Cruzada contra os fundamentalistas |
O
papa Francisco pediu, nesta quinta-feira, que todas as confissões religiosas
condenem “de forma conjunta e contundente” e tomem distância das ações
terroristas que se amparam na religião. Ele fez esse pedido ao discursar no
seminário “América em diálogo: nossa casa comum”, que a Organização
dos Estados Americanos (OEA) e o Instituto de Diálogo Inter-religioso de Buenos
Aires realizaram no Vaticano. “Percebemos com pesar que o nome da religião
é usado, muitas vezes, para cometer atrocidades como o terrorismo e semear o
medo e a violência e, por consequência, as religiões são identificadas como
responsáveis pelo mal que as cerca. Essas ações abomináveis devem ser
condenadas de maneira determinada. É
preciso tomar distância de quem busca envenenar as pessoas”, disse o
Pontífice. Diante disso, ele disse que é necessário mostrar os valores positivos
inerentes às tradições religiosas para conseguir uma sólida esperança. “É
necessário que compartilhemos as dores e as esperanças, para poder caminhar
juntos, cuidando um do outro, e também
da criação, na defesa e na promoção do bem comum”, acrescentou.
Francisco
destacou a importância dos encontros e da cooperação entre as variadas
confissões, “baseado na promoção de um diálogo sincero e respeitoso, pois se
não existe respeito recíproco não haverá diálogo inter-religioso”. Para o papa,
todos os crentes têm o dever “de defender a vida, a integridade física e as
liberdades fundamentais, como a de consciência, de pensamento, de expressão e
de religião”.
“O mundo constantemente
nos observa para comprovar qual é nossa atitude perante a casa comum e perante
os direitos humanos”, explicou. E acrescentou a necessidade de colaborar
entre os crentes, mas também “com os homens e mulheres de boa-vontade que não
professam religião, para que demos respostas efetivas a tantas pragas de nosso
mundo”.
O
Vaticano receberá nos dias 2 e 3 de dezembro o Fórum Global 2016 – “The 21st
Century Challenge: Forging a New Social Compact” (Desafio do século 21:
Forjando um novo pacto social). A
iniciativa é promovida pela revista norte-americana Time, que elegeu Francisco como “homem do ano” em
2013. Inspirados pelo convite do papa Francisco à “nobre vocação” que ajude a
criar uma economia mais inclusiva e humana, os responsáveis pela economia
mundial refletirão sobre melhores condições de trabalho e desenvolvimento, e
como criar formas duradouras para erradicar a pobreza e o problema dos
refugiados.
Em
um comunicado publicado no dia 6 de setembro, Joe Ripp, presidente e
administrador da revista Time, fala
que o evento inédito contará com a presença de diretores-gerais das 500
empresas mais bem-sucedidas da atualidade, as 100 pessoas mais influentes do
mundo, segundo a revista Fortune, e
vários líderes econômicos, acadêmicos e religiosos.
Os
participantes do evento discutirão tecnologia, saúde global, recursos
alimentares e hídricos, energia e meio
ambiente e inclusão financeira. Cada um desses temas representa um elemento
crítico para a erradicação da pobreza e requer uma atenção urgente.
O
primeiro dia do encontro será destinando a reuniões de grupos de trabalho sobre
as temáticas. No segundo dia, os grupos deverão apresentar soluções e em
seguida, terão uma audiência especial com o papa Francisco.
O
papa Francisco é destacado pela Time Inc. como uma figura que “tem
abordado com regularidade” essas questões, “apontando para a crescente
desigualdade” e “criticando a ditadura de uma economia impessoal e desprovida
de um objetivo verdadeiramente humano”.
(O Dia e Rádio Vaticano)