sexta-feira, maio 09, 2008

Desvendando o Apocalipse: os dois convites

O capítulo 19 do Apocalipse descreve a vitória definitiva de Cristo sobre Babilônia, que é eternamente extinta, e também estende a todos os seres humanos dois convites. O primeiro é para as bodas do Cordeiro; o segundo, para o banquete das aves de rapina. Cabe a cada um de nós decidir em que banquete estar.

Aqui também se encerram as profecias que dizem respeito à batalha entre o bem e o mal, ou entre Cristo e Satanás.

Apocalipse 19:1: “Depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de numerosa multidão, que dizia: Aleluia! A salvação e a glória e a honra e o poder pertencem ao nosso Deus,”

Apocalipse 19:2: “Pois verdadeiros e justos são os seus juízos. Julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.”

Apocalipse 19:3: “E outra vez clamaram: Aleluia! E a fumaça dela sobe para todo o sempre.”

Apocalipse 19:4: “Os vinte e quatro anciãos, e os quatro seres viventes, prostraram-se e adoraram a Deus, que está assentado no trono, dizendo: Amém. Aleluia!”

O Céu festeja a vitória de Cristo sobre a “grande prostituta” que corrompeu a Terra. Enquanto na Terra os reis, os mercadores e os navegantes que seguiram Babilônia gemerão três “ais”, os habitantes do Céu pronunciarão três “aleluias”. Em todo o Novo Testamento não encontramos o termo “aleluia”, senão neste capítulo.

A salvação é uma atribuição exclusiva do Senhor.

Glória – Houve um tempo em que Deus parecia ter sido derrotado pelos poderes da Terra. O mundo parecia estar vencendo e os princípios de Deus tidos como ultrapassados e até motivo de chacota. Mas Seus inimigos de todos os tempos foram completamente derrotados.

Poder – Por algum tempo, o poder do mal parecia estar no comando da Terra. Mas, agora temos a certeza, a salvação, a glória e o poder pertencem ao Senhor.

Apocalipse 19:5: “Então saiu do trono uma voz, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os Seus servos, e vós que O temeis, assim pequenos como grandes.”

Apocalipse 19:6: “Também ouvi uma voz como a de uma grande multidão, como a voz de muitas águas, e como a voz de fortes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já reina o Senhor nosso Deus, o Todo-Poderoso.”

Depois do primeiro coro de alegria pela queda da Babilônia, uma voz do trono convidará os habitantes do Céu para um louvor ainda maior ao nome de Deus. Segundo o profeta, esse coro será como “a voz de uma multidão”.

Quando subjugar todos os Seus inimigos, então Ele reinará, em verdade, no mundo através de Jesus.

Apocalipse 19:7: “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória! Pois são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a Sua noiva se aprontou.”

Em Apocalipse 21:9, a noiva é definida como a Cidade Santa, a Nova Jerusalém. Em outras passagens, a igreja é chamada de noiva. Será uma contradição? A cidade é a noiva, mas uma cidade sem habitantes é apenas um amontoado de casas e ruas. São as pessoas que ocupam essas casas que fazem da cidade o que ela é. A cidade santa não é mencionada no Apocalipse como a noiva até que os santos já a estejam ocupando.

Enquanto a noiva está se aprontando, o Noivo está preparando um lugar para ela (Jo 14:1-3). Durante o intervalo em que estão separados, a noiva deve ficar pronta. Ela está vestida “de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos” (Ap 19:8).

Apocalipse 19:8: “Foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, resplandecente e puro. O linho fino são os atos de justiça dos santos.”

Apocalipse 19:9: “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me ainda: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.”

Terminando Seu ministério, Jesus vem perante o “Ancião de Dias” para receber o reino e o domínio pelos quais morreu (Dn 7:13). Isso representa, na realidade, as bodas do Cordeiro e ocorre antes que Ele volte à Terra para buscar os Seus súditos, os quais, arrebatados para encontrá-Lo, são então levados para “as bodas do Cordeiro” na casa do Pai.

Jesus disse: “Estejam cingidos os vossos lombos e acesas as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor quando houver de voltar das bodas” (Lc 12:35 e 36). Ver também o livro O Grande Conflito, p. 426-428.

Apocalipse 19:10: “Então me lancei a seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: Olha, não faças isso! Sou conservo teu e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus! Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.”

Somente Deus é merecedor da nossa adoração. A adoração a qualquer outro ser constitui idolatria.

O testemunho de Jesus é definido como o “Espírito de Profecia”. O Espírito, isto é, o Espírito Santo, é o inspirador do homem. A profecia é a revelação antecipada daquilo que está por acontecer. E o profeta é o agente humano que fala por inspiração.

