quinta-feira, outubro 07, 2010

Esqueça a “sopa morna”; a vida “surgiu” no gelo

Uma transição crucial na origem da vida foi o surgimento de um polímero de informações capaz de autorreplicação e sua compartimentalização dentro das estruturas protocelulares. A pesquisa mostra que as propriedades físico-químicas do gelo, um meio simples abundante na Terra primitiva de clima temperado, poderia ter mediado essa transição antes do surgimento das protocélulas membranosas. O gelo não apenas promove a atividade de uma ribozima polimerase do RNA, mas também a protege da degradação hidrolítica, permitindo a síntese de replicação de produtos excepcionalmente extensos. O gelo reduz a dependência da replicação do RNA em concentrações de substratos pré-bioticamente implausíveis, oferecendo uma compartimentalização quasicelular na microestrutura complexa da fase eutética. Já foi demonstrado que as fases de gelo eutético promoveram uma nova síntese de precursores de nucleotídeos, bem como a condensação de nucleotídeos ativados em RNA oligômeros aleatórios. O resultado da pesquisa demonstra um papel mais amplo para o gelo como um ambiente de predisposição, promovendo todas as etapas da síntese pré-biótica para o surgimento da autorreplicação do RNA e a evolução darwiniana pré-celular.

(Attwater, J., Wochner, A., Pinheiro, V., Coulson, A., & Holliger, P. [2010]. “Ice as a protocellular medium for RNA replication.” Nature Communications, 1 [6], 1–8)

Nota: É interessante notar como as teorias sobre a origem e evolução da vida vêm e vão. Pelo visto, a “sopa morna” já foi aposentada (só não avisaram os autores de livros didáticos). A novidade agora é o gelo.[MB]

Leia também: "Cientista questiona origem da vida segundo Darwin"

O que a filha de Bertrand Russell queria que ele soubesse


 Em My Father, Bertrand Russell, sua filha, Katharine Tait, escreve que ele não entrava em nenhuma discussão séria sobre a existência de Deus: “Eu não podia nem mesmo falar com ele sobre religião.” O desgosto de Russell por esse assunto era, aparentemente, causado pelo tipo de crentes religiosos que ele conhecera. “Gostaria de ter podido convencer meu pai de que eu encontrara o que ele estivera procurando, aquele algo inefável pelo qual, por toda a vida, ele nunca deixou de ansiar. Eu gostaria de ter podido persuadi-lo de que a busca por Deus não precisa ser em vão. Mas era impossível. Ele conhecera um número grande demais de cristãos cegos, sombrios moralistas que tiravam a alegria da vida e perseguiam seus opositores. Nunca seria capaz de ver a verdade que eles escondiam.”

(Antony Flew, Um Ateu Garante: Deus Existe, p. 18)

Aumenta tendência liberalizante do aborto no mundo

A maioria dos países que introduziram mudanças nas suas legislações sobre aborto desde 1996 adotaram regras mais permissivas sobre a prática, apontam estudos recentes publicados pelas Nações Unidas e pelo Instituto Guttmacher, especializado em saúde reprodutiva. Entre 1996 e 2009, ao menos 47 de 192 países da ONU aprovaram leis com artigos mais liberalizantes, segundo o World Population Policies 2009, da ONU. Nesse mesmo período, outros 11 países endureceram suas legislações sobre o tema. Dos 47 países que liberalizaram sua legislação, ao menos 21 aprovaram leis com artigos mais liberalizantes que os do Brasil - que só permite o aborto em caso de estupro ou risco de vida para a mãe. Nesses países, entre as razões em que a prática abortiva é autorizada estão o caso de haver má-formação fetal, de a mãe não tem condições socioeconômicas para criar o filho ou de a mãe solicitar o procedimento. [...]

Em pesquisa do Instituto Guttmacher, as autoras Reed Boland e Laura Katzive, que se manifestam favoravelmente ao aborto, dizem que o motivo da tendência liberalizante é “o reconhecimento do impacto das restrições ao aborto nos direitos humanos femininos”. [...]

“Diversas pesquisas em países que legalizaram o aborto indicam que a prática pode inicialmente aumentar, mas depois é reduzida. Isso não ocorre por causa da legalização, mas porque abortos que antes seriam realizados clandestinamente passam a ser contabilizados (oficialmente) quando a lei muda.”

(UOL Notícias)

Nota: Aborto é pena de morte sem formação de culpa. Um verdadeiro holocausto silencioso. A lógica é absurda: se não tem condições de criar a criança, mate-a. Se a mãe solicitar o “procedimento” (palavra mais branda para assassinato), aceite. Aborto é um direito feminino? Mas quem defende o direito da criança? Em alguns casos, para corrigir nossos erros (sexo livre, libertinagem), matamos inocentes indefesos. Que mundo é este? Exatamente o mundo previsto na profecia bíblica: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará” (Mateus 24:12).[MB]

Leia também: "Aborto não é 'papo de fundamentalistas'"

Pesquisa eleitoral é convertida em inquérito religioso

O Datafolha registrou ontem no TSE uma pesquisa, encomendada pela Folha e pela TV Globo, para o segundo turno da eleição presidencial, que ocorre no dia 31. Os questionários serão aplicados nos dias 7 e 8. Serão ouvidas 19.400 pessoas. O Datafolha quer saber as coisas de praxe: em quem o sujeito vai votar, em quem votou no primeiro turno, se o apoio de Lula a um candidato – e, agora, de Marina – altera a opinião do eleitor, a avaliação do governo Lula… Até aí, vá lá, embora haja o que dizer a respeito das questões acima – fica para o fim do texto. Vamos ao que é essencial: o Datafolha resolveu saber o peso que a questão do aborto teve no primeiro turno e terá no segundo. Huuummm… É uma curiosidade que nasce de uma tese. Também isso vai para o fim. Quero abordar o que considero uma exorbitância e, vênia máxima, talvez um servicinho prestado ao PT – involuntário, é claro. [...] Uma coisa é tentar saber se a opinião de um candidato sobre o aborto pode ou não interferir na escolha do eleitor; outra, bem diferente, é transformar pesquisa eleitoral num verdadeiro inquérito. É o que faz o datafolha. Querem ver?

