segunda-feira, outubro 05, 2009

Criacionista brasileiro é eleito para presidir a IMSS

O brasileiro Marcos Eberlin, professor do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é o novo presidente da Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas (IMSS, na sigla em inglês). Eleito na primeira semana de setembro, durante o 18º Congresso Internacional de Espectrometria de Massas, realizado em Bremen, na Alemanha, Eberlin já assumiu o cargo, cujo mandato é de três anos, renováveis por mais três. De acordo com ele, a principal missão de sua gestão consistirá em tornar a entidade mais atuante em todo o planeta.

“A IMSS é uma sociedade internacional, mas sempre esteve muito voltada para a Europa e para os Estados Unidos. Já atuei na sociedade como secretário e representante do Brasil e sempre procurei torná-la menos restrita a esse eixo. Ao eleger um brasileiro, a sociedade sinaliza sua preocupação em levar sua atuação para todo o mundo”, disse Eberlin à Agência FAPESP.

Ao assumir o cargo, Eberlin já iniciou ações estratégicas no sentido de disseminar o conhecimento da espectrometria de massas para o mundo todo, aumentando o raio de ação da sociedade. Uma das estratégias, já aprovada pelo conselho da sociedade, consiste em levar os congressos internacionais da IMSS para países fora do eixo Europa-EUA. (...)

A IMSS, segundo Eberlin, reúne 45 sociedades nacionais de espectrometria de massas. A vinda da reunião internacional para o Brasil, de acordo com ele, seria o reconhecimento da importância atual do país no cenário científico. “Será o reconhecimento simbólico de uma realidade visível: o Brasil já tem destaque no mapa mundial da ciência e da espectrometria de massas. E não há como ignorar que se faz pesquisa de primeiro nível no país.” (...)

Segundo Eberlin, a espectrometria de massas é uma técnica de caracterização estrutural de substâncias que tem aplicações em praticamente todas as áreas da ciência. Por isso as sociedades nacionais são tão numerosas.

“Enquanto biólogos usam a técnica para caracterizar proteínas e examinar suas estruturas, os farmacêuticos a empregam para caracterizar drogas, os químicos para a análise de agrotóxicos ambientais e os físicos para analisar semicondutores ou para estudar a composição da atmosfera de um determinado planeta, por exemplo”, disse o cientista, que trabalha com técnicas de espectrometria de massas com ênfase em química, bioquímica, ciências médicas, farmacêuticas, de alimento, em novos materiais e proteoma.

Com toda sua formação feita na Unicamp – onde se graduou em Química em 1982, defendeu o mestrado em 1984 e o doutorado em 1988, Eberlin realizou seu pós-doutorado, entre 1989 e 1991, no Laboratório Aston de Espectrometria de Massas da Universidade de Purdue, em West Lafayette, no estado de Indiana, nos Estados Unidos.

Professor titular da Unicamp, onde leciona desde 1982, Eberlin é comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico (2005) e faz parte do conselho editorial dos periódicos Journal of Mass Spectrometry, Mass Spectrometry Reviews e The Analyst.

(Agência FAPESP)

Leia a entrevista que o Dr. Eberlin concedeu a Michelson Borges.