terça-feira, dezembro 22, 2009

Avatar e a saudade do Céu

Uma tia da minha esposa veio nos contar que assistiu ao filme Avatar em 3D, no cinema. Toda empolgada, ela nos disse que a produção de James Cameron (Titanic) é um show de efeitos especiais, mas o que mais lhe chamou a atenção foi o mundo idílico em que os seres azuis (os Na'Vi) vivem em perfeita harmonia com a natureza e consigo mesmos. O pano de fundo (asssim me pareceu pela descrição dela) é a ganância e consumismo humanos versus a paz e a harmonia de uma vida simples. E é justamente esse aspecto - mais que os efeitos e recursos visuais - que parece inebriar as plateias formadas por pessoas cansadas do corre-corre estressante da vida real (a tia da minha esposa é professora da rede pública e o marido dela é médico).

À medida que ela nos descrevia o filme, lembrei-me de duas citações de C. S. Lewis:

“Somos criaturas sem entusiasmo, brincando bobos e inconsequentes com bebida, sexo e ambições, quando o que se nos oferece é a alegria infinita. Agimos como uma criança sem noção, que prefere continuar fazendo bolinhos de lama num cortiço porque não consegue imaginar o que significa a dádiva de um fim de semana na praia. Muito facilmente, nós nos contentamos com pouco” (O Peso da Glória).

“As criaturas não nascem com desejos, a menos que exista satisfação para eles. Um bebê sente fome: bem, existe uma coisa chamada comida. Um patinho quer nadar: bem, existe uma coisa chamada água. ... Se eu encontrar em mim mesmo um desejo que nenhuma experiência neste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que fui feito para outro mundo” (Cristianismo Puro e Simples).

Depois que ela terminou de descrever algumas cenas e suspirou ao dizer como seria bom viver num mundo como aquele do filme, eu lhe disse que um mundo assim nos está prometido, e não se trata de ficção. A Nova Terra, prometida por Deus, será um lar de harmonia plena, em que as pessoas não precisarão matar para comer; lá o leão habitará com o cordeiro; não haverá mais morte, choro ou dor.

Filmes como Avatar e o efeito que causam nas pessoas me mostram que, sem dúvida, fomos criados para outro mundo e que, independentemente de quem sejamos ou do que conheçamos de Deus, todos temos saudades do Céu.[MB]