A revista National Geographic deste mês traz artigo de capa sobre Herodes, o “vilão da Bíblia”. Não há muito de novo. A maior parte do texto trata da já conhecida biografia do monarca da Judéia, por um lado, grande construtor e articulador político; por outro, um assassino sem escrúpulos, capaz de matar a própria esposa, a sogra e três de seus filhos. Depois, o repórter se demora na descrição da cidadela construída por Herodes, chamada de Herodium, 13 quilômetros ao sul de Jerusalém. Fala também da descoberta do túmulo do rei malvado.A novidade sem qualquer tipo de comprovação factual é apontada neste trecho: “[...] É quase certo que Herodes é inocente desse crime [a matança das crianças na intenção de acabar com Jesus], mencionado apenas no relato de Mateus.” Quase certo?! O homem era tão mal que ordenou o massacre de eminentes cidadãos da Judéia por ocasião de sua morte (ordem felizmente não cumprida). Mas, para contrariar a Bíblia, vale até dizer que o rei mal não era tão mal assim...
Mais parece uma matéria encomendada, com um gancho sensacionalista não esclarecido, típica daquelas reportagens feitas para vender criando polêmica ao alfinetar a Palavra de Deus. É a National Geographic entrando no mesmo barco capitalista de contestação barata da Superinteressante e da Galileu, por exemplo.
Nota: Nessa mesma edição da National, há uma matéria intitulada “O homem que não era Darwin”, sobre Alfred Russel Wallace, nome importante para a teoria da evolução, mas ainda pouco conhecido, graças à “darwinlatria”. Mas vou comentar sobre isso outra hora, já que estou de férias...[MB]



















