Recentemente,
o site do InfoEscola (hospedado no Portal Terra) publicou um artigo de Ana
Lúcia Santana (confira). Conforme destacou o leitor Thiago Ravani, o texto está repleto de falácias e de doutrinação evolucionista. Ravani destacou os parágrafos a seguir, e os comentários entre colchetes são dele, com alguns acréscimos meus: “Ela
[o criacionismo] procura dar sua versão sobre esta questão, do ponto de vista
religioso.” [Criacionismo é só religião, desde quando? Não há tantas pesquisas
que demonstram quanto os seres vivos eram complexos desde as “eras antigas”? Evolucionismo também é filosofia, mas ninguém fala disso.]
“Esta
é a hipótese de maior recepção em todo o planeta, elaborada em oposição à
teoria evolucionista, fruto de pesquisas científicas.” [O criacionismo
agora veio depois, elaborado só pra
enfrentar à luz da “religião” a teoria supercientífica do evolucionismo! Nada mais errado. A versão criacionista existe muito tempo antes do evolucionismo, afinal, deriva do Gênesis, escrito por Moisés 1.500 anos antes de Cristo.]
“O cristianismo tem sua própria teoria explicativa, narrada na Bíblia, seu livro sagrado. Segundo essa religião, o homem foi criado por Deus, logo após a gênese dos céus e da terra. Aqui também a humanidade foi modelada no barro, mas nessa versão ela ganha a vida através do sopro divino, exalado em suas narinas. De acordo com as crenças abordadas, variam as argumentações, mas muitas delas apresentam várias semelhanças. O Gênesis, primeiro livro do Antigo Testamento, por exemplo, narra a origem do mundo e do homem com metáforas e símbolos muito parecidos com os das narrativas mesopotâmicas.” [Aqui temos uma tática bem comum: transformar a criação do Gênesis em um arco de eventos metafóricos, e, de fato, transformando a criação em metáfora, fica mais fácil derrubá-la. Ignora-se o fato de que a semelhança das narrativas pode apontar para um evento único, contado depois na perspectiva de cada povo. O mesmo ocorre com o dilúvio, cuja história com algumas variações está registrada em mais de 200 culturas.]
“As
explicações sobre a existência humana se iniciam com os mitos, que procuram
justificar, através da imaginação, a vida, a história humana, tudo que ocorre à
nossa volta e não podemos compreender. Pesquisadores do século XIX acreditavam
que a crença em uma entidade divina superior, que criou tudo que existe, era
uma conquista do homem em uma fase cultural mais elevada, mas recentemente
descobriu-se que povos africanos primitivos, bem como das ilhas do norte do
Japão, América, Austrália central e em várias outras partes do mundo, já
cultivavam essa mesma fé.” [Não existe pesquisa criacionista agora, apenas
a imaginação é o suficiente, ou seja, os criacionistas são um bando de
sonhadores (para não dizer nada mais depreciativo), e apesar de eles tropeçarem
no fato de que a ideia de que o mundo foi criado por uma Divindade ser muito
mais antiga do que se imaginava, pouco caso fazem.]
“As
ideias criacionistas, de modo geral, estendem a interferência divina além do
ato criador. Deus, segundo a filosofia judaico-cristã, intervém diretamente no
plano da matéria, uma vez que provoca, por exemplo, o dilúvio, assim como
inspira Noé a construir sua arca e a conduzir nela diversos pares de animais,
que povoarão posteriormente o mundo novo.” [Engraçado como eles acabaram
esbarrando em algo que tem vindo à tona ultimamente: a realidade do dilúvio (e
como temos visto vários fósseis que foram mortos de maneira rápida sem permitir
que terminassem o que estavam fazendo). Mas fazer o quê? O diluvio é só coisa
da imaginação, né?]
“Atualmente
o Criacionismo está mais conectado à crença do protestantismo norte-americano.
Nesse país, vários esforços têm sido realizados para introduzir nas aulas de
Ciências a teoria criacionista, embora suas referências explícitas ainda sejam
inconstitucionais. Seus adeptos tentam sutilmente revestir essas teses sob o
título de ‘análise crítica da evolução’, para burlar a Constituição.” [Agora
o criacionismo é inconstitucional? Não se pode criticar a evolução; parece que
ela está muito bem protegida pela lei. Falar algo diferente é “religião”?
Engraçado, não? Blindar uma teoria não perece ser algo muito científico...]
“Outras
religiões aceitam algumas ideias de cunho mais científico, como os seis dias
relativos à duração do ato criador, interpretados como seis eras geológicas,
enquanto os considerados fundamentalistas abominam essa concepção.” [E
aqui voltamos ao status quo: aqueles
que aceitam o Gênesis como algo não literal até merecem respeito, mas se
acreditam nos seis dias literais, são fundamentalistas, não servem nem para estar
em uma sala de ciências. E é isso que nossos alunos estão aprendendo...]