Quase
um século de estudos revelou que as inscrições em uma placa babilônica de
argila de 3.700 anos constituem a mais antiga tábua trigonométrica já
conhecida. Composta de avançadíssimos cálculos possivelmente usados na
construção de templos, palácios e canais, a placa foi cunhada cerca de mil anos
antes que o matemático grego Pitágoras ficasse conhecido pelo teorema
da trigonometria que afirma que o quadrado da hipotenusa é igual à soma do
quadrado dos catetos – a tábua traz não apenas a mesma conta, mas também uma
série de outras fórmulas que os cientistas afirmam ser até mais precisas que as
atuais. Hiparco,
um astrônomo grego que viveu no século 2 a.C., é considerado o pai da
trigonometria (área da matemática que estuda relações entre os comprimentos dos
lados e os ângulos dos triângulos), mas a placa de 13 centímetros de largura
por 9 centímetros de altura, conhecida como Plimpton 322, revela que bem antes
dele os babilônios haviam desenvolvido tabelas trigonométricas muito
sofisticadas.
“A
tábua abre novas possibilidades não apenas para a pesquisa da matemática
moderna, mas também para a educação. Ela traz uma trigonometria mais simples e
precisa que tem claras vantagens sobre a nossa. O mundo da matemática está
começando a perceber o fato de que essa
cultura antiga, mas muito sofisticada, tem muito a nos ensinar”, afirmou o
matemático Norman Wildberger, professor da Universidade de New South Wales,
na Austrália, e autor do estudo publicado no periódico Historia Mathematica.
A
placa foi descoberta no início do século 20 em Senkereh, ao sul do Iraque
atual, pelo arqueólogo americano e negociante de antiguidades Edgar Banks –
figura que inspirou Indiana Jones, famoso personagem do cinema. Ela foi vendida
por Banks ao editor americano George Arthur Plimpton que, em meados da década
de 30, doou o objeto para a Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e, desde
então, ele tem intrigado os pesquisadores.
A
tábua é composta de quatro colunas e quinze linhas de números gravados em
escrita cuneiforme em que os babilônios, em vez de usar o sistema decimal, como
o nosso (de base 10), usaram o sistema sexagesimal (de base 60). Os
pesquisadores já haviam verificado que a tábua trazia o teorema de Pitágoras,
mas ainda não sabiam qual havia sido seu uso. Alguns acreditavam que era um
tipo de gabarito, empregado por professores para o ensino de matemática.
“O
grande mistério, até hoje, era o propósito das inscrições – por que aqueles
escribas executavam a complexa tarefa de gerar e classificar os números na
tábua?”, afirmou Daniel Mansfield, também autor do estudo.
A
análise de Wildberger e Mansfield mostrou que o padrão especial de números
gravado na placa, chamado trios pitagóricos, podia ser usado para as
construções urbanas da época. Os babilônios abordaram a aritmética e a
geometria de maneira tão original que suas fórmulas poderiam até ser usadas,
atualmente, na computação, segundo os pesquisadores.
“Nosso
estudo mostra que a Plimpton 322 descreve os formatos de triângulos retângulos
utilizando um novo tipo de trigonometria baseado em proporções, não em ângulos
e círculos, como fazemos hoje. É um trabalho matemático fascinante, que
demonstra uma inegável genialidade”, afirmou Mansfield.
(Veja.com)
Nota:
Fica cada vez mais evidente que nossos ancestrais eram tremendamente
inteligentes, não apenas pelas capacidades matemáticas e filosóficas, mas também
pelas construções que realizaram e que estão de pé até hoje, depois de
milênios. Recuando mais ainda no tempo, chega-se à época anterior ao dilúvio,
quando o planeta era habitado por seres humanos longevos e de grande estatura.
Recuando mais ainda, chega-se aos nossos primeiros pais, seres humanos
perfeitos. Assim, na visão criacionista que parece concordar com os fatos
históricos (porque o resto que se convencionou chamar “pré-história” é pura
especulação), o ser humano é criado perfeito e “involui” por causa do pecado,
ao contrário do que pensam e ensinam os evolucionistas: que a humanidade teria
tido uma origem animalesca e continuado em um processo de evolução ascendente.
[MB]