O apóstolo Pedro esclarece bem isso, nestas palavras: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pd 1:21).

Através do dom de profecia, Jesus tem Se comunicado com o ser humano desde que ele caiu em pecado. O sonho de Jacó ilustra como o Filho de Deus Se tornou uma escada simbólica de acesso ao Céu e do Céu à Terra; do homem a Deus e de Deus ao homem.

Como, porém, o Mediador era em tudo semelhante a Deus, também Ele não podia comunicar-Se pessoalmente com o homem da parte de Deus. Foi então que surgiu a necessidade do Dom de Profecia, pelo qual o Mediador pôde entender-Se perfeitamente com o homem e transmitir-lhe as revelações da vontade de Deus. Surgiram os profetas. Eles foram escolhidos e preparados por Deus para a sagrada missão. Assim manifestou-se por intermédio deles o Testemunho de Jesus ou o Espírito de Profecia.

Desde a sarça ardente em que Deus falou a Moisés, toda a história de Israel está repleta de manifestações do Dom de Profecia. Na jornada pelo deserto, nos dias de Josué, no período dos Juízes, na época dos reis do reino unido e do reino dividido, durante e depois do cativeiro, não faltou ao povo de Deus a luz da revelação do Dom de Profecia. Com freqüência era o povo de Israel instruído, aconselhado, repreendido e advertido por homens e até por mulheres que lhe falavam da parte de Cristo.

João Batista é o primeiro profeta no Novo Testamento. Foi exatamente ele que apresentou o Salvador como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

A Bíblia revela que o Dom de Profecia deveria permanecer até a segunda vinda de Cristo (1Co 1:7; Ef 4:8, 11), sendo que o apóstolo Paulo o considera o principal de todos os dons (1Co 14:1). Aos tessalonicenses escreveu: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (1Ts 5:19, 20).

Apocalipse 19:11: “Vi o céu aberto, e apareceu um cavalo branco. O seu cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro, e julga e peleja com justiça.”

O profeta contempla o Filho de Deus deixando o Céu e dirigindo-Se à Terra num cavalo branco. Essa é uma cena apenas simbólica, pois Jesus não necessitou de cavalo para subir da Terra ao Céu e é evidente que não necessitará para voltar a ela. A cena representa Jesus como um grande general apressando-Se com Seus exércitos para derrotar Seus inimigos nas planícies do Armagedom. O cavalo branco, nos dias dessa visão, era um símbolo de vitória, de triunfo na guerra, o que assegura a vitória de Cristo sobre todos os Seus adversários.

Fiel e Verdadeiro – Nessa guerra de extermínio dos malfeitores, Jesus será “Fiel e Verdadeiro”. Ele cumprirá contra seus opositores todas as advertências contidas antecipadamente nas profecias. Cumprirá infalivelmente tudo o que fora prometido em Sua Palavra inspirada. E ainda mais. Vai julgar os Seus renitentes perseguidores “com justiça”. Ele lhes fará uma guerra de juízo e justiça, para dar-lhes todas as retribuições merecidas por sua rebelião contra a Lei de Deus.

Apocalipse 19:12: “Os seus olhos eram como chama de fogo, e sobre a Sua cabeça havia muitos diademas. Ele tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão Ele mesmo.”

Como em Apocalipse 1:14 e 2:18, aqui é dito que os Seus olhos são como “chama de fogo”. A expressão significa que a consciência divina observa tudo e capta até as más intenções do coração humano.

Os diademas que aparecem na visão estão sobre a mesma cabeça que recebeu na Terra uma coroa de espinhos. Por essa razão, com a cabeça coberta com os diademas de um vencedor, Cristo Se apresentará na última batalha contra os Seus inimigos.

Naquele dia Jesus terá um nome que só Ele saberá. Conhecemos muitos de Seus nomes revelados nas Escrituras. Mas um deles, o que Ele terá na guerra contra os Seus inimigos, é privativo dEle apenas.

Apocalipse 19:13: “Estava vestido com um manto salpicado de sangue, e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus.”

Jesus virá para juízo e justiça. Isso está em harmonia com Suas vestes salpicadas de sangue preditas pelo profeta Isaias: “Pisei-os na Minha ira, e os esmaguei no Meu furor; o seu sangue salpicou as Minhas vestes, e manchei toda a Minha roupa” (Is63:3). Essa impressionante figura de linguagem proclama a justiça de Deus sobre os que resistiram a todos os Seus insistentes apelos.

