutuamente. Em vez disso, um pouco mais de matéria
foi produzida, criando todo o universo observável. Nós, definitivamente, não
podemos explicar por que isso aconteceu. Em outra teoria, o universo está no
campo de Higgs, que dá às partículas suas massas. Um grande campo de energia
impede que nosso universo caia no “vale”, um campo mais profundo, onde não
poderia existir. No entanto, se o modelo padrão da física está correto, uma
rápida expansão do universo imediatamente após o Big Bang deveria ter movido o
universo para o vale. Isso o teria destruído antes que ele tivesse um segundo
de idade.
A impossibilidade da
vida na Terra também é absurdamente alta. Galáxias não poderiam existir sem a
mistura certa de matéria, matéria escura e energia escura e, mesmo assim,
existem. A Terra teria que ter a distância exata do sol que tem para abrigar
vida. Se fosse um planeta do tamanho de Júpiter, a Terra atrairia mais
asteroides e cometas, ou teria uma superfície muito violenta para sustentar a
vida.
Será que a vida realmente
superou “sozinha” todas essas probabilidades, ou o universo teve alguma ajuda,
de alguma forma?
2. A semente da vida?
Segundo a teoria da
panspermia, de Francis Crick, a vida se originou em outro lugar e foi enviada à
Terra por seres avançados. Uma teoria anterior da panspermia sugeria que a vida
chegou aqui em um asteroide ou um cometa. Em julho de 2013, o astrobiologista
Milton Wainwright afirmou que encontrou uma verdadeira “semente da vida”.
Depois de lançar um balão meteorológico sobre a Inglaterra, ele capturou uma
bola metálica da largura de um fio de cabelo. Dentro de sua concha de titânio e
vanádio, a bola continha um líquido biológico pegajoso. Muitos cientistas são
céticos a respeito dessa reivindicação.
3. Busca alienígena biológica
Os seres humanos são
constituídos por cerca de 22.000 genes, o que é 3% do genoma humano. Os outros
97% são “sobras de DNA”, que poderiam conter uma mensagem codificada ou um
sinal de que a vida se originou em outro lugar ou foi criada por um ser
superior. Em 2013, dois pesquisadores do Cazaquistão alegaram ter encontrado
uma sequência ordenada de uma linguagem simbólica em nossas sobras de DNA que
não teria acontecido naturalmente. No entanto, muitos criticaram essa busca por
sinais biológicos. Alternativamente, o geneticista Francis Collins argumentou
em seu livro A Linguagem de Deus que
o DNA seria o “alfabeto de Deus”, o que faria de nós o livro da vida.
4. Raios cósmicos
Em 2003, o filósofo
Nick Bostrom postulou que o universo é uma simulação de computador, uma teoria
aceita por Elon Musk e Neil de Grasse Tyson. Se isso for verdade, um ser
superior – ou seres – teve que construir a simulação. O Universo seria também
finito, porque todos os computadores têm limites. Alguns pesquisadores acreditam
que poderíamos detectar essa simulação de computador se pudermos encontrar os
limites do universo. Para testar isso, pesquisadores alemães construíram
simuladores em rede em um computador quântico. Eles se concentraram em raios
cósmicos, que são fragmentos de átomos que vêm de fora do sistema solar. Os
raios cósmicos têm uma quantidade finita de energia e deterioram ao longo do
tempo. Quando chegam à Terra, todos eles têm quantidades semelhantes de
energia, que é um máximo de 10 elétron-volts. Isso sugere que todos os raios
cósmicos têm pontos de partida semelhantes, como a borda da rede de simulação
de um computador quântico.
5. A propagação da vida
Em 2015, um estudo do
Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica sugeriu que a vida poderia ter se espalhado
via panspermia, se movendo de estrela em estrela em aglomerações e
“sobrepondo-se como bolhas em uma panela de água fervente”. Essa simulação
também sugere que a vida poderia ter se espalhado como uma epidemia. Os
cientistas testaram duas possibilidades para trazer vida para a Terra: por
asteroides e por seres inteligentes. O resultado foi que ambas eram possíveis e
teriam seguido o mesmo padrão. Se estiver correto, esse estudo também indica
que existe vida em outras partes da galáxia.
6. Constantes físicas
De acordo com o físico
teórico John D. Barrow, podemos dizer se o universo é uma simulação procurando
por erros ou falhas nele. Barrow acredita que até mesmo civilizações avançadas
não teriam conhecimento completo das leis da natureza. Haveria falhas notáveis
na Matrix, tais como alterações nas constantes físicas. Essas são propriedades
físicas, como a velocidade da luz, que são as mesmas em todos os lugares ao
longo do tempo.
Em 2001, pesquisadores
australianos encontraram evidências de que a velocidade da luz tem diminuído ao
longo dos últimos bilhões de anos, mesmo que isso contradiga a relatividade
geral. O astrônomo John Webb descobriu que a luz de um quasar tinha absorvido o
tipo errado de fótons em sua jornada de 12 bilhões de anos até a Terra. Isso só
pode acontecer se houve uma mudança na velocidade da luz ou na carga de um
elétron, ambas constantes físicas. Pesquisadores mais céticos discordam dessa
teoria. Independentemente disso, ninguém tem certeza por que as constantes
físicas são constantes. Mas elas são fundamentais para a existência do nosso
universo. Alguns cientistas especulam que as constantes físicas são evidências
de que o Universo foi “afinado” para que a vida existisse.
7. A Prova Ontológica de Godel
Na década de 1940, o
físico Kurt Godel tentou provar a existência de Deus. Ela é baseada neste
argumento do Santo Anselmo de Canterbury:
Há um grande ser
chamado de Deus, e nada maior que Deus pode ser imaginado.
