
O problema, a meu ver, é que a linha que separa a realidade da ficção é muito tênue. Prova disso, é que os telejornais, por exemplo, pautam o entretenimento, ao fazer das celebridades e programas do gênero, notícias de destaque. Por outro lado, as telenovelas pautam suas tramas com temas de “responsabilidade social” a fim de ganhar notoriedade nos veículos que vivem do “infotenimento”.
Ao expor o descaso com os portadores de deficiência física e trabalhar com a temática de superação pessoal, uma telenovela se torna fonte para grandes reportagens a despeito de fazer apologia ao adultério, à prostituição, à mentira e à violência, temas recorrentes na telinha. Assim, em nome da prestação de serviço público, celebridades se tornam modelos de conduta, sem nenhum julgamento crítico da parte do público.
Para mim, o “infotenimento” tem implicações espirituais. A antiga serpente do Éden não tem hesitado em usar essa linguagem com nova roupagem de sua milenar estratégia: misturar de forma atrativa a verdade com o erro. Ao promover um sincretismo maldirecionado da ficção com a realidade, a serpente pretende baixar nossa guarda para suas mentiras politicamente corretas.
Se por um lado o inimigo de Deus tem iludido milhões com essa técnica midiática, é verdade também que muitos têm buscado algo além do sensacionalismo e futilidades veiculados; estão em busca do sentimento real para a vida. Por meio de mídias alternativas, como as emissoras de rádio e TV, revistas, sites e blogs verdadeiramente cristãos, eles têm encontrado exemplos de conduta, prazer e felicidade baseados na mais confiável fonte de informação: a Bíblia. Por isso, o que temos diante de nós é uma oportunidade singular de assistir, compartilhar e divulgar aquilo que faz diferença.
(Ana Paula Ramos, assessora de imprensa da Igreja Adventista, em Campinas, SP)