A
medição do neutrino que viajou a uma velocidade maior do que a da luz pode ter
sido provocada por um erro técnico, informa o site da
revista Science. A falha estaria em
uma má conexão entre um GPS e um computador que são usados para calcular a
velocidade com que a partícula percorreu os 730 km que separam a Cern
(Organização Europeia de Pesquisa Nuclear), em Genebra, e o laboratório
subterrâneo de Gran Sasso, na Itália. Em 22 de setembro de 2011, a equipe Ópera
anunciou que alguns neutrinos haviam feito o trajeto em 60 nanossegundos a
menos do que a velocidade da luz. O anúncio da descoberta causou certa agitação
no meio científico porque sugeriu que as ideias de Albert Einstein sobre a
relatividade, e boa parte da física moderna, se baseavam em uma premissa
errônea. Pelo Twitter, a Cern postou que identificou dois possíveis efeitos que
levaram a uma diferença de medição. Um deles poderia superestimar a velocidade
e o outro, subestimar. Por isso, a organização disse que novos experimentos
serão retomados em maio.
Os
cientistas que trabalham no Icarus, outro projeto do Gran Sasso - um
laboratório subterrâneo operado pelo Instituto Nacional de Física Nuclear
italiano em uma cadeia de montanhas próxima da capital da Itália -, argumentaram
em novembro de 2011 que suas mensurações da energia dos neutrinos contradiziam
a leitura dos colegas.