Quando
tinha 15 anos, encontrei o livro Cosmos
em um sebo. O porte dele e a capa preta com uma nebulosa me chamaram a atenção
de imediato. Peguei-o, folheei as páginas ricamente ilustradas com fotos,
desenhos e gráficos. Foi paixão à primeira vista. Naquele mesmo momento tomei a
decisão: iria gastar minhas economias para comprar aquele livro do astrônomo Carl Sagan. Feliz da vida, levei para
casa a obra (usada, mas em ótimo estado de conservação) que teria grande
impacto em minha vida. Devorei o livro em pouco tempo, sonhando com o dia em
que poderíamos viajar pelo Universo e talvez até mesmo encontrar raças alienígenas
em outros sistemas solares ou mesmo em galáxias distantes, as quais poderíamos
alcançar usando “buracos de minhoca”.
Nessa
fase da minha vida, os três autores que mais influenciaram meu gosto por cosmologia,
astronomia e pela ciência de modo gral foram Sagan, Stephen Hawking e Isaac
Asimov. Mas Sagan, com sua obra monumental Cosmos,
teve um impacto especial sobre mim. Além de astrônomo, ele foi um grande
popularizador da ciência, praticamente um jornalista científico. Se eu não
pudesse ser astrônomo, pelo menos a segunda coisa talvez eu pudesse ser...
Sagan escreveu vinte livros de ciência e ficção científica (entre esses, o
ótimo Contato).
Quando
o cientista e escritor faleceu em 1996, vitimado pela leucemia, fiquei
melancólico. Ele, que tanto sonhou com viagens espaciais e com o contato com
seres extraterrestres, acabou seus dias bem aqui, na Terra, sem nunca sair dela.
Respeito a memória dele e sua obra, embora Sagan tenha sido ateu e
evolucionista. E é justamente esse aspecto da vida dele que me deixou triste.
Sagan abriu mão de um conhecimento que poderia tê-lo ajudado a ver que a
esperança dele, se ajustada, não era vã. Um dia faremos contato, sim, com seres
de mundos não caídos e com o próprio Criador. (Descobri isso quando conheci o
criacionismo e passei a estudar a Bíblia profundamente, no começo dos anos
1990.) Um dia poderemos viajar pelos mundos incontáveis, livres das amarras e
das fragilidades da nossa mortalidade. Conheceremos planetas, estrelas,
galáxias! E conheceremos o Criador deles!
O
curta-metragem abaixo, “Star Stuff: The Story of Carl Sagan” (em português,
“Poeira de Estrelas”), é um filme de dez minutos inspirado na vida e no
trabalho do famoso cientista norte-americano. Escrito e dirigido por Ratimir
