quarta-feira, janeiro 13, 2010

Crescem os casos de depressão pós-Avatar

Assistir Avatar tem deixado muita gente feliz. O problema é lidar com a realidade depois. No site Avatar Forum, um dos maiores sobre o filme, é cada vez maior o número de fãs se queixando de Depressão pós-Avatar. Segundo o administrador do fórum, Philippe Baghdassarian, um tópico chamado “Maneiras de lidar com a depressão pelo sonho de Pandora ser intangível” recebeu mais de mil posts, o que o obrigou a abrir um segundo espaço para o mesmo assunto. Usuários obcecados relatam que gastam horas pesquisando sobre o filme e que já o assistiram várias vezes. E lamentam não poder visitar ou morar no planeta Pandora, já que ele parece tão melhor do que a Terra. Além disso, muitos criticam a raça humana.

E alguns posts chegam a ser bastante preocupantes. Baghdassarian cita como exemplo o de um rapaz chamado Mike.

“Desde que fui ver Avatar eu ando deprimido. Ver o maravilhoso mundo de Pandora e todos os Na’vi fez com que eu quisesse ser um deles. Não consigo parar de pensar em tudo que aconteceu no filme e todas as lágrimas que já derramei por isso. Eu até já cogitei suicídio, pensando que se eu fizer isso vou renascer em um mundo similar à Pandora e tudo vai ser igual ao que é em Avatar”, escreveu Mike.

Preocupados com mensagens desse tipo, outros usuários do fórum tem tentado animar os colegas. Como formas de combater a depressão pós-Avatar eles sugerem que eles comprem a trilha sonora e jogos de vídeo game sobre o filme, além de conversar com amigos sobre seus sentimentos.

(Vírgula)

Nota: Se alguém tinha dúvidas quanto ao poder de influência da mídia, aí está mais um (e poderoso) exemplo. As pessoas querem escapar da realidade e fugir para mundos de sonhos, não importando se virtuais ou reais. E não são só os avatarmaníacos. Há pessoas que não passam uma semana (ou até mesmo um dia) sem imergir em algum filme. Há outros(as) que aguardam ansiosos(as) o próximo capítulo da(s) navela(s) preferida(s). Outros ainda deixam tudo de lado para não perder a partida do "time do coração". E o que dizer das horas e horas gastas em jogos de vídeo games ou em trivialidades internéticas? Tentam preencher o vazio da alma com alimento desprovido de nutrientes, refinado nos estúdios daqueles que só pensam no dinheiro que vão arrecadar metendo a mão no bolso dos que são fisgados por suas produções viciantes. Essa depressão é sintomática. Mostra que - como escrevi noutro texto - as pessoas estão com saudades, e nem sabem do quê. Quem vai tirá-las desse torpor? Quem vai mostrar-lhes que há esperança de um mundo melhor e real? A seara é grande e precisa de ceifeiros não entorpecidos.[MB]