Eternamente, Jesus será “a Palavra de Deus”. Ele tem a mente do Pai. Tudo quanto Jesus realiza no Céu e na Terra, o Pai é quem faz por Seu intermédio. A mais perfeita união é aqui revelada. A Palavra de Deus é a expressão absoluta do que Cristo é.

Apocalipse 19:14: “Seguiam-No os exércitos que estão no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.”

Apocalipse 19:15: “Da Sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações. Ele as regerá com vara de ferro. Ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.”

Três símbolos de juízo:

A espada aguda – Quando Jesus falou no jardim, Seus inimigos caíram por Terra (Jo 18:5, 6). Sua Palavra golpeia e mata. O poder é irresistível. A palavra falada de Deus é mais terrível em seus efeitos do que qualquer arma criada pelo homem.

A vara de ferro – É um símbolo do poder que Cristo exercerá sobre as nações rebeldes. “Ele mesmo as regerá.” Isso não quer dizer que Cristo governará as nações atuais, mas que Ele as destruirá (Sl 2:9).

O lagar – É uma expressão que simboliza a justa ira de Deus que será exercida contra os transgressores.

Apocalipse 19:16: “No manto, sobre a Sua coxa tem escrito o nome: Reis dos reis, e Senhor dos senhores.”

Apocalipse 19:17: “Então vi um anjo em pé no sol, o qual clamou com grande voz a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos para a ceia do grande Deus,”

Apocalipse 19:18: “para comerdes carnes de reis, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes.”

O convite do anjo desta vez não é feito aos homens, porque já terão sido destruídos pelo resplendor da presença de Cristo. Mas será feito a todas as aves do Céu. O profeta Jeremias escreveu: “Serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da terra até a outra” (Jr 25:33).

Enquanto no Céu se realiza a “ceia das Bodas do Cordeiro”, na Terra, tomará lugar o banquete das aves do Céu. Aqueles que aceitaram o convite de Deus participarão da ceia juntamente com o Salvador, enquanto os que rejeitaram o mesmo convite proporcionarão, com seus próprios corpos, uma ceia às aves de rapina.

Desse modo, os que buscaram assassinar a Palavra de Deus serão mortos por ela. Enquanto Cristo volta para o Céu levando consigo os remidos, as aves do Céu devoram os corpos dos que foram mortos. Eles foram mortos pela espada aguda. Somente reviverão após mil anos, quando receberão os efeitos da eterna destruição.

Que fim humilhante para o orgulho, a pompa, o poder e a nobreza daqueles que decidiram desafiar o governo do Céu!

Apocalipse 19:19: “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para guerrearem contra aquele que estava montado no cavalo, e o Seu exército.”

Segundo a profecia, a besta se unirá aos reis da Terra e seus exércitos “para guerrearem contra aquele que estava montado no cavalo e o Seu exército”. Em Apocalipse 16:13 e 14, lemos que a besta, inspirada por espíritos de demônios, terá parte preponderante no preparo do Armagedom. Aqui é dito que ela estará ao lado dos que tentarão guerrear contra o Filho de Deus.

Apocalipse 19:20: “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que diante dela fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta, e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.”

O falso profeta é plenamente identificado com a besta de dois chifres de Apocalipse 13, que é o protestantismo apostatado. Um falso profeta, para não ser desmascarado, introduz-se com um “Assim diz o Senhor”, sem que o Senhor lhe tenha incumbido de dar qualquer mensagem. O Senhor nada tem com ele.

Assim, ambos, a besta e o falso profeta, serão presos e desmascarados como poderes eclesiásticos inimigos de Cristo. E, afinal, serão lançados “vivos no lago de fogo que arde com enxofre”, no fim do milênio. O mundo estará eternamente livre deles.

Logo, a besta e o falso profeta – os dois grandes sistemas enganadores deste mundo – serão finalmente lançados no fogo consumidor de Deus, e os ímpios, por tanto tempo ousados e desafiadores, serão então destruídos “pelo resplendor de Sua vinda”.

Apocalipse 19:21: “Os demais foram mortos pela espada que saía da boca do cavaleiro, e todas as aves se fartaram das suas carnes.”

Os dias em que vivemos são dias de preparo. Enquanto o povo de Deus está se preparando para encontrar o seu Senhor, as nações da Terra estão se preparando para a grande guerra que virá.

Os convites foram feitos. Para fazer parte das bodas do Cordeiro é preciso estar vestido apropriadamente com as “vestes de justiça”. Para fazer parte do banquete das aves de rapina é continuar vestido com os “trapos de imundície”. É tempo de decidir! Que roupa você usará?

(Texto da Jornalista Graciela Érika Rodrigues, inspirado na palestra do advogado Mauro Braga.)

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