
“Dos 16 países pesquisados, a porcentagem dos brasileiros crentes em Deus só é menor do que a registrada na Polônia (97%). A média dos europeus que crêem em Deus é de 71%. (O índice mais baixo é o da República Checa – com apenas 37% - e Portugal é o segundo mais fervoroso – 90% acreditam em Deus -, seguido surpreendentemente pela Rússia, que tem 87% de fiéis, 15 anos após o desmantelamento do regime comunista.) ... Apenas 1,3% dos brasileiros pesquisados foram enfáticos ao responder ‘não’ à pergunta sobre a existência de um ser supremo.”
A matéria informa ainda que “a maioria dos consultados (65,7%) acha que Deus é amor e, para 59,9%, Ele está presente na natureza. ... A maioria também exalta Deus como um ser justo (59,7%); que dá livre-arbítrio (55,7%); que existe em nosso interior (46%); e é uma força impessoal (32,5%).”
Outro dado curioso: num país 74% católico, somente 58,2% acreditam na vida após a morte. Por outro lado, a sondagem mostrou também que mais da metade dos pesquisados crê na força do destino e em mau olhado. “A fé dos brasileiros não está num Deus transcendental que protege e cobra um comportamento ético. Há uma expectativa mágica em relação a Deus, daí podermos coagi-Lo com promessas, oferendas ou gestos como bater na madeira”, explica o professor Eurico Gonzalez dos Santos, do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília.
O depoimento da artesã Verônica Quintana, 21 anos, de Foz do Iguaçu, PR, é típico do brasileiro: “Eu acredito em tudo: espíritos, feitiçaria, horóscopo e até em simpatias, que já fiz em funcionaram. Às vezes também acendo uma vela para meu anjo da guarda.”
Esses dados mostram que o desejo de crer resiste ao avanço tecnológico e científico de nossos dias, mas que a fé mal orientada leva o ser humano a crer em qualquer coisa.
Para encerrar, deixo com você este pensamento: “O ateísmo otimista do século 19 pensou que desalojando a Deus, o Homem teria um lugar para ser um homem; o ateísmo pessimista do século 20 descobriu que ao ter desalojado a Deus, o Homem perdeu todo o lugar para ser um homem.”