P.17-18 - Pergunta a religião do entrevistado (evangélico pentecostal, não-pentecostal, umbanda, candomblé, espírita, católico, etc…);
p.19 - A Igreja orientou a NÃO votar em algum candidato? (mostra o cartão com os nomes);
P.20 - A pessoa mudou?;
P.21 - Se mudou, em qual dos candidatos deixou de votar (mostrar cartão);
P.22 - Diz qual é o estatuto do aborto legal e pergunta se a pessoa é favorável à lei, à ampliação dos casos de aborto legal, ao fim da criminalização do aborto, etc.;
P22ª - O entrevistado recebeu orientação para não votar naquele candidato da P.19 por causa do aborto?

Digamos, só digamos, que se constate que uma porcentagem relevante de eleitores recebeu, sim, a orientação de suas respectivas igrejas. E daí? A eventual confirmação dessa hipótese, com a indicação da confissão religiosa, exporá as igrejas e os religiosos – padres, pastores e outros – à pressão; no caso, é evidente que será à pressão oficial. Não sejamos hipócritas: embora, até agora, só a Igreja Universal do Reino de Deus tenha orientado seus fiéis a votar na candidata Dilma, é evidente que essa pesquisa tenta confirmar uma hipótese: foi a migração do voto evangélico que impediu a vitória de Dilma no primeiro turno.

O PT economiza um dinheirão. Poderia ele mesmo encomendar a algum instituto uma pesquisa como essa, não é mesmo? O Datafolha decidiu fazer de graça. É claro que isso pode ser, sim, matéria de interesse até sociológico – mas não durante o processo eleitoral. Nesse período, a divulgação desses dados pode servir de bússola de campanha a um único partido: o PT.

“E se a pesquisa constatar, Reinaldo, que isso não aconteceu?” Não muda o espírito da coisa. É evidente que se tenta buscar um “fenômeno” que explique a murchada da candidatura de Dilma Rousseff nos cinco ou seis dias finais do primeiro turno, num ritmo que não é lá muito usual, a menos que tenha acontecido, então, o tal evento excepcional ou que os institutos, os honestos, tenham andado errados durante um bom tempo.

E só para encerrar: Datafolha, Ibope e os demais precisam avaliar o governo Lula e a popularidade do presidente semana a semana, o que é repetido pelas TVs à exaustão? Isso já começa a ficar ridículo. Que variação se espera entre uma sexta-feira e outra?

(Reinaldo Azevedo)

Nota: O que mais incomoda nessa pesquisa não é necessariamente o agrupamento eclético do formulário que põe a Igreja Adventista no mesmo “balaio” que o Santo-Daime, por exemplo. Um problema sério, apontado apropriadamente pelo Reinaldo Azevedo, é este: “Digamos, só digamos, que se constate que uma porcentagem relevante de eleitores recebeu, sim, a orientação de suas respectivas igrejas. E daí? A eventual confirmação dessa hipótese, com a indicação da confissão religiosa, exporá as igrejas e os religiosos – padres, pastores e outros – à pressão; no caso, é evidente que será à pressão oficial.” O problema não será apenas a pressão antes do 2º turno, mas a possível retaliação posterior, mesmo que o PT não vença a eleição (ele cresceu muito no Congresso e no Senado). É esperar (já que não se pode fazer muito mais que isso) para ver.[MB]

quarta-feira, outubro 06, 2010

Pacto ecumênico propõe domingo como dia de descanso

A frase do Êxodo 23: 3 – “Não favorecerás nem mesmo a um pobre no processo” – é o título de um relatório apresentado na quinta-feira no Parlamento Europeu pelas principais igrejas europeias e suas organizações. O relatório é resultado de um acordo entre as principais entidades cristãs do continente para se unir na luta contra a pobreza. O texto contém 14 recomendações políticas dirigidas à União Europeia, com a finalidade de reduzir radicalmente a pobreza na Europa. Foi apresentado durante uma conferência convocada pelo presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, que contou com 150 participantes.

A primeira recomendação é implementar “uma nova cláusula social no Tratado da União Europeia” com a finalidade de “garantir as condições necessárias a cada ser humano para que possa viver harmoniosamente com sua dignidade humana”. Em sua segunda proposta, os líderes cristãos sugerem que o presidente do Conselho Europeu reflita em seus relatórios sobre a aplicação da cláusula social. Propõe também que a Agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais centre seu programa de trabalho em aspectos relacionados com o capítulo IV (Solidariedade) da Carta de Direitos Fundamentais da UE.

Outras recomendações se referem ao desenvolvimento de um sistema de salário mínimo de sobrevivência para todos, adoção de uma visão de longo prazo para enfrentar o problema das pessoas sem teto, promoção de um consumo alternativo baseado na moderação e na generosidade.

As igrejas e entidades caritativas destacam a necessidade de apoiar as famílias em risco de pobreza, especialmente aquelas que têm três ou mais filhos. Recomendam proteger o domingo como um dia coletivo de descanso para a sociedade, com a finalidade de proteger a saúde dos trabalhadores e como uma premissa para uma sociedade mais participativa.

A futura Plataforma Europeia contra a pobreza – destacam os líderes cristãos – deveria envolver ativamente representantes da sociedade civil e das igrejas, incluindo os provedores confessionais de serviços.

A última sugestão propõe investir na proteção de quem vive na pobreza com o objetivo de reduzir seu número.

