Detentas
de uma prisão perto da fronteira com a China teriam passado por uma “psicose
coletiva” tão intensa que um padre teve de ser chamado para acalmá-las. Em uma
fábrica no leste de Moscou, cidadãos em pânico limparam prateleiras de
fósforos, querosene, açúcar e velas. Um imenso portal de estilo maia está sendo
erguido – com gelo – na rua Karl Marx, em Chelyabinsk. Para os que não conhecem
a profecia New Age, há rumores de que o mundo irá acabar em 21 de dezembro de
2012, quando um ciclo de 5.125 anos conhecido como Contagem Longa, no calendário maia, irá supostamente acabar. A Rússia, um
país com uma inclinação para o pensamento místico, está atenta.
Na
semana passada, o governo russo decidiu colocar um fim nessa conversa de Juízo
Final. Seu ministério de situações emergenciais afirmou [na] sexta-feira que
teve acesso a “métodos de monitoramento do que está acontecendo no planeta
Terra” e que podia afirmar, com certeza, que o mundo não vai acabar em
dezembro.
Admitiu,
entretanto, que os russos continuam vulneráveis a “nevascas, tempestades de
neve, tornados, cheias, problemas de transporte e alimentação, além de falhas
nos sistemas de aquecimento, eletricidade e água”.
Comunicados
similares foram lançados nos últimos dias pelo chefe de medicina sanitária da
Rússia, por um alto oficial da Igreja Ortodoxa Russa, por congressistas e por
um ex-DJ da Sibéria que recentemente ganhou um programa de TV chamado “Batalha
dos Videntes”. Uma autoridade propôs que russos
que espalhem o boato sejam processados.
“Não
dá para falar sem parar sobre o fim do mundo, e falo disso como médico”, afirma
Leonid Ogul, membro da comissão de ambiente do Parlamento. “Cada um tem um
sistema nervoso diferente, e esse tipo de dado os afeta de forma diferente.
Informação age subconscientemente. Algumas pessoas são levadas ao riso, algumas
a ataques cardíacos, e algumas a ações negativas.”
Na
semana passada, vereadores de Moscou enviaram uma carta aos três principais
canais da Rússia pedindo que eles parem
de levar ao ar informações sobre a profecia.
Nota 1:
Processos e censuras. À medida que os adventistas intensificarem sua pregação a
respeito da volta de Jesus (e o verdadeiro fim do mundo), certamente também
sofrerão esse tipo de pressão.[MB]
Nota 2:
No artigo “O mundo assombrado pelos demônios”, Ulisses Capozzoli, editor da revista
Scientific American Brasil, tratando
dos famosos “fundamentalistas”, escreveu que, para esses (segundo ele), “Darwin é um embuste, os animais nasceram prontos, não houve e nem há
qualquer evolução. Deus criou o Universo em uma semana e com isso toda a
história está contada”. Eu poderia discutir (e refutar) cada uma das afirmações
de Capozzoli, pois ele “força a barra” ao dizer que os criacionistas (sim,
esses são os fundamentalistas dele) pensam assim. Mas isso não vem ao caso
agora. O que me interessa, no contexto desta postagem, são os últimos dois
parágrafos do artigo do jornalista:
“No sábado, 22 de dezembro, como ao longo das infinitas manhãs da Terra,
quando mais uma vez o Sol elevar-se como uma rubra moeda incandescente no
horizonte leste, aqueles que temeram algo tão tolo e imbecil quanto a ideia de
um iminente fim do mundo talvez se ruborizem de constrangimento.
“Mas em pouco tempo a história cairá no esquecimento, como acontece com
praticamente todas as histórias. Mesmo o esquecimento, no entanto, não apagará
para homens mais lúcidos do futuro que, um dia, já na segunda década do século
21, boa parte da humanidade temeu pela sobrevivência da Terra por obra de um
discutível calendário maia e a esperteza doentia de um grupo de farsantes em
escala global.”
Como já escrevi anteriormente em algum lugar, com essa agitação em torno
do 21/12 (e de outras datas no passado, como o ano 2000, por exemplo), o
inimigo de Deus consegue matar dois coelhos com um engano só: (1) os que
acreditam que o fim do mundo será nessa data acabam desapontados com o
amanhecer do dia seguinte, marcam novas datas ou perdem a fé, e (2) os que não
acreditam reafirmam sua descrença e consideram o tema “fim do mundo” digno de deboche.
Não é à toa que Jesus previu que Sua vinda seria como a do ladrão
(inesperada) (1Ts 5:2), num mundo carente de fé (Lc 18:8) e com pessoas que
estariam escarnecendo dos que creem que o mundo (este mundo) efetivamente terá
fim (2Pe 3:9), mas não com um meteorito gigante, com aquecimento global, ou
superbactérias. O mundo terá fim quando Deus puser o ponto final na história de
pecado, após a volta de Jesus. E isso vai acontecer, creiamos ou não.[MB]
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