Interesse comum unindo todos |
Três
líderes religiosos [debateram] a participação das religiões e o papel da fé na
preservação do meio ambiente. O encontro [foi realizado ontem], 19 de agosto, e
[teve] transmissão online. No dia 18
de junho, o Vaticano divulgou um documento histórico. Foi a primeira vez que um
papa dedicou a íntegra de uma encíclica para falar sobre o meio ambiente. Nela,
Francisco traçou uma conexão entre as mudanças climáticas e a crise ambiental
vivida atualmente, e afirmou que o homem é responsável pelo aquecimento global.
“Se a tendência atual continuar, este século poderá testemunhar mudanças
climáticas inéditas e uma destruição sem precedentes dos ecossistemas, com
graves consequências para todos nós”, diz um trecho do documento. Na já chamada
“encíclica verde”, o papa, apelou para a responsabilidade de todos na proteção
do planeta, “que está sendo destruído”: “A humanidade é chamada a tomar
consciência da necessidade de realizar mudanças de estilo de vida, de produção
e consumo, para combater o aquecimento global ou, pelo menos, as causas humanas
que o provocam e o agravam.”
O
WWF-Brasil atendeu ao apelo papal e convocou três líderes religiosos para
debater formas de ajudar o meio ambiente. No preparatório para a 21ª
Conferência das Partes (COP21) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima, que será realizada em dezembro em Paris, e cujo resultado influenciará o
destino de quase 200 países, é primordial discutir o problema das mudanças
climáticas no âmbito da relação harmoniosa entre o homem, a sociedade e a
natureza, explorando a questão de uma forma mais ampla, ecumênica e
democrática.
Nota:
O leitor Anderson Moura, de Guarulhos, SP, participou do evento e me enviou o
relato a seguir: “Estive num evento hoje da WWF-Brasil, a trabalho, que tinha
seguinte tema ‘Fe e mudanças climáticas’. Nesse evento, tinha um cientista, um
bispo católico, um sheik muçulmano e um rabino, além de um professor. Três
pontos interessantes que observei e vão ao encontro das profecias e do que você
tem falado no blog: (1) usar a força das religiões para catequizar as pessoas a
respeito da questão ambiental (fala de todos interlocutores); (2) trabalhar de
maneira concreta a proposta da última encíclica papal (fala do bispo); (3) a
humanidade não irá avançar se os seres humanos não trabalharem de maneira
conjunta como tem sido nas últimas décadas (fala de um cientista). Tudo se
encaminhando para aquilo que sabemos: todos hoje estão mudando seu modo de
pensar e, acima de tudo, tudo está convergindo para que o papa seja a liderança
que os unirá. A partir daí, ele terá autonomia e poder para definir normas que
sabemos quais serão, pois as pessoas estarão catequizadas pelos seus líderes a
obedece-lhe em prol do bem maior, ou seja, a saúde do nosso planeta.”