Essa
investigação gerou muita especulação, mas, por fim, um estudo publicado em 2007
aparentemente teria resolvido a questão. Foi feito por uma
veterinária, Dra. Cynthia Marshall Faux, e um paleontólogo de
vertebrados, Dr. Kevin Padian. De fato, parece uma equipe perfeita para
descobrir o que estaria acontecendo. A veterinária entenderia as várias
características fisiológicas e anatômicas dos vertebrados vivos e como
elas mudariam durante o processo de morte, e o paleontólogo, os detalhes sobre
o processo de fossilização. A conclusão deles foi:[2]
“Não
se trata de contração postmortem, mas
espasmos musculares perimortem
resultantes de várias aflições do sistema nervoso central que causam essas
posturas extremas.”
Assim,
de acordo com Faux e Padian, a postura opistotônica ocorre em ou perto do
momento da morte (perimortem) devido
a problemas relacionados ao sistema nervoso central. Não tem nada a ver
com o que acontece após a morte (postmortem). O
estudo teve ampla divulgação na imprensa e foi considerado por alguns como a
palavra final sobre o assunto.
Isso,
até o ano passado. Em novembro de 2011, Alicia Cutler relatouos resultados de experimentos em que ela usou
galinhas mortas para estudar os efeitos de diversas condições postmortem sobre a postura de restos
esqueléticos. Ela descobriu que, quando galinhas mortas eram colocadas na
areia, realmente nada acontecia com a postura de seus esqueletos. No
entanto, quando galinhas mortas foram imersas em água doce, elas entraram na postura
opistotônica em questão de segundos. Isso indica que a “pose da morte” de
dinossauros fósseis pode ser o resultado de exposição postmortem à água. Eu vi a notícia linkada acima não
muito tempo depois que ela saiu, mas decidi não escrever sobre isso, pois os
resultados foram apresentados em uma reunião. Eu geralmente gosto de ter
um paper para ler antes de
comentar sobre os estudos que foram feitos.
Bem,
tanto quanto eu saiba, Cutler não escreveu um artigo sobre seus resultados, mas
o sedimentologista Dr. Achim Reisdorf e o paleontólogo Dr. Michael Wuttke
escreveram. Eles escreveram um documento circunstanciado sobre todo o trabalho
que tem sido feito em relação a essa questão, bem como sobre suas próprias
experiências e investigações. Eles chegam a uma conclusão muito
semelhante à de Cutler.
Em
seu estudo, eles examinam dois fósseis muito bem preservados que apresentaram a
postura opistotônica e decidem que o que veem não pode ser reconciliado
com as conclusões de Faux e Padian. No entanto, essa análise contém muita
especulação, o que os autores admitem. Para mim, o aspecto mais
convincente de seu estudo é que eles realizaram experiências semelhantes, mas
mais detalhadas, do que aquelas feitas por Cutler, enquanto continuam a dar
crédito a Cutler pelo seu trabalho. Eles confirmam que, quando galinhas
mortas são colocadas na água, elas rapidamente atingem a postura opistotônica,
e eles ainda demonstram os detalhes anatômicos a respeito de por que isso
acontece. Eles também confirmam que esses mesmos detalhes anatômicos são
vistos nos dinossauros que são normalmente encontrados na postura opistotônica.
No
fim, eles concluem:[3]
“Do
que foi apresentado acima, pode-se concluir que a formação da ‘postura
opistotônica’ em carcaças de répteis de pescoço longo e cauda longa depositadas
subaquaticamente é o resultado de um processo post-mortem... essa postura deve ser vista como um fenômeno normal
que ocorre durante a incorporação gradual e subaquática desses tipos de
carcaças.”
Em
outras palavras, agora, o fato de que tantos fósseis de dinossauros articulados
são encontrados na postura opistotônica é provavelmente relacionado
com alterações postmortem
específicas que ocorrem como resultado de terem sido enterrados em sedimentos
aquosos. Claro, isso se encaixa perfeitamente com a ideia de que esses
fósseis de dinossauros são o resultado das ações de um dilúvio universal.
(Dr.
Jay L. Wile [Proslogion], via Ler Para Crer)
Referências:
1.
Wagner A, “Über einige, im lithographischen Schiefer neu aufgefundene
Schildkröten und Saurier,” Gelehrte
Anz königl Bayer Akad Wiss 69:1-69, 1859.
2.
Faux CM, Padian K, “The opisthotonic posture of vertebrate skeletons:
post-mortem contraction or death throes?,” Paleobiolology 33:201–226, 2007.
3.
Achim G. Reisdorf and Michael Wuttke, “Re-evaluating Moodie’s
Opisthotonic-Posture Hypothesis in Fossil Vertebrates Part I: Reptiles – the
taphonomy of the bipedal dinosaurs Compsognathus
longipes and Juravenator starki from the Solnhofen Archipelago
(Jurassic, Germany),” Palaeobiodiversity
and Palaeoenvironments 92:119-168, 2012.