(Zenit)

Nota: As motivações são nobres, mas o coletivismo levado às últimas consequências pode criar dificuldades para certas minorias que acabarão sendo vistas como “pedra no sapato” por, aparentemente, estarem contra a manutenção da paz e da justiça. Esse filme já foi visto antes da história e será repetido no fim do tempo. O que está acontecendo na Europa é apenas o ensaio de uma crise maior. Quem viver verá. (E se quiser saber antecipadamente o que vai acontecer em breve, leia o livro O Grande Conflito, de Ellen White. Está tudo lá.)[MB]

Aborto não é “papo de fundamentalistas”

À semelhança do que ocorre na controvérsia entre criacionistas e evolucionistas, em que os do segundo grupo tentam impedir a discussão afirmando que defender a criação segundo a Bíblia é coisa para “fundamentalistas religiosos”, a polêmica sobre o aborto é classificada, também, como sendo apenas “papo de fundamentalistas”. É claro que, para quem crê em Deus, esse assunto tem implicações éticas, morais e religiosas. Mas não se trata apenas disso. E meu ex-professor de jornalismo na UFSC, Nilson Lage, mostra por quê:

1. Pensando por estereótipos, é senso comum que opositores do aborto são religiosos reacionários. Mas pode não ser assim, como veremos.

2. A primeira questão é se o aborto é ainda tão necessário quando é fácil impedir a gravidez, ou se, com mais informação, seria dispensável.

3. A segunda é que o aborto inocenta o homem e castiga a mulher, já que toda cirurgia tem riscos e, muito repetida, gera danos permanentes.

4. A terceira é se o custo (em dinheiro e danos à saúde) da aplicação em massa do aborto seria menor do que o custo das curetagens atuais.

5. A quarta é, numa sociedade de consumo, ver anúncios de abortos “confortáveis” em spas pagáveis em n prestações mensais.

6. O quinto é o dano psicológico dos abortos, principalmente repetidos, e como minimizá-lo, evitando a perda de autoestima e cinismo.

7. Tudo isso pode ser menos relevante, mas nenhum desses argumentos é de fundo religioso ou de porte inteiramente desprezível.

(Extraído do Twitter do Dr. Nilson Lage)

Passando longe da imparcialidade

Ouvi no curso de Jornalismo que o profissional de comunicação deve buscar a imparcialidade. Depois descobri que esse é um alvo praticamente inalcançável. Então aprendi que, pelo menos, o jornalista deve ser honesto e ético. Isso é o que se espera de quem trabalha na imprensa; mas não é o que se vê por aí. Num artigo pertinente publicado no Observatório da Imprensa, o historiador e escritor Guilherme Scalzilli mostra por que deixou de assinar a Folha de S. Paulo e tece críticas que bem poderiam ser aplicadas a vários outros meios de comunicação brasileiros. Leia alguns trechos a seguir:

“Decido cancelar minha assinatura da Folha de S. Paulo depois de quinze anos. Hesitei muito porque ela foi um baluarte jornalístico para minha geração. Ali acompanhei, adolescente, o movimento Diretas-Já. Colecionava encartes, discutia editoriais. Sonhava em fazer parte do quadro de colunistas do jornal. A Folha era bacana, moderna, quase obrigatória. [...]

“A reforma editorial trouxe verniz de imparcialidade à cobertura política. Mas o tratamento dispensado aos candidatos presidenciais de 2010 segue tendencioso, para dizer o mínimo. A Folha demonstraria mais respeito pela inteligência dos leitores se deixasse de lado a hipocrisia apartidária, assumindo suas evidentes preferências eleitorais. Assim não precisaria usar subterfúgios rasteiros para disfarçá-las.

Eu apurei que a divulgação de factoides sem o devido embasamento é o instrumento ideal para destruir reputações e favorecer projetos obscuros. Profissionais ouvidos no meio enxergam na indiscriminada ocultação de fontes um salvo-conduto para qualquer abuso difamatório. [...]

“Os jargões de release escancaram o pendor publicitário dos cadernos de variedades, que repetem pautas convenientes à indústria do entretenimento (basta ver as matérias sobre canais pagos e leis de incentivo). Salvo honrosas exceções, os juízos estéticos de seus repórteres são risíveis.

“Mas não existe decadência mais constrangedora que a dos espaços regulares de opinião. Abandonando qualquer ilusão de pluralidade, o jornal transformou-se em vitrine para um conservadorismo provinciano, medíocre e repetitivo. [...]

“A presunção messiânica e uma lamentável falta de autocrítica impedem os editores de perceber que certas mesquinharias político-eleitorais destroem aos poucos os maiores patrimônios do jornal. Os editoriais são bobinhos, histéricos, esclerosados. As ameaças veladas ao presidente da República (‘fique advertido’), em plena efervescência eleitoral, embutem um espírito autoritário e confrontador que só se viu nos piores momentos da história nacional. [...]

“Imagine receber, toda manhã, a visita de alguém que tenta iludi-lo, repetindo bobagens e distorções. Agora imagine que você paga, e caro, para ser tratado como idiota. Demora, mas chega um momento em que o prejuízo deixa de compensar.”

Nota: Assim como Scalzilli, passei por essa decepção com outros veículos como a Superinteressante (que assinei por cerca de dez anos, desde a primeira edição) e a Veja, cuja assinatura também cancelei faz um bom tempo. Pagar para ser ofendido? Eu não. Cansei de sugerir pautas para fazer contraponto à enxurrada darwinista que tomou conta das semanais e das “revistas científicas”. Cansei de ler entrevistas encomendadas e reportagens enviesadas pintando o darwinismo como ciência incontestável e o criacionismo como mera religião, coisa de ignorantes. Cansei de superficialidade e desonestidade. Aliás, um dos editores da Folha disse num evento: “Para criacionistas não damos espaço” (leia mais aqui). Se não há espaço para pluralidade e honestidade nesses meios, meu dinheiro é que eles não vão levar.[MB]

Vai ter com a abelha

O que podemos aprender com as abelhas? Elas praticam uma espécie de democracia de consenso semelhante ao que acontece em uma reunião municipal do estado de Nova Inglaterra (EUA), de acordo com Thomas D. Seeley, autor de Honeybee Democracy (A Democracia das Abelhas). Um grupo chega a uma decisão após considerar as opções e trabalhar em um processo de eliminação. As abelhas precisam tomar uma decisão de vida ou morte: onde deve ser estabelecida a nova colmeia. Escolher um local exposto demais, muito pequeno ou próximo demais ao chão pode ser fatal. Nem sempre os enxames tomam a decisão correta, mas o fazem na maioria das vezes, com 10 mil ou mais abelhas, seguindo os avisos e sinais de algumas centenas de líderes para se restabelecer em um novo local a cada primavera. No caminho, eles têm que ter certeza de que a rainha – mais gorda e mais lenta do que as demais abelhas e mais propensa a ter uma parada de descanso – não está perdida.

O Dr. Seeley, professor e diretor do departamento de Neurobiologia e Comportamento da Universidade de Cornell, apresenta notável argumentação ao comparar a administração e organização das abelhas com a dos seres humanos, mas eu não podia deixar de suspeitar que ele tenha sido influenciado por seu editor. Atualmente, abelhas e formigas são consideradas por muitos um modelo de administração de escolhas, e livros como The Swarm Smart (A Dor do Formigueiro), de Peter Miller, editor-chefe da National Geographic, são bastante admirados no mundo dos negócios. Mas como o próprio Dr. Seeley reconhece, a democracia exige um consenso por parte do eleitorado. E quantas vezes temos isso na vida real? [Leia mais]

Nota: Sociedades complexas como a das abelhas não sobreviveriam sem os instintos de grupo que lhes são próprios. É o tipo de comportamento que deveria funcionar bem desde o início, caso contrário, não haveria abelhas hoje para “contar a história”. O livro bíblico de Provérbios recomenda: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio” (6:6). Vale a pena, também, ter com as abelhas para aprender regras sociais e descobrir que elas revelam muito design inteligente, pois são obra do Criador.[MB]

Rabino sugere que espiãs da Mossad façam sexo por Israel

As mulheres do Mossad que mantêm relações sexuais com o inimigo para conseguir informações vitais para a segurança de Israel agem de acordo com os preceitos do judaísmo, segundo o estudo de um rabino israelense divulgado nesta segunda-feira pelo jornal Yediot Aharonot. O estudo, entitulado “Sexo ilícito para a segurança nacional”, dedicado exclusivamente ao comportamento das espiãs do Mossad, recomenda ao serviço de segurança que “utilize para essas missões mulheres licenciosas”. Caso as agentes sedutoras sejam casadas, o rabino Ari Shvat, autor da pesquisa, considera ser preferível que seus maridos se divorciem durante a missão e voltem a se casar depois.

O relatório de Shvat, especialista da Halacha, a lei judaica estrita, foi publicado na revista Tehumin do instituto Tzomet de Goush Etzion, colônia judaica na Cisjordânia ocupada. Shavat fundamenta sua opinião em vários casos mencionados pela Bíblia.

(Yahoo Notícias)

Nota: Esse é mais um típico exemplo de má interpretação da Bíblia que leva a conclusões absurdas. Os casos bíblicos mencionados não foram planejados. Foram situações em que as mulheres viram oportunidades de eliminar os inimigos de Deus, mas não usaram o sexo como isca para isso. Deus jamais aprovaria esse expediente que muitas vezes foi usado por mulheres pagãs (confira). O rabino errou feio.[MB]

Imoralidade na fronteira

Que lição podemos extrair da trágica experiência dos hebreus relatada em Números 25?

Por tudo o que temos visto acontecer no mundo, não deve faltar muito tempo para que nossa peregrinação tenha fim. Jesus logo voltará e, por isso, podemos dizer que estamos na “fronteira” da terra prometida, no limiar do novo lar. Estamos quase lá. Mas quase ainda não é . É verdade que deixamos o Egito do pecado, mas o inimigo tem redobrado seus esforços para manter a igreja apática, absorvida com trivialidades e pecados acariciados, justamente numa época em que deveria estar totalmente desperta. E se há um meio de prejudicar o povo de Deus (além de machucar o coração do Pai), esse é o pecado, em todas as suas formas. O livro bíblico de Números mostra as tristes consequências da imoralidade e a tragédia que se abateu sobre os hebreus em Sitim. [Leia mais]

segunda-feira, outubro 04, 2010

Ex-professor de física questiona limites da ciência

Relatos sobre a morte da ciência em geral são enormes exageros – ao menos, é o que pareceu até hoje. Um físico britânico, Lord Kelvin, supostamente declarou, em 1900, que “não há nada novo para ser descoberto na física, o que resta são medidas cada vez mais precisas”. Contudo, logo veio a teoria da relatividade e a física quântica para desmenti-lo. Em 1996, um Best-seller de John Horgan chamado O Fim da Ciência foi publicado. Mas, novamente, nenhum sinal de a profecia ser concretizada. Em The End of Discovery: Are We Approaching the Boundaries of the Knowable, Russel Stannard novamente prevê o fim da ciência. O livro gira em torno de três ideias: a primeira é de que o cérebro – que evoluiu para sobreviver na selva [segundo a concepção evolucionista], e não para lidar com os mistérios da teoria das cordas – pode ser inadequado para progredir com a ciência a ponto de explicar tudo. A segunda é que é tecnicamente impossível provar todas as ideias concebidas pelos homens. E, por fim, é provável que o objetivo final dos cientistas – que seria “a explicação de tudo” – de fato não existe.

No livro, Stannard questiona parâmetros e faz grandes perguntas. Além de examinar os problemas da consciência, ele divaga sobre o sentido de achar uma explicação para o Big Bang e faz perguntas como “É lógico falar sobre livre-arbítrio em um universo que aparenta ser determinista?”, “O que é o tempo?” e “Por que o universo permitiu a evolução [sic] de vida consciente, e isso já aconteceu em algum outro lugar?”

Apesar de não falar sobre religião, a obra de Stannard foi quase que cronometrada para servir de contraponto ao livro de Stephen Hawking e Leonard Mlodinow que rejeita a necessidade da existência de Deus. O livro de Stannard – professor de física aposentado e autor de livros infantis sobre a física quântica – é um chamado para que cientistas exercitem sua humildade face à estupefação dos mistérios da existência. [...]

(Opinião e Notícia)

Nota: Se o cérebro humano “evoluiu para sobreviver na selva” e se trata de mero amontoado de moléculas, o que garante que seja confiável a conclusão de Stannard ou de qualquer outro ser humano sobre quaisquer outros assuntos? Por que devo aceitar como “adequadas” as conclusões de um cérebro animal a respeito da não existência de Deus, do naturalismo filosófico ou mesmo da macroevolução? Por que devo acreditar que esse cérebro materialista é capaz de entender a realidade que o cerca? E o que esse cérebro materialista teria a dizer sobre o que está além do material (sobrenatural), se não evoluiu para entender isso? Bem, se se limitar à visão naturalista, Stannard está certo em suas conclusões. Mas, como sou teísta e não creio que o cérebro seja apenas um amontoado de moléculas, penso de maneira totalmente diferente: assumo que a ciência experimental se constitui numa ótima ferramenta para entender a realidade, já que, a despeito de suas limitações como método e dos limites da compreensão humana, posso ter alguma certeza de que compreenderei os fenômenos da natureza porque fui criado para pensar e aprender.[MB]

Por que a Bíblia é diferente de outros “livros sagrados”?

Hoje, muitos consideram a Bíblia apenas como o melhor livro produzido pelo cristianismo. Essas pessoas não a consideram melhor do que os livros que contêm os ensinamentos de Buda, o Bhagavad Ghita dos hindus ou qualquer outra obra religiosa. Por que os cristãos insistem que a Bíblia é um livro diferente? Em meio a tantas opiniões divergentes, é necessário examinar a origem do livro que serve de fundamento para o cristianismo. Os profetas bíblicos afirmavam possuir um conhecimento real sobre o Deus infinito. Eles estavam absolutamente certos de que Deus falava por meio deles. Os profetas diziam que Deus faz afirmações dignas de confiança. Ele é capaz de predizer o futuro, e é isso que O torna diferente dos falsos “deuses”: “Eu sou o Senhor; este é o Meu nome! Não darei a outro a Minha glória nem a imagens o Meu louvor. Vejam! As profecias antigas aconteceram, e novas Eu anuncio; antes de surgirem, Eu as declaro a vocês” (Is 42:8, 9). [Leia mais]

Darwin: “o quinto elemento”

Sinceramente, não é possível aceitar as razões com as quais algumas pessoas buscam isentar Darwin da pecha do Darwinismo Social. Mas, como aqui a gente mata a cobra e mostra a cobra, trago novos fatos, que mais uma vez fazem cair a máscara do “naturalista politicamente correto”. Vejamos...

O Darwinismo Social, como é sabido, foi uma corrente teórica da segunda metade do século 19 e primeira metade do século 20, que aplicou na esfera social alguns princípios darwinistas, como a seleção natural, o lema “sobrevivência do mais apto” e o conceito de evolução como progresso. Dos muitos nomes que se engajaram em prol dessa ideologia, quatro deles são bem conhecidos: Hebert Spencer, Francis Galton, Lewis Henry Morgan e Edward Burnett Tylor.

Pois bem, “coincidentemente” – e aqui as aspas são propositais e indispensáveis –, os nomes desses quatro evolucionistas aparecem como referências bibliográficas. Onde mesmo? Aqui: A Origem do Homem e a Seleção Sexual. De quem mesmo? Charles Darwin, o homem que, segundo andaram dizendo por aí, elaborou sua teoria a favor de “uma causa sagrada”. Vejamos...

1. Herbert Spencer: “O nosso grande filósofo Herbert Spencer recentemente explicou suas ideias sobre o senso moral. Diz ele: ‘Creio que as experiências úteis, organizadas e consolidadas através de todas as gerações humanas passadas, têm produzido modificações correspondentes que, com a contínua transmissão e acumulação, tornaram-se em nós determinadas faculdades de intuição moral, correspondendo a certas emoções, que não têm base aparente na experiência individual de utilidade, à conduta certa ou errada” (p. 148).

2. Frances Galton: “Baseados na lei do desvio da média, tão bem ilustrada por Galton em seu livro Hereditary Genius, podemos também concluir que, se em muitas disciplinas os homens são decididamente superiores às mulheres, o poder mental médio do homem é superior àquele destas últimas” (p. 648).

3. Lewis Henry Morgan: “Morgan está convencido, porém, de que tal hipótese deve ser considerada como válida. Segundo este autor, os termos que exprimem vínculo, usados nas várias partes do mundo, dividem-se em duas grandes classes: a classificatória e a descritiva, sendo que esta última é a que nós usamos. É o sistema da classificação que nos leva a concluir que o matrimônio comum e os outros vínculos muito frágeis teriam constituído a união originariamente universal” (p. 677).

4. Edward Burnett Tylor: “Conforme mostrou Tylor, é também provável que os sonhos tenham sido os primeiros a dar origem à ideia dos espíritos, visto que os selvagens de fato não distinguem entre as impressões subjetivas e objetivas. Quando um selvagem sonha, crê que as imagens que lhe aparecem provenham de longe para se deterem diante dele; ou então: ‘O espírito do sonhador divaga durante suas viagens e volta para casa com a lembrança daquilo que viu.’ Mas enquanto as faculdades da imaginação, da curiosidade, da razão, etc., não tiverem alcançado um desenvolvimento completo na mente do homem, seus sonhos não levarão a crer nos espíritos mais do que um cão acredita” (p. 115).

Ou seja, se Darwin bebeu nos darwinistas socais, e se fez uso das premissas que nortearam essa ideologia, pode-se concluir tranquilamente que ele seria, entre estes, o “quinto elemento”:

5. Charles Darwin: “Ambos os sexos deveriam abster-se do matrimônio se acentuadamente fracos no corpo e na mente; mas estas esperanças são utópicas e nunca serão concretizadas nem mesmo parcialmente, enquanto as leis da hereditariedade não forem conhecidas amplamente” (p. 709).

(Charles Darwin, A Origem do Homem e a Seleção Sexual [São Paulo: Hemus Editora, 1974], via Humor Darwinista)

domingo, outubro 03, 2010

A arte de escrever bem para o bem

Há livros para ser lidos e outros para ser degustados. A Arte de Escrever, de Arthur Schopenhauer, está na segunda categoria – não por acaso: do começo ao fim, o autor aplica as regras que ensina. Escrito na primeira metade do século 19, o livro surpreende justamente por ter sido produzido por um filósofo alemão. Seus pares são conhecidos pelas obras massivas (e, às vezes, maçantes) que legaram ao mundo. Mas Schopenhauer é diferente. Segundo ele, “um bom cozinheiro pode dar gosto até a uma velha sola de sapato; da mesma maneira, um bom escritor pode tornar interessante mesmo o assunto mais árido” (A Arte de Escrever, p. 21 – L&PM, 2005).

Clareza e estilo vivo marcam a obra do filósofo. Ele é o tipo de autor que lapida o texto como se cada palavra devesse ter o sentido exato para o qual foi designada, a fim de que o leitor não entenda nada além do que o autor quis dizer. O texto deve ser claro e fácil de entender, pois, “se lemos algo com dificuldade, o autor fracassou”, conforme escreveu Jorge Luis Borges. O tempo e a paciência do leitor também devem sempre ser considerados por quem escreve, ainda que seja apenas um e-mail. Por isso, as dicas de Schopenhauer valem para todos os que redigem – desde um bilhete até um livro.

A Arte de Escrever não trata apenas da escrita, mas dos atos de pensar e ler. Para o autor, mais do que obter informação, devemos ter pensamentos profundos oriundos de reflexão. Mas o que nos interessa aqui são suas dicas de redação: “Não há nada mais fácil do que escrever de tal maneira que ninguém entenda; em compensação, nada mais difícil do que expressar pensamentos significativos de modo que todos os compreendam. O ininteligível é parente do insensato, e sem dúvida é infinitamente mais provável que ele esconda uma mistificação do que uma intuição profunda. [...] a simplicidade sempre foi uma marca não só da verdade, mas também do gênio. [...] escrever mal, ou de modo obscuro, significa pensar de modo confuso e indistinto. [...] muitos escritores procuram esconder sua pobreza de pensamento justamente sob uma profusão de palavras. [...] É sempre melhor deixar de lado algo bom do que incluir algo insignificante. [...] o sinal de uma cabeça eminente é resumir muitos pensamentos em poucas palavras” (ibid., p. 83, 84, 93).

Outra marca dos escritos de Schopenhauer são as boas metáforas e comparações. Por exemplo: “Os pensamentos obedecem à lei da gravidade, de modo que o caminho da cabeça para o papel é muito mais fácil do que o caminho do papel para a cabeça, então é preciso ajudá-los no segundo percurso com todos os meios à nossa disposição” (ibid., p. 111). Aí entram as dicas de redação e o esforço para escrever bem. Aliás, dizem que Platão redigiu sete vezes a introdução de sua República, com diversas modificações.

Isso me lembra um texto de Graciliano Ramos sobre as lavadeiras de Alagoas: “Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa.”

Outro livro importante para os que se aventuram no mundo das letras é A Redação Pelo Parágrafo, de Luiz Carlos Figueiredo (Editora UnB, 1995). À semelhança de Schopenhauer, Figueiredo defende a organização e o encadeamento dos parágrafos, a fim de ajudar o leitor a acompanhar o raciocínio. Em sua obra, Figueiredo trabalha em seis capítulos, que abordam a organização das ideias, os tipos e tamanhos de parágrafos e a ligação entre eles. Não é à toa que a capa do livro seja ilustrada com uma corrente de letras: cada elo representa um parágrafo (no qual apenas uma ideia deve ser trabalhada) que deve estar ligado ao outro pela ideia central do texto.

Ater-se à ideia central e caprichar na composição de cada parágrafo é como fazer uma boa construção. Para usar outra ilustração schopenhaueriana: “Poucos escrevem como um arquiteto constrói: primeiro esboçando o projeto e considerando-o detalhadamente. A maioria escreve da mesma maneira com que jogamos dominó. Nesse jogo, às vezes segundo uma intenção, às vezes por mero acaso, uma peça se encaixa na outra, e o mesmo se dá com o encadeamento e a conexão de suas frases. Alguns sabem apenas de modo aproximado que figura terá o conjunto e aonde chegará o que escrevem. Muitos não sabem nem isso, mas escrevem como os pólipos de corais constroem: uma frase se encaixa em outra frase, encaminhando-se para onde Deus quiser” (ibid., p. 115).

Ao tratar do tema das incômodas orações intercaladas (que despedaçam o período principal), Schopenhauer diz que “uma pessoa só pode pensar com clareza um pensamento de cada vez; assim, não se pode exigir que pense dois, ou mesmo mais, de uma vez só” (ibid., 115). O mesmo vale para os parágrafos.

Figueiredo afirma que, “na escrita, os parágrafos são as principais partes de determinado texto (artigo, capítulo, entrevista, ensaio, etc.). Para assimilar o texto, o leitor precisa entender as partes, isto é, os parágrafos. E o escritor, para ser entendido pelo leitor, tem que construir textos divididos em parágrafos que espelhem divisão lógica, da qual fazem parte a unidade, a coerência e a consistência” (A Redação Pelo Parágrafo, p. 12). E compara: “Os parágrafos são como ‘prateleiras’ que dividem uma sequência de informações ou pensamentos. Servem para facilitar a compreensão e a leitura do texto, dar folga ao leitor, que acompanha, passo a passo, a linha de raciocínio desenvolvida pelo escritor. [...] O entrelaçamento de um parágrafo com outro, ou a ligação de um raciocínio com outro, dá coesão ao texto” (ibid., p. 13, 14).

Para dar aquela “afiada” no uso da língua, um ótimo e prático livro é A Arte de Escrever Bem – Um guia para jornalistas e profissionais do texto, de Dad Squarisi e Arlete Salvador (Editora Contexto, 2004). As autoras também batem nas teclas da concisão e da simplicidade. “A frase curta tem duas vantagens. Uma: diminui o número de erros. Com ela, tropeçamos menos nas conjunções, nas vírgulas e nas concordâncias. A outra: torna o texto mais claro. Clareza é, disparado, a maior qualidade do estilo. Montaigne, há quatrocentos anos, ensinou: ‘O estilo deve ter três qualidades – clareza, clareza, clareza’. [...] Palavras longas e pomposas funcionam como uma cortina de fumaça entre quem escreve e quem lê. Seja simples. Entre dois vocábulos, prefira o mais curto. Entre dois curtos, o mais expressivo” (A Arte de Escrever Bem, p. 23, 27).

As autoras fazem eco a Schopenhauer e destacam, além da clareza, a concisão. “Concisão não significa lacônico, mas denso. Opõe-se a vago, impreciso, verborrágico. No estilo denso, cada palavra, cada frase, cada parágrafo devem estar impregnados de sentido” (ibid., p. 39). Por isso, ler e reler o texto, cortando as “gordurinhas”, sempre faz bem, afinal, como disse Marques Rebelo, “escrever é cortar”.

Finalmente, mas não menos importante (na verdade, é mais), indico o livro O Outro Poder, de Ellen G. White (Casa Publicadora Brasileira, 2010). Quem escreve, assim como quem fala, deveria sempre usar as palavras para ajudar as pessoas a crescer física, mental e espiritualmente, e a melhor maneira de fazer é isso é atraindo “a atenção das pessoas para as verdades vivas da [Palavra de Deus]” (O Outro Poder, p. 9). Escritores cristãos (e não apenas eles, evidentemente) deveriam lapidar seus textos de modo a interessar o leitor para que ele seja levado a considerar seriamente a mensagem de esperança por trás das letras.

Embora, como Schopenhauer, Ellen White tenha escrito seus livros há mais de um século, ela estava à frente de seu tempo no que diz respeito à compreensão do que significa escrever de maneira interessante. Ela aconselhou: “Nossos periódicos devem sair repletos de verdade que apresente interesse vital e espiritual para o povo. [...] Compete a nossas publicações a mais sagrada obra de tornar clara, compreensível e simples a base espiritual da nossa fé” (ibid.). Clareza, compreensibilidade e simplicidade deveriam ser qualidades do texto de todos os que escrevem para o público. O alvo? Ei-lo: “A escrita deve ser usada como meio de semear a semente para a vida eterna” (ibid., p. 13).

A autora também aconselha concisão para manter o interesse: “Concisão deve ser observada, de modo a interessar o leitor. Artigos longos e enfadonhos são prejudiciais à verdade que o escritor pretende apresentar” (ibid., p. 56). Aos leitores, ela aconselha: “Não temos tempo para devotar a assuntos vulgares, nem tempo para gastar com livros que apenas entretêm” (ibid., p. 98).

Um texto bíblico que serve de boa dica para quem quer escrever bem e com eficácia é Habacuque 2:2: “E o Senhor Deus disse: ‘Escreva em tábuas [jornal, folhetos, livros, sites, blogs] a visão que você vai ter, escreva com clareza o que vou lhe mostrar, para que possa ser lido com facilidade’” (NTLH).

Assim, não importa se se trata de um bilhete de porta de geladeira, e-mail, artigo ou livro, escreva com clareza, simplicidade e concisão; releia o que escreveu antes de publicar e coloque o coração em cada palavra. O leitor agradece.

Michelson Borges

Nota: O leite materno é a quintessência do que existe em termos de nutrição. Por quê? Porque ele é o melhor que o corpo da mãe pode produzir para o crescimento e a saúde do bebê. O texto de quem escreve para o bem deve ser como o leite materno: produzido com carinho e adequado às necessidades de quem lê, proporcionando-lhe saúde e crescimento. Por que pensei nessa analogia? Simples: porque o texto acima começou a ser escrito numa madrugada, na maternidade da Santa Casa de Tatuí, SP, depois que acordei minha esposa para amamentar nosso recém-nascido filho Mikhael.[MB]

Café, chocolate e açúcar podem viciar

Milhares de pessoas têm algum tipo de vício em alimento, um mal responsável por sintomas prejudiciais à saúde e ao convívio social. E não é apenas a cafeína que tem efeitos similares aos de um vício. Engrossam a lista as guloseimas preferidas de mulheres com TPM (tensão pré-menstrual) e das crianças: chocolate e açúcar. Mas, se mesmo podendo viciar, esses alimentos continuam a ser vendidos em qualquer esquina, o motivo é bem simples: os cientistas ainda não chegaram a um consenso sobre eles. O único ponto de acordo é que algumas substâncias podem, sim, causar dependência. Porém, na maioria das vezes, apenas psicológica. “A cafeína, no entanto, tem ação associada ao sistema nervoso central. Ela é um estimulante e atua deixando a pessoa mais disposta, com melhora no raciocínio e na concentração”, afirma João César Castro Soares, endocrinologista e nutrólogo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O chocolate e o açúcar, por sua vez, atuam diretamente no sistema límbico (responsável pelas emoções), estimulando a produção de serotonina. Apesar desses vícios ainda não terem sido equiparados a outros, como o fumo e ao alcoolismo, a falta deles pode trazer sintomas típicos de abstinência – como [...] dor de cabeça. [Leia mais]

Darwinismo com humor

Iba Mendes é criador e mantenedor do blog Humor Darwinista. Formado pela USP e sem filiação religiosa, ele simplesmente se define “como alguém que evita se contaminar por ideologias coletivistas, seja qual for sua esfera”. Nesta entrevista, concedida ao jornalista Michelson Borges, Iba fala sobre seu blog e manifesta sua opinião sobre o darwinismo:

Há quanto tempo existe o Humor Darwinista e por que resolveu criá-lo?

Inicialmente, desejo deixar claro que não partilho dos ideais criacionistas, e que meu antagonismo à ideologia darwinista não está fundamentado em qualquer que seja a crença religiosa ou livro considerado sagrado. Não obstante isso, porém, acredito que é perfeitamente possível e necessário manter sempre uma atitude de diálogo com ambos os pontos de vista.

Bom, quanto à pergunta, a ideia de um blog direcionado à questão surgiu em meados do ano passado, como reação à impostura e o deslumbramento dos devotos de Darwin em se fazerem os únicos donos da verdade. [Leia mais]

sexta-feira, outubro 01, 2010

Blog da Gi: "É só uma mentirinha..."

A história de hoje conta de uma menina chamada Kiria. Ela tinha seis anos. Kiria tinha muitos irmãos: Kaila de dez anos, Kailane de oito anos, Karlos de sete anos, Klaudio de nove anos e os gêmeos Kaissa e Kaléu, de onze anos. Um domingo à tarde Kailane, Karlos e Kiria estavam brincando e Kiria estava com a roupa nova que iria usar para ir a uma festa de aniversário, só que para usar aquela roupa ela insistiu com a mãe dela até que a mãe disse: "Ta bom, mas se você sujar você vai ficar de castigo." Mas ela tinha esquecido ou ignorado o que a mãe disse, e foi brincar em qualquer lugar: no barro, na terra, na areia e aí ela estava brincando com os irmãos perto da cerca de arame farpado e do outro lado da cerca tinha uma poça de lama. De repente Paulo gritou: [Leia mais]

“As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”

Rosto de Luzia e a modelo Gisele Bündchen
Essa famosa frase de Vinícius de Moraes, embora politicamente incorreta, é excelente para explicar a evolução do homem sob a lógica do gradualismo ortodoxo darwinista. E para isso sirvo-me das diversas gravuras, as quais abundantemente povoam o fértil imaginário dos devotos de Darwin. Se atentarmos bem à árvore genealógica humana, como aquela divulgada na Wikipédia, notaremos que a evolução se seguiu num movimento ou marcha para adiante, sempre progressivamente. O homem, saindo de uma forma menos organizada, avança rumo ao ápice de sua evolução, muito bem refletido no branco europeu, preferencialmente os ingleses com o cérebro superior a 1.500 gramas.

Nos primórdios da Teoria da Evolução, o conceito de “mais evoluído” estava sempre associado à ideia de progresso e civilização. Darwin, ao ver pela primeira vez os fueguinos, considerados por ele como selvagens e incivilizados, escreveu: “Jamais esquecerei o espanto que tive quando pela primeira vez vi uma reunião de fueguinos numa praia selvagem e impérvia, diante da ideia que logo me veio à mente – assim eram os nossos antepassados. Esses homens estavam completamente pelados e tinham o corpo pintado, com os longos cabelos emaranhados, as bocas espumavam de excitação e tinham uma expressão selvagem, apavorada e cheia de suspeita. Malmente tinham alguma arte e viviam como animais selvagens daquilo que conseguiam capturar e eram impiedosos com o que não fosse da sua tribo. Quem tiver visto um selvagem em sua terra nativa não sentirá muita vergonha se for constrangido a reconhecer que em suas veias corre o sangue das mais humildes criaturas” (A Origem do Homem e a Seleção Sexual, Hemus Editora, 1974, p. 711).

Outro aspecto interessante sobre essa questão se refere à evolução em termos de estética. A beleza vai progredindo segundo o aumento da inteligência e o desenvolvimento do cérebro (na época de Darwin, por exemplo, era muito comum ligar o tamanho do cérebro ao nível de inteligência da pessoa. Paul Broca e Francis Galton sabiam que alguém era civilizado baseando-se no peso e na dimensão de sua cachola).

De Lucy até Emma, a beleza passou por pequenos e variados estágios. Quanto mais antiga é a espécie de hominídeo, mais esteticamente feia ela vai ser representada nas gravuras. À medida que se aproxima a civilização, as feições vão ganhando contornos mais harmoniosos, ao mesmo tempo em que se distanciam de suas primitivas características simiescas. Até que o homem, por fim, consegue chegar ao topo da civilização, ao cimo da evolução: Inglaterra e Charles Darwin!

(Humor Darwinista)