Antes de se tornar o pai do movimento adventista na América do Norte, o batista Guilherme Miller foi deísta e debochava das crenças cristãs. Convocado para a guerra de 1812 contra os ingleses, ele presenciou situações que o fizeram questionar seu ceticismo, chegando mesmo a admitir se tratar de milagres o que havia visto. Quando voltou para casa, ouviu seus amigos céticos fazerem comentários depreciativos em relação à Bíblia, e ele encarou isso como um desafio: começaria a ler as Escrituras desde o Gênesis e só avançaria se todos os textos lhe fossem claros o suficiente. Contando unicamente com uma concordância, ele encarou o desafio e se dedicou a um estudo profundo da Palavra de Deus, ficando especialmente impressionado com as profecias de Daniel e Apocalipse.
Miller foi um verdadeiro bereano, aquele povo que Paulo elogiou por conferir todas as coisas nas Escrituras (At 17:11). Foi um cético sincero, daqueles que duvidam de tudo, até de si mesmos. E foi por duvidar que ele creu. Viu milagres inexplicáveis do ponto de vista humano e partiu em busca de respostas. Teve coragem de encarar seus preconceitos e mudar de ideia. Como um verdadeiro reformador do século 19, ele se rendeu ao chamado de Deus e pregou em diversos lugares uma mensagem capaz de despertar dezenas de milhares de pessoas da letargia religiosa em que viviam.
Michelson Borges



















