
Os números do documento também mostram que mais de 60 países estão implementando o Código Internacional de Marketing em Substitutos do Leite Materno, que proíbe a oferta de presentes e amostras grátis a profissionais de saúde e o uso de palavras ou imagens em anúncios que idealizem a amamentação por mamadeira.
O relatório foi produzido para avaliar o progresso feito pelas nações desde que foi publicada a Declaração sobre Proteção, Promoção e Apoio ao Aleitamento Materno em 1990, adotada em um encontro realizado pelo Unicef e pela OMS em Florença, na Itália.
Uma das propostas aprovadas pelo encontro de Florença foi atribuir o status de “amigo dos bebês” para os hospitais que estimulassem as mães a amamentar seus recém-nascidos.
De acordo com o relatório, 20 mil hospitais em 150 países já receberam esse status.
Apesar dos avanços, o documento admite que a taxa de aleitamento materno ainda é muito baixa. Somente 39 por cento dos bebês no mundo em desenvolvimento são alimentados exclusivamente por leite materno.
*** PERFEITAMENTE PROJETADO
Certa vez, enquanto observava minha filhinha Giovanna sendo amamentada, fiquei pensando no maravilhoso e perfeito alimento que é o leite materno. Esse líquido supercomplexo é uma dádiva do Criador ao bebê. Protege contra as infecções (contém agentes antibacterianos e antivirais), acalma, ajuda o bebê a ter um sono mais tranqüilo, regulariza a digestão, torna-o forte, saudável e resistente. É um dos alimentos mais complexos que existem na natureza. Tem 300 componentes já identificados, que criam um mecanismo de defesa no organismo contra as infecções e reduz o risco de diarréia. É um alimento perfeito.
O leite materno também ajuda no desenvolvimento da inteligência. Um grupo de cientistas da Nova Zelândia acompanhou várias crianças até os 18 anos de idade e descobriu que, quanto maior o tempo de amamentação, maior o nível de inteligência do adolescente. Qual a razão disso? Descobriu-se que o leite materno tem dois ácidos naturais que ajudam no crescimento e amadurecimento das células do cérebro, facilitando e estimulando a ligação mais rápida dos neurônios. Isso sem mencionar a proximidade e o afeto trocados pela mãe e a criança, e que são também fundamentais para o desenvolvimento do bebê. A amamentação é tão importante para o amadurecimento da criança que o UNICEF recomenda que o bebê seja amamentado até um ano de idade.
Há outros dois detalhes interessantes. A oxitocina é o hormônio responsável pelo reflexo de descida e ejeção do leite durante a amamentação. Ela é liberada em pequenos jatos em resposta à sucção. Além disso, ao nascer, o bebê tem o queixo pouco desenvolvido (retrognatismo fisiológico), exatamente para facilitar o encaixe da boca no seio da mãe. Isso evidencia um sistema interdependentemente projetado, incapaz de ter surgido ao longo das eras por mutações casuais.
Quem projetou o leite materno para atender a todas as necessidades humanas em seus primeiros e fundamentais anos de vida? Quem regulou todos os nutrientes na proporção adequada ao desenvolvimento do bebê? Quem programou no cérebro do recém-nascido o instinto de sucção, sem o qual ele não conseguiria se alimentar? O salmista Davi responde de forma poética: “Tu criaste cada parte do meu corpo; Tu me formaste na barriga da minha mãe. [...] Tu me viste antes de eu ter nascido” (Salmo 139:13 e 16). O Deus Eterno é o criador do alimento perfeito.
Michelson Borges