segunda-feira, agosto 17, 2009

Além da Magia

Quando recebi por e-mail o original do livro Além da Magia: A História do Garoto que Queria Ser Bruxo (CPB), confesso que fui tomado por um misto de estranheza, curiosidade e ceticismo. A estranheza e a curiosidade me foram causadas pelo título. E o ceticismo se originou da constatação de que o livro se tratava de um romance, e eu sei o quanto é difícil trabalhar com esse gênero literário; como é fácil descambar para o texto piegas, com personagens mal estruturados ou até mesmo inverossímeis. Mas, como todo “bom cético” deve fazer, procurei manter a mente aberta e passei a ler o material com atenção. Não deu outra. Fui fisgado! Cada palavra, cada frase e cada parágrafo convidavam à leitura do que vinha adiante. Era literatura mesmo. E das boas!

O livro agrada a todos os públicos e, para provar isso, comecei a lê-lo para minha esposa e minha filha mais velha, na época com cinco anos. Elas também não queriam interromper a leitura. De cético, passei a crente – crente de que a obra do Denis Cruz traria grande benefício aos leitores.

Eu não conhecia o Denis e quem nos colocou em contato foi uma amiga comum, a professora Marlene. Com o tempo, depois de muitos e-mails trocados, fiquei sabendo que o Denis nasceu em setembro de 1977 e conheceu Jesus no Instituto Adventista Paranaense, em 1992, tendo sido batizado em 1993. Formado em Direito, ele é oficial da Secretaria da Promotoria de Justiça do município de Mundo Novo, MS, na divisa com o Paraná e o Paraguai. Casado, pai de dois filhos, anda preocupado em como estará o mundo quando seus pequenos chegarem à tumultuada adolescência...

Denis é um contador de histórias e um criador de personagens nato. “Sempre tive vontade de escrever algo para o público cristão, embora meus ‘traços’, por influência da mídia a que eu tinha acesso, eram mais voltados à fantasia e ao humor.” Graças a Deus, esse talento foi redirecionado! E foi brincando com os filhos que ele percebeu que também era capaz de criar histórias envolventes e personagens interessantes baseados na Bíblia ou com lições extraídas dela.

“Além da Magia surgiu justamente quando eu buscava entender mais a mecânica da escrita para o público juvenil” confidenciou-me. “Por curiosidade, li Harry Potter e cheguei a uma conclusão: ‘É fascinante.’ E esse fascínio me fez tremer.”

Harry Potter e outros livros do gênero são fantasias escritas para crianças e jovens que os lêem como se fossem realidade. Denis pensou novamente em seus filhos e em pais e professores incautos que oferecem qualquer tipo de leitura às suas crianças, contentes por, pelo menos, elas estarem lendo. “A verdade é que a mente juvenil ficará fascinada pelo universo fantasioso apresentado nos livros”, diz Denis. “Então, em oração, pensei num personagem fascinado por esse universo e como ele se encontraria com o caminho correto.”

O resultado dessa oração e desse bom exercício imaginativo está em suas mãos. Um livro cujo objetivo – além do alerta – é falar sobre família, união, fé, perseverança, fidelidade, esperança, preconceitos e coragem para enfrentar o mundo.

(Michelson Borges, prefácio do livro Além da Magia)

Nota: recebi este e-mail do Denis, a propósito da postagem “A numerologia de Harry Potter”:

“Nada no livro de Rowling é por acaso. O 11 é um numero que representa o próprio satanismo (não é à toa que as crianças entram na escola com 11 anos). Aliás, ao serem iniciados, os três personagens principais têm 11 anos, formando, assim, uma ‘tríade numérica satânica’. Outro numero que aparece constantemente no livro é o 666 (de diversas formas). Mas, as duas coisas que acho mais ‘interessante’ na obra:

“1. No primeiro livro, há uma profecia: nas primeiras linhas Rowling fala que Harry Potter será conhecido por todas as crianças do mundo (é incrível a forma como ela descreve, pois parece que conhece o futuro da obra).

“2. No último livro, Potter aceita morrer pelos amigos e, pasme, ressuscita em seguida. Depois disso, esse sacrifício protege toda a escola. Depois disso, ninguém mais é atingido pelo vilão. Semelhante com algo que conhecemos?”