Deus existe como uma
ideia na mente.
Com todas as outras
coisas sendo iguais, um ser que existe tanto na mente quanto na realidade é
melhor do que um ser que só existe na mente.
Portanto, se Deus só
existe na mente, então é possível que podemos imaginar um ser mais poderoso do
que Deus.
No entanto, isso
contradiz a argumentação número 1, porque nada maior do que Deus pode ser
imaginado.
Portanto, Deus existe.
Usando a lógica modal
e universos paralelos, Godel argumentou que um ser todo-poderoso existe, se ele
existe em pelo menos um universo paralelo. Como há um número infinito de
universos com um número infinito de possibilidades, um universo tem um ser tão
poderoso que seria considerado um Deus onipotente. Portanto, Deus existe.
Em 2013, dois
matemáticos realizaram equações de Godel em um MacBook e descobriram que elas estavam
corretas. No entanto, o teorema não prova que Deus existe – prova simplesmente
que é possível que um ser todo-poderoso poderia existir de acordo com a lógica.
8. A realidade não existe a menos que estejamos
olhando para ela
Um videogame se desenvolve quando você está
olhando para uma área particular. Caso contrário, ele não existe. A realidade é
semelhante, porque só existem certos aspectos se estamos olhando para eles. Esse
misterioso fenômeno é baseado na mecânica quântica. Objetos subatômicos são
geralmente ondas ou objetos sólidos de partículas semelhantes. Raramente, eles
podem ser ambos. Alguns exemplos incluem luz e objetos que têm uma massa
semelhante à de elétrons.
Quando não estão sendo
observados, esses objetos ficam em um estado duplo. Mas quando eles são
medidos, eles “decidem” tornar-se uma onda ou um objeto sólido. Estes
fundamentos da nossa realidade permanecem latentes até que olhamos para eles, o
que não é muito diferente do mundo simulado em um videogame.
9. Princípio holográfico
Em 1997, o físico
teórico Juan Maldacena propôs que o nosso universo é um holograma bidimensional
completamente plano que percebemos em três dimensões. Cordas minúsculas
chamadas grávitons vibrariam para criar este universo holográfico. Se estiver
correta, essa teoria ajudaria a resolver algumas diferenças entre a mecânica
quântica e a teoria da gravidade de Einstein.
Alguns estudos mostram
que um universo 2D é possível. Pesquisadores japoneses calcularam a energia
interna de um buraco negro, a posição do horizonte de eventos e outras
propriedades em um mundo 3D e, em seguida, calcularam as mesmas coisas em um
mundo 2D sem gravidade. Os cálculos bateram. Outro modelo mostrou que o
universo é 2D se o espaço-tempo for plano.
Os pesquisadores do
Fermilab, nos EUA, estão usando um laser gigante para procurar “ruído
holográfico”, que é uma evidência de “buffering” no cosmos. Se um universo
holográfico 3D foi construído sobre um sistema 2D de linhas em movimento (como
linhas de código), isso indica fortemente que o universo é uma simulação.
10. Codificação no cosmos
De acordo com o físico
teórico Sylvester James Gates, evidências convincentes sugerem que estamos
vivendo em uma simulação. Enquanto trabalhava em equações de supercordas com
adinkras (símbolos usados na álgebra super simétrica), Gates encontrou
codificação criada pelo matemático Richard Hamming chamada “códigos de bloco
duplamente equilibrados auto-dual lineares binários de correção de erros”.
Gates questionou se esta codificação básica é de alguma forma responsável por
controlar o universo.
No vídeo acima (em
inglês), Gates diz que “[uma] conexão insuspeita sugere que estes códigos podem
ser onipresentes na natureza e até mesmo incorporados na essência da realidade.
Se isso é verdade, poderíamos ter algo em comum com os filmes de ficção
científica Matrix, que retratam um mundo onde a experiência de cada ser humano
é o produto de uma rede de computadores geradores de realidade virtual”.
(Listverse, via
Hypescience)
Nota: Embora eu não concorde com todos os argumentos apresentados no texto acima, já é um bom começo o site Hypescience tê-lo publicado em sua página carregada de ceticismo e evolucionismo materialista. A meu pedido, o amigo astrofísico Eduardo Lütz escreveu alguns comentários sobre algumas das tais evidências:
3.
A Mecânica Quântica não diz que “a realidade não existe a menos que estejamos
olhando para ela”. Apenas mostra de que forma observações afetam o que for
observado.
4.
A conclusão não está correta. O teorema não prova apenas a possibilidade da
existência de uma entidade superior, mas garante que essa entidade é máxima,
necessariamente existe e que há um critério para identificar as características
e a unicidade dessa entidade.
7.
Raios cósmicos com um máximo 10 eV. Não é bem assim. Confira aqui.
10.
O Universo deveria ter surgido com porções iguais de matéria e antimatéria. Não
se a criação do universo e a criação do tempo clássico são a mesma coisa (e o
são no cenário do Big Bang). Porções de matéria e antimatéria iguais são
criadas quando excitamos o vácuo e estão em vigor as leis de conservação que
conhecemos hoje. Pode-se usar o teorema de Nöther para mostrar que essas leis
decorrem de simetrias do Universo. Essas simetrias dependem da existência do
espaço-tempo e representam uniformidade nele. Não fazem sentido no momento
da criação do espaço-tempo. O próprio fato de que as quantidades de matéria e
de antimatéria no universo não são iguais é uma evidência de que o momento
inicial do Big Bang teria sido a criação do espaço-tempo.