Pesquisadores israelenses descobriram
evidências que corroboram o relato bíblico do antigo reino de Edom, informou
a CBN News. O reino de Edom existiu durante os séculos 12 a
11 a.C. e foi fundado pelo filho mais velho de Isaac, Esaú. Estava localizado
na Transjordânia, entre Moabe (a nordeste), Arabah (a oeste), e o vasto deserto
da Arábia (ao sul e leste). O capítulo 36 do livro de Gênesis mostra que Edom
era uma terra próspera, muito antes de “qualquer rei israelita reinar”. Mas,
durante anos, os especialistas não encontraram praticamente nenhum registro
arqueológico confirmando quando e onde Edom existiu. Um estudo inovador
publicado pelo PLOS One, por uma
equipe de cientistas israelenses e americanos, descobriu que Edom realmente
existiu na época e no local que a Bíblia descreve.
“Usando a evolução tecnológica, fomos
capazes de identificar e caracterizar o surgimento do reino bíblico de Edom.
Nossos resultados provam que o reino surgiu antes do que se pensava
anteriormente e de acordo com a descrição bíblica”, explicou o professor
Ben-Yosef, do Central Timna Valley Project, da Universidade de Tel Aviv.
Ben-Yosef, o professor Tom Levy, da
Universidade da Califórnia, em San Diego nos EUA, e sua equipe foram ao deserto
de Arava, no atual Israel e na Jordânia, para analisar a fonte da riqueza do
reino: o cobre. Especificamente, a equipe analisou o resíduo restante da
extração de cobre, para determinar que Edom não só existiu no momento em que a
Bíblia descreve, mas também que era um reino poderoso e tecnologicamente
avançado.
“Com técnicas avançadas de análise
química, análise arqueológica e investigação microscópica, conseguimos entender
como as pessoas produziam cobre. Os resultados são surpreendentes e eles nos
dizem que algo grande estava acontecendo muito cedo, pelo menos no século 11
a.C.”, disse Ben-Yosef à CBN News.
A análise do cobre data o reino de
Edom cerca de 300 anos antes do que se pensava – exatamente na época em que a
Bíblia diz e antes de qualquer rei governar os filhos de Israel. “Isso apoia a
noção de que de fato não só havia pessoas na região naquele período, mas um
reino forte. Que foi responsável por realizar uma indústria de larga escala na
produção de cobre. Você não pode exagerar na importância do cobre naquela
época”, disse Ben-Yosef.
O cobre era um material precioso,
usado nos tempos antigos para criar armas, escudos de defesa, ferramentas
agrícolas e muito mais. “Se você quisesse ser forte, precisava ter cobre”,
disse Ben-Yosef.
A equipe também encontrou evidências
ligando Edom a outro grande evento bíblico: a invasão da Terra Santa pelo faraó
Sheshonk I – o bíblico rei Sisaque, citado em 2 Crônicas 12:2 –, que invadiu
Jerusalém no século 10 a.C.
Ben-Yosef disse que o faraó não estava
interessado em destruir os edomitas, mas os apresentou à tecnologia de cobre
que transformou completamente a região. “Como consumidor de cobre importado, o
Egito tinha um grande interesse em agilizar a indústria. Parece que, através de
seus laços de longa distância, eles foram um catalisador de inovações
tecnológicas em toda a região. Por exemplo, o camelo apareceu pela primeira vez
na região imediatamente após a chegada de Sheshonk I”, disse Ben-Yosef.
O professor Ben-Yosef explicou que
suas novas descobertas comprovam fortemente a veracidade da Bíblia, mesmo
quando as evidências arqueológicas originais não pareciam somar. “Nossas novas
descobertas contradizem a visão de muitos arqueólogos de que o Arava foi
povoado por uma aliança frouxa de tribos, e elas são consistentes com a
história bíblica de que havia um reino edomita aqui”, concluiu Ben-Yosef.