Reportagens publicadas no jornais
eletrônicos da Deutsche Welle,[1] e
no The Scientist,[2] ambos de 1º de abril de 2019, mencionam artigo científico publicado no periódico
Proceedings of the Academy of Natural Sciences (PNAS) [3] – da descoberta
de depósito fóssil, localizado em Hell
Creek,[1] no estado americano de Dakota
do Norte, feita por um grupo de paleontologistas liderados por Robert
DePalma, da Universidade do Kansas, associado, pela idade do depósito, ao
impacto de Chicxulub.
Esse depósito fóssil, uma massa
petrificada de peixes de água doce, vertebrados terrestres, árvores, galhos,
troncos, amonites marinhos e outras criaturas,[1] e até âmbar derretido, também
apresentou resíduos de impacto de asteroide, como esferas de vidro, chamadas de
tektites,[2] cuja formação é atribuída
às altas temperaturas geradas na explosão do asteroide, e que, pela idade da
formação, 66 milhões de anos (de acordo com a teoria geológica), coincide com
aquele que teria exterminado os dinossauros e 75% da vida na Terra.
Alguns dos peixes teriam ingerido os tectitos (as minúsculas esferas de
vidro) do impacto do asteroide de Chicxulub. Os tectitos estavam em cerca de 50% dos peixes, embutidos em suas
guelras.[2] Também encontraram traços de irídio, um metal associado a
asteroides metálicos, mas quase inexistente na crosta da Terra. As evidências
apontam para o impacto de Chicxulub, na Península de Yucatan, no México.
Os autores do estudo relatam que o
impacto gerou terremoto com magnitude 10 ou 11, tsunami, além de ondas seiche,[4] que fizeram oscilar os
movimentos de água dos lagos, baías ou golfos, chegando a cerca de três mil
quilômetros do local do impacto em algumas horas.
Os pesquisadores inferem que existia
um mar interior no continente, e que as ondas seiche geradas levaram turbulência aos sedimentos, soterrando
imediatamente os organismos (além das árvores), como uma avalanche líquida que
desmorona e, quando consolidada, fica como concreto. Os animais foram mortos de
repente, não foram esmagados, mas um peixe foi partido ao meio pela violência
do impacto. A sedimentação foi rápida, preservando a estrutura tridimensional.
É relatado ainda que foi encontrado
um osso de dinossauro[2] no local, associando-o à extinção em massa ocorrida no
limite K-Pg (Cretáceo-Paleogeno). Além disso, outros estudos, citados no artigo
na PNAS,[3] dão conta dos efeitos catastróficos associados ao impacto do
asteroide, levando à extinção em massa no primeiro Cenozoico: vulcanismo
induzido por impacto, terremotos, mudança atmosférica climática mundial, ondas seiches (ondas
harmônicas que podem se desenvolver em grandes massas de água[3]), megatsunami
(mais de cem metros de altura).
Phil
Manning,[2] coautor do artigo na PNAS, da Universidade de Manchester, disse à BBC: “É um dos locais mais
importantes do mundo agora.”
Nota: Destaco que o modelo
histórico-científico do dilúvio bíblico suporta impactos de asteroides na
sua origem, proposto por outros criacionistas, deflagrando uma cascata de
causa-efeito, levando à extinção em massa relatada no livro do Gênesis, da
Bíblia judaico-cristã. Aliás, a extinção em massa relatada no dilúvio tem
primazia na afirmação de tal evento, sobre as seis teorias de extinção em massa
propostas pela paleontologia/biologia/geologia.
As
evidências relatadas no artigo da PNAS por Robert DePalma
et al. estão, portanto, enquadradas dentro da cosmovisão criacionista bíblica
de um dilúvio global, deflagrado por uma chuva de asteroides, e não apenas um
grande impacto.
Ressalto que é atribuída ao impacto
de Chicxulub uma potência explosiva equivalente à de 96
teratoneladas de TNT,[5]
pelo menos dois milhões de vezes mais potente que a maior bomba já construída e
detonada na Terra, a Tsar (que
atingiu 50 megatoneladas de TNT de poder explosivo).
Que nível de destruição planetária
poderíamos esperar de mais de uma centena de impactos, alguns muito maiores do
que Chicxulub, conforme se observa nas 190 crateras de impacto já confirmadas
na Terra?[6]
Celio
João Pires é pesquisador e autor de livros criacionistas
Referências:
[1] Fósseis retratam dia em que
asteroide matou os dinossauros. Ciência. Deutsche
Welle. Disponível em: www.dw.com/pt-br/fósseis-retratam-dia-em-que-asteroide-matou-os-dinossauros/a-48146017.
Acesso em: 2.4.2018.
[2]
Hou, Chia-Yi. Animals in North Dakota Died from Chicxulub Asteroid in Mexico. The Scientist. Disponível em: www.the-scientist.com/news-opinion/animals-in-north-dakota-died-from-chicxulub-asteroid-in-mexico-65684. Acesso em 2.4.2019.
[3]
Proceedings of the Academy of Natural Sciences - PNAS. www.pnas.org/content/early/2019/03/27/1817407116. Acesso em: 2.4.2019.
[5] Cratera de Chicxulub. Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cratera_de_Chicxulub. Acesso em: 2.1.2019.
[6] List of impact craters on Earth.
Wikipedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_impact_craters_on_Earth.
Acesso em: 2.1.2019.