Muito pequenas, com o cérebro menor
do que uma semente de gergelim e realizando atividades cotidianas tão bem
estruturadas e complexas que deixam qualquer um de boca aberta! Existem mais de
20 mil espécies de abelhas. Abordar a quantidade de atividades realizadas por
elas com tamanha precisão obviamente não é possível aqui. Então, vamos nos
fixar em uma ação específica: a produção do mel.
O mel contém nutrientes, minerais e
vitaminas; além disso, possui antioxidantes – especialmente em suas variedades
mais escuras. Ele é uma solução concentrada dos açúcares glicose e frutose, com
porcentagens menores de mais de 20 açúcares complexos. Apresenta também
vestígios de minerais essenciais.
Em tempos antigos, o mel era usado
para curar feridas e infecções. Povos da Birmânia utilizavam-no em cadáveres,
para preservar o corpo pelo tempo necessário – até que os custos para o funeral
fossem arranjados.
O mel cru (aquele não tratado
termicamente) apresenta componentes com características antibacterianas. Um exemplo
é a enzima glicose oxidase; ela é adicionada ao mel pelas abelhas (como um
conservante). Quando colocada em contato com a água, promove (a partir da
glicose) a liberação lenta de peróxido de hidrogênio (H2O2), que oxida os
componentes externos das bactérias, formando buracos na membrana celular e
causando a morte do micro-organismo.
O mel produzido a partir da Manuka (Leptospermum scoparium), um arbusto da
Nova Zelândia, é conhecido como “mel que cura”. Ele possui uma enzima
chamada metilglioxal – com características antibacterianas e virais únicas.
Ensaios clínicos com a forma do mel não tratado termicamente foram realizados
em hospitais, demonstrando que vírus e bactérias (incluindo as superbactérias resistentes
aos antibióticos produzidos pelo ser humano) não são capazes de sobreviver às
concentrações elevadas desse mel. Ele também foi testado em processos de
cicatrização de feridas de pacientes com o sistema imune comprometido. Os
resultados são iniciais, mas promissores.
E a produção do mel, como acontece?
As abelhas apresentam dois estômagos, um responsável pela digestão e outro pela
retenção do néctar (saco de mel). Entre eles há uma válvula que não permite a
mistura do conteúdo dos dois estômagos. Para encherem o estômago com néctar, as
abelhas forrageiras visitam até 1.500 flores, e, no retorno para a colmeia,
adicionam enzimas a ele (iniciando o processo de conversão em mel). O néctar
tem elevada concentração de água (80%); ele passa por um processo de
desidratação, decaindo a uma média de 18% de água em seu conteúdo para a
produção do mel.
Para que o néctar perca uma
porcentagem tão elevada de água algo precisa ser feito. Ao ser depositado nas
células (favos), ele fica exposto para alcançar taxas de evaporação mais
rápidas. De noite, as coletoras auxiliam nesse processo, batendo as asas
vigorosamente na entrada da colmeia e acelerando o processo de evaporação.
Parte delas permanece de um lado, aspirando ar, e a outra metade soprando o ar
carregado de vapor d’água. Depois de prontas, as células de mel são vedadas com
uma tampa de cera. É no inverno que ele será utilizado como fonte de energia para
a sobrevivência das abelhas.
Os favos onde o mel é armazenado na
colmeia são compostos de cera. Eles possuem o formato hexagonal – design especial que possibilita o
acúmulo máximo de mel, com o uso mínimo de cera em sua produção. A resistência
dos favos é tanta, que eles já foram recuperados intactos da tumba de faraós e
resgatados do fundo do mar sem danos.
Em uma colmeia típica, a quantidade
necessária de mel para a manutenção da população no inverno é em média de 27
quilos. A distância média percorrida pelas abelhas, para essa produção, é de cinco
milhões de quilômetros de voo.
As abelhas apresentam um
biotermostato interno, sendo capazes de identificar quando a colmeia está sob
ameaça térmica. Para que a rainha bote ovos, a temperatura da colmeia precisa
estar próxima a 34 ºC. Temperaturas muito elevadas levam ao derretimento do
favo de mel; muito frias provocam a morte da ninhada.
Quando as temperaturas estão baixas,
as abelhas amontoam-se para aquecer a colmeia com seus corpos; quando ela está
elevada demais, um alerta é acionado e transmitido para a colônia. Assim, as
forrageiras largam seus trabalhos, enchem a boca de água advinda das fontes
mais próximas e retornam, espalhando-a nos locais apropriados. O restante delas
ventila a colmeia abanando as asas, acelerando, assim, a evaporação da água que
ajudará no resfriamento do ambiente.
Como todas essas ações inteligentes e
organizadas tiveram início? Qual foi a primeira abelha a iniciar essa
dinâmica? Como foi a incorporação dessas ações no padrão genético e a transmissão
às futuras gerações? Os processos evolutivos aleatórios, destituídos de
propósito (que teriam levado milhões de anos para se desenvolver), seriam capazes
de explicar a origem das abelhas com toda essa bagagem?
Moema
Rúbia Patriota
Referências:
Revista: Creation 21(4):48–50,
September 1999. A sweet revelation, autor: Tom Hennigan. Retirado de: https://creation.com/a-sweet-revelation This
article is from
Revista: Creation 37(1):14–17, January 2015. Honey: A healing gift from the Creator, autor: Patrick Clarke. Retirado de: https://creation.com/gods-healing-gift-of-honey
Revista: Creation 37(1):14–17, January 2015. Honey: A healing gift from the Creator, autor: Patrick Clarke. Retirado de: https://creation.com/gods-healing-gift-of-honey