“Matrix”
é o título de uma trilogia de ficção científica que estreou em 1999 e fez
grande sucesso. Os personagens vivem sem saber em um mundo virtual controlado
por máquinas (a Matrix). No texto a seguir, o professor universitário Bruno
Ribeiro Nascimento destaca uma crença do ateu Richard Dawkins que chega perto
da fé na Matrix:
“Leia
essa citação de Deus, um Delírio, de Richard Dawkins: ‘Autores de ficção científica, como
Daniel E. Galouye em Counterfeit World
[Mundo Simulado], chegaram até a sugerir (e não consigo pensar em como poderia
descartar a hipótese) que vivemos numa simulação de computador, criada por
alguma civilização muito superior’ (p. 109). Respire fundo e leia novamente: ‘(...não
consigo pensar em como poderia descartar a hipótese) que vivemos numa simulação
de computador, criada por alguma civilização muito superior.’ Leia de novo: ‘(...NÃO
CONSIGO PENSAR EM COMO PODERIA DESCARTAR A HIPÓTESE) QUE VIVEMOS NUMA SIMULAÇÃO
DE COMPUTADOR, criada por alguma civilização muito superior.’
“A
idolatria científica* é tanta que tem gente que acha normal esse tipo de
insanidade numa obra que, em tese, pretende falar sobre a realidade. ‘Ele está
apenas conjecturando’, ‘é apenas uma hipótese’; tem gente que diz coisa mais
insana como: ‘E como você sabe que não está realmente numa simulação de
computador?’
“Pois
é, não estamos! E disso é possível ter certeza. E o homem que duvida dessa
certeza precisa de um psiquiatra urgente. Não apenas é fácil descartar essa
hipótese; chega a ser uma ofensa à racionalidade mantê-la ou dizer que não é
possível descartar tal coisa. Acreditar na plausibilidade de qualquer loucura:
eis o principal efeito colateral do naturalismo.
“Aqui,
sigo Thomas Reid e G. K. Chesterton respectivamente: ‘Se isso for sabedoria,
que eu fique iludido junto com o vulgo’ (Investigações Sobre a Mente Humana Segundo
os Princípios do Senso Comum, p. 77). ‘O primeiro efeito de não acreditar em
Deus é perder seu senso comum’ (O Oráculo
do Cão].”
(*)
Eu só não chamaria isso de idolatria científica, mas a tentativa de substituir
a Ciência por filosofia barata, coisa que muitos fazem também no meio cristão,
na tentativa de defender a verdade. Uns querem defender teísmo/criacionismo e
outros o ateísmo/evolucionismo, mas os resultados tendem a ser perigosos de
ambos os lados quando os fins justificam os meios.