quarta-feira, maio 07, 2008

Novo fóssil de símio desafia teoria da evolução

Uma antiga mandíbula de uma espécie de símio descoberta em 2005 seria muito próxima do último ancestral comum dos gorilas, chimpanzés e humanos, indicou um estudo divulgado nesta segunda-feira. O fóssil, de 10 milhões de anos [sic] e completo, com 11 dentes, foi encontrado em depósitos de terreno vulcânico na região de Nakali, no Quênia, por uma equipe de pesquisadores japoneses e quenianos. Os cientistas afirmam que a descoberta preenche uma espécie de "vácuo" no registro de fósseis, e desafia uma das suposições vigentes sobre a evolução dos primatas.

Estudos genéticos sugerem que os humanos e os grandes símios evoluíram separadamente a partir de um ancestral comum [sic], há cerca de 8 milhões de anos [sic], mas os paleontólogos vêm se esforçando para encontrar fósseis dos ancestrais dos grandes símios da África moderna dos últimos 13 milhões de anos [sic].

Entretanto, pesquisadores vêm encontrando muitos fósseis dos grandes símios na Europa e na Ásia nesse período, e também observaram algumas semelhanças entre alguns desses símios e os símios africanos contemporâneos.

Isso levou alguns paleontólogos a levantar a hipótese de que o ancestral comum [nunca encontrado] dos símios e dos humanos havia abandonado a África e evoluído em várias espécies diferentes, e que uma dessas espécies voltou ao continente para se converter no elo perdido [sic] entre o homem e os parentes primatas mais próximos.

Contudo, essa nova evidência, além de outras, parece enfraquecer essa teoria. Além dessa nova espécie do Quênia de símio antigo, chamado de Nakalipithecus nakayamai, recentemente foram encontradas evidências de outro antigo símio africano.

Em agosto, uma equipe de paleontólogos japoneses e etíopes anunciou que havia descoberto em 2006 e em 2007 fósseis de dentes com 10 milhões de anos de idade [sic], na região de Afar, na Etiópia.

Os pesquisadores afirmaram que os dentes provavelmente pertenciam a uma espécie de "proto-gorila", que batizaram de Chororapithecus abyssinicus. Antes deste, a última descoberta de um fóssil hominídeo deste período na África ocorreu no Quênia, em 1982.

A evidência de que a África foi habitada por vários ancestrais dos símios na metade e no final do período mioceno - entre 23 milhões a 5 milhões de anos atrás [sic] - levanta dúvidas sobre a teoria de que os ancestrais dos símios africanos contemporâneos se extinguiram completamente no continente e foram reintroduzidos na Europa ou na Ásia, indicam os autores das Atas (Proceedings) da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Ainda serão necessárias, desta forma, que se realizem mais descobertas de fósseis para desenvolver a árvore genealógica dos símios africanos modernos, "e é provável que estes hominídeos africanos do período mioceno tardio sejam mais ou menos próximos do último ancestral comum dos grandes símios africanos e dos humanos", concluíram os autores.

(Terra)