
“Medidas como essas são exemplos recentes de como o mundo têm voltado os olhos para o bem-estar dos animais. Leis que os protegem existem desde a Inglaterra vitoriana quando se proibiu a tosquia de ovelhas arrancando-se o pelo com as mãos. O movimento em defesa dos animais que agora toma corpo, no entanto, têm alcance planetário. Ele é resultado da criação em escala industrial de aves, bovinos e suínos, iniciada a partir de meados do século XX com o advento de novas tecnologias e avanços científicos nos processos de alimentação animal e nas vacinas. O preço do aumento na produtividade das fazendas foi a submissão dos animais a uma série de procedimentos que lhes causam sofrimento. O que as entidades defensoras dos animais alegam – e seus argumentos têm convencido governos e cidadãos – é que boa parte desses maus tratos pode ser evitada. [...]

“No Brasil, a única regulamentação obrigatória que contempla os direitos dos animais – criada em 2000 – diz respeito ao abate de bois, porcos, carneiros e aves. Eles devem ser sedados com métodos como as pistolas pneumáticas ou choques elétricos antes de ser mortos. No momento, o Ministério da Agricultura prepara um pacote de recomendações que visam ao bem-estar dos animais de corte. Esses procedimentos, que amenizam seu sortimento, são necessários justamente para atender às exigências dos países europeus que importam a carne brasileira. [...]”
Nota: Se o aspecto da saúde já não bastasse para se abrir mão da dieta cárnea, o sofrimento a que os animais de abate são submetidos deve ajudar ainda mais nessa tomada de decisão. Nosso estômago e paladar não são tão importantes a ponto de fazermos criaturas indefesas sofrer tanto. Está mais que provado que (inicialmente) a dieta ovo-lacto-vegetariana (usando-se, de preferência, ovos caipiras) é mais barata e saudável, sem contar o fato de que agride menos a natureza, já que com menos terra e água se produzem mais grãos do que gado. Por respeito à nossa saúde e à vida dos animais, deveríamos pensar seriamente nessa questão – e não amenizar o sofrimento dos bichos apenas para garantir que continuemos ganhando dinheiro com a exportação da carne deles.[MB]
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