
Prezada Ivanilde:
Foi com satisfação que me deparei com sua matéria “Código de conduta”, na Coop Revista de abril. É bom ver que, numa época de corrosão da moral e da virtude, ainda há pessoas que veem valor na Lei de Deus e percebem sua aplicabilidade mesmo no século 21. Porém, permita-me fazer algumas observações:
(1) Você menciona que os dez mandamentos foram recebidos de Deus por Moisés há quase quatro mil anos, no entanto, sua lista é baseada nos mandamentos do Catecismo católico, cuja elaboração é muito mais recente que a escritura dos dez mandamentos bíblicos (cf. Êxodo 20:8-11); (2) exemplo disso é a omissão – em sua lista e no Catecismo – do segundo mandamento bíblico, que proíbe a adoração de ídolos (nesta época de consumismo, esse mandamento também daria uma boa aplicação, não acha?); (3) por causa dessa omissão, o quarto mandamento em sua lista vira o terceiro e prescreve a guarda do domingo, ao passo que o mandamento bíblico diz: “Lembra-te do dia do sábado para o santificar... porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra...”; além disso, você focaliza apenas o aspecto do trabalho e do descanso, no entanto, o mandamento do sábado tem que ver também com adoração, já que aponta para Deus como o Criador; (4) para que sua lista e o Catecismo não ficassem com nove mandamentos, por causa da omissão do segundo, o 10º mandamento foi dividido em dois.
O sábio Salomão escreveu, em Eclesiastes 3:14: “Sei que tudo quanto Deus faz [os Dez Mandamentos, inclusive] durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar.” João vai na mesma direção ao chamar atenção para a seriedade do ato de adulterar a Bíblia (Apocalipse 22:18). E o Dr. Lucas registrou em Atos 5:29: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.”
No mais, quero parabenizá-los pelas matérias relevantes que têm publicado e pela qualidade gráfica da revista.
Michelson Borges
Jornalista e editor do blog www.criacionismo.com.br