Cada vez mais perigosa |
Por
causa de uma nova bactéria, um alerta nacional foi emitido no ano passado
quando foram registrados casos em Leeds, no condado de Yorkshire, na região
central do país. Um dos principais tratamentos contra a doença mostrou-se
ineficaz contra essa variedade. A agência governamental Public Health England
reconheceu que medidas tomadas para conter a epidemia tiveram “sucesso limitado”.
Até o momento, foram confirmados por meio de testes de laboratório 34 casos de
supergonorreia, mas acredita-se que essa seja apenas a ponta do iceberg, já que
um portador da infecção pode não apresentar sintomas. Médicos temem que em
breve seja impossível tratar a doença, que é transmitida sexualmente e pode
levar à infertilidade. O surto começou em casais heterossexuais, mas agora é
detectado também em homens gays. “Estávamos preocupados que ela poderia se
espalhar entre homens que fazem sexo com outros homens”, diz o consultor médico
especializado em saúde sexual Peter Greenhouse. “O problema é que (eles) tendem
a disseminar infecções mais rapidamente, já que trocam de parceiros com maior
frequência.”
Esse
grupo também tem maior probabilidade de casos de gonorreia na garganta, onde é
maior a chance de o organismo desenvolver resistência a antibióticos já que esses
medicamentos são administrados em menor dosagem para infecções nessa área do
corpo, que também está repleta de outras bactérias que podem ser resistentes a
drogas. A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, transmitida por sexo vaginal, oral e anal
sem proteção e muito adaptável e resistente a antibióticos.
Por
isso, duas drogas - azitromicina e ceftriaxona - são usadas conjuntamente. Mas,
agora, a resistência à azitromicina está se espalhando, e médicos receiam ser
uma questão de tempo até que o mesmo ocorra com a ceftriaxona.
Acredita-se
que, entre os infectados, cerca de um a cada dez homens heterossexuais e mais
de três quartos das mulheres e de homens gays não apresentem sintomas, que
podem incluir uma secreção esverdeada ou amarela nos órgãos sexuais, dor ao urinar
e sangramento. Se não for tratada, a infecção pode levar à infertilidade e à
inflamação pélvica crônica, e ser transmitida para um bebê durante a gravidez.
Médicos
britânicos de renome alertam que há um risco real de a gonorreia se tornar
incurável. “Não podemos nos dar ao luxo de ser complacentes”, diz Gwenda
Hughes, chefe para infecções sexualmente transmissíveis da Public Health
England. “Se surgirem variedades de gonorreia resistentes tanto à azitromicina
quanto à ceftriaxona, as opções de tratamento serão limitadas, já que não
existe nenhum antibiótico disponível para tratar esse tipo de infecção.”
Ele
pede que a população pratique sexo seguro para minimizar o risco de contágio. Também
há uma campanha em curso para incentivar pessoas infectadas que alertem seus
parceiros sexuais - após testes indicarem que 94% de parceiros estavam
infectados. No entanto, a agência diz que os resultados dessa campanha foram “limitados”.
A Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV disse ser necessária uma reação
rápida à infecção.
Sua
presidente, Elizabeth Carlin, afirmou que a “disseminação da gonorreia
altamente resistente à azitromicina é motivo de enorme preocupação e que é
essencial tomar toda medida possível para impedir que se espalhe ainda mais”. “Falhar
ao responder de forma adequada a isso ameaça nossa habilidade de tratar a
gonorreia de forma eficaz e leva a uma deterioração da saúde de indivíduos e da
sociedade como um todo.”
Porém,
o consultor Peter Greenhouse diz que os serviços públicos de saúde sexual estão
passando por seu “momento de maiores restrições” devido a um corte de recursos
e que o surgimento da superbactéria se dá em meio às “condições de uma
tempestade perfeita”.
Ao
mesmo tempo, o governo britânico anunciou uma nova ferramenta para ajudar que
clínicos gerais reduzam o número de antibióticos prescritos, ao comparar seus
hábitos com os de outros especialistas. “Quero que antibióticos sejam
prescritos somente quando forem necessários”, disse o secretário de Saúde,
Jeremy Hunt.
Nota:
Quando as autoridades e a população vão perceber que sexo seguro só existe um:
no casamento entre um homem e uma mulher saudáveis e fiéis? A luta contra as
DSTs vem sendo perdida dia após dia. Hoje existem 19 DSTs incuráveis e cerca de
um quarto dos adolescentes sexualmente ativos já estão infectados! A única
coisa que os governos e a mídia dizem é “use camisinha”, como se essa fina
camada de látex fosse garantia de proteção contra todas as doenças. Não é.
Pode-se pegar HPV mesmo usando preservativo. Mas ninguém tem coragem de
discursar contra a licenciosidade reinante em nosso mundo, pois não quer
parecer “retrógrado”, “careta”, “fundamentalista” até. Ao contrário disso, as
novelas, as séries, os filmes, as músicas só glamourizam o sexo sem compromisso,
a sexualidade libertina e a infidelidade. E os que embarcam nessa onda acabam
pagando o preço, colhendo na própria carne as consequências de suas escolhas.
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