Neste
encontro de novembro de 2016 da Royal Society, “New Trends in Evolutionary
Biology” [Novas tendências em biologia evolucionária], o renomado teórico
evolucionista austríaco Gerd B. Müller [foto ao lado] fez a primeira
apresentação. Como destacamos antes, foi uma apresentação devastadora para
alguém que quer pensar que, sobre as grandes questões de origens biológicas, a
teoria evolucionária ortodoxa já explicou tudo. Em vez disso, Müller apontou
para as lacunas de “déficits explanatórios” na teoria. Agora a publicação
científica da Royal Society, o Interface
Focus, oferece uma edição especial reunindo artigos baseados nas palestras da
conferência. Vejamos o que o Dr. Müller tem a dizer no artigo intitulado “Why anextended evolutionary synthesis is necessary” [Por que é
necessária uma síntese evolutiva ampliada/estendida]. Um amigo destacou o
seguinte parágrafo:
“Como
pode ser notado dos princípios relacionados, a atual teoria evolucionária é predominantemente orientada para
uma explicação genética de variação, e exceto por algumas modificações
semânticas mínimas, isso não tem mudado ao longo das últimas sete ou oito
décadas. Qualquer que seja o apoio da boca para fora pago para levar em
consideração outros fatores do que aqueles aceitos tradicionalmente,
descobrimos que a teoria, conforme apresentada em artigos existentes,
concentra-se em uma limitada série de explanação evolutiva, excluindo a maioria
daqueles mencionados entre os objetivos explanatórios acima. A teoria cumpre bem seu papel no que
diz respeito às questões em que se concentra, fornecendo predições
testáveis e abundantemente confirmadas na dinâmica da variação genética em
populações evoluindo, na variação gradual e adaptação de características
fenotípicas, e sobre certas características genéticas de especiação. Se a
explanação parasse aqui, não existiria controvérsia. Mas, tem se tornado habitual em biologia evolucionária se tomar a
genética de população como o tipo de explicação privilegiado de todos os
fenômenos evolutivos, negando assim o fato de que, por um lado, nem todas as
suas predições podem ser confirmadas sob todas as circunstâncias e, por outro
lado, um grande número de fenômenos evolucionários permanece excluído. Por
exemplo, a teoria evita largamente a questão de como as organizações complexas
de estrutura organismal, a fisiologia, o desenvolvimento ou comportamento –
cuja variação ela descreve – surgem realmente na evolução, e também não
fornece meios adequados para incluir fatores que não fazem parte da estrutura
da genética populacional tais como as influências de desenvolvimento, sistemas
teóricos, ecológicos ou culturais.”
Uau!
Leia isso de novo. Müller diz que “a atual teoria evolucionária... amplamente
evita a questão de como as organizações complexas de estrutura organismal,
fisiologia, desenvolvimento ou comportamento... surgem de verdade na evolução”.
Mas como a coisa biológica “surge de verdade” é exatamente o que a maioria das
pessoas pensa quando elas pensam da “evolução”.
Diz
o nosso amigo, vide Michael Behe no
seu livro The Edge of Evolution, onde o Dr. Behe pergunta: “A grande questão,
contudo, não é ‘Quem sobreviverá, o mais apto ou o menos apto?’ A grande
questão é ‘Como os organismos se tornam mais aptos?’” Müller concede que o
pensamento evolucionário convencional “amplamente evita” essa “grande questão”.
Embora expressada em termos anódinos, isso é uma acusação gravíssima.
Eis
aqui outras pérolas do artigo:
“Um
número crescente de publicações defende uma profunda revisão ou até
mesmo a substituição da teoria da evolução padrão [2-14], indicando que
isso não pode ser desconsiderado como uma opinião minoritária, mas, antes, é um
amplo sentimento idêntico entre cientistas e filósofos.”
Essa
afirmação poderia ter aparecido em um trabalho de proponente de design inteligente. Mas espere, isso
ainda fica melhor:
“Na
verdade, um número crescente de desafios ao modelo clássico de evolução tem
surgido ao longo dos últimos anos, tais como da biologia de desenvolvimento
evolucionário [16], epigenética [17], fisiologia [18], genômica [19], ecologia
[20], pesquisa de plasticidade [21], genética populacional [22], evolução
regulatória [23], abordagens de redes [14], pesquisa de novidade biológica
[24], biologia comportamental [12], microbiologia [7] e biologia de sistemas
[25], ainda mais apoiado pelos argumentos das ciências culturais [26] e sociais
[27], bem como por tratamentos filosóficos [28–31]. Nenhuma dessas
contenções é acientífica, todas repousam firmemente em princípios
evolucionários e todas são apoiadas por evidência empírica substancial.”
“Desafios
ao modelo clássico” são “amplas” e “nenhuma... é acientífica”. Uau! Arquive
isso para futura referência.
Mais:
“Algumas vezes esses desafios são tratados com hostilidade dogmática,
denunciando qualquer crítica do edifício teórico tradicional como estúpida
[32], mas mais frequentemente os defensores da concepção
tradicional argumentam que ‘tudo vai bem’ com a atual teoria
evolucionária, que eles veem como tendo ‘coevoluído’ junto com os avanços
metodológico e empírico que já recebem o que lhes é devido na atual biologia
evolucionária [33]. Mas o fato repetidamente enfatizado de que os mecanismos
evolucionários inovadores têm sido mencionados em certos artigos mais antigos
ou mais recentes não quer dizer que a estrutura formal da teoria evolutiva
tenha se ajustado a eles.”
Os
darwinistas ortodoxos da escola “Tudo Vai Bem” enfrentam os desafios com
“hostilidade dogmática”? Sim. Nós estávamos cientes.
Aqui
ele destrói a noção, uma verdadeira extrapolação vazia, de que as mudanças
microevolutivas podem explicar as tendências macroevolutivas:
“Uma
versão mais sútil do argumento isso-já-foi-dito-antes usado para desviar
quaisquer desafios à visão recebida é levar a questão para o interminável
debate da micro-versus-macroevolução.
Enquanto que a ‘microevolução’ é considerada como a mudança contínua das
frequências de alelos dentro de uma espécie ou população [109], o conceito mal
definido de macroevolução [36], amalgama a questão de especiação e a origem dos
‘táxons superiores’ com a tão chamada ‘principal mudança fenotípica’ ou novo
tipos construcionais. Geralmente, um reconhecimento superficial do problema da
origem dos caracteres fenotípicos rapidamente se torna uma discussão de
argumentos de genética de população sobre a especiação, muitas vezes ligada ao
conceito difamado de equilíbrio pontuado [9], a fim de finalmente desconsiderar
qualquer necessidade da mudança de teoria. Assim, o problema da complexidade
fenotípica se torna (des)elegantemente ignorado. Inevitavelmente, a conclusão é
alcançada de que os mecanismos microevolucionários são consistentes com os
fenômenos macroevolucionários [36], muito embora isso tenha muito pouco a ver
com a estrutura e predições da Síntese Evolutiva Ampliada/Estendida. A
verdadeira questão é que a evolução genética sozinha tem sido encontrada
insuficiente para uma explicação causal adequada de todas as formas de
complexidade fenotípica, não somente de algo vagamente denominado
‘macroevolução’. Consequentemente, a distinção micro/macro serve somente
para obscurecer as questões importantes que surgem dos atuais desafios à teoria padrão. Isso
não deveria ser usado na discussão da Síntese Evolutiva Ampliada/Estendida, que
raramente faz quaisquer alusões à macroevolução, embora algumas vezes seja
forçada a fazer.”
Isso
é uma concessão maior da parte de uma figura principal no mundo da teoria da
evolução. É um grande olho preto à turma do “Tudo Vai Bem”. Quem irá dizer para
a mídia? Quem irá dizer aos leões de chácara de Darwin? Quem irá dizer aos
estudantes de biologia no ensino médio ou na faculdade, mantidos nas trevas
pela rígida pedagogia darwinista?
A
evolução tem somente “pontos fortes” e nenhum “ponto fraco”, você diz? A teoria
darwinista está tão firmemente estabelecida como “a gravidade, o heliocentrismo e a forma redonda da Terra“?
Realmente? Como alguém pode possivelmente manter esse tanto considerando-se
essa afirmação cristalina, não de nenhum defensor do DI ou cético de Darwin,
não de um tão-chamado “criacionista”, mas de uma figura central em pesquisa evolucionária,
escrevendo em um journal publicado
pela augusta sociedade científica uma vez presidida por Isaac Newton, por ter
gritado tão alto?
Manter
este ponto de que “Tudo Vai Bem” com a evolução indica que você deve estar em
um estado sério de negacionismo.
(Evolution News, via Desafiando a Nomenklarura Científica)