
Gleiser pergunta: "Será, então, que uma civilização extraterrestre redescobriria os mesmos resultados matemáticos do que nós, como se fossem uma espécie de código da natureza? Pitágoras, Platão, Galileu, Newton, Einstein, muitos matemáticos (mas não todos) e os físicos que hoje trabalham em teorias de supercordas diriam que sim. Talvez mudem os símbolos, mas a essência dos resultados seria a mesma."
E então, como alguém que chega perto da luz mas lhe dá as costas, tendo que contemplar apenas a própria sombra, o físico brasileiro arremata: "Não há dúvida de que certos resultados matemáticos, como 2 + 2 = 4, são verdadeiros independentemente de como sejam descritos. Mesmo assim, vou além de Livio e afirmo que a matemática é uma invenção humana, uma linguagem criada para descrever a nossa realidade. Somos produtos de milhões de anos de evolução, adaptados ao mundo em que vivemos. ... Nossa geometria descreve aproximadamente as formas que vemos à nossa volta; esferas, quadrados, cubos, círculos, linhas. Ela vem de um cérebro adaptado ao mundo em que existe. Se uma civilização extraterrestre tiver desenvolvido linguagem equivalente, é porque existe numa realidade semelhante. O único Deus matemático é aquele que inventamos."
O que dizer, então, dos padrões lógicos observados em outras áreas da ciência, como a química (tabela periódica dos elementos) e a física (leis e constantes universais)? Essas não foram inventadas pelo ser humano. Ele apenas as descobriu. No entanto, sem essas leis, não haveria Universo, nem vida. Quem regulou essa precisão toda? O Químico inexistente? O Físico imaginário? O naturalismo filosófico, que assume a priori a inexistência do sobrenatural, continua impedindo muita gente de ver as coisas com outros olhos.[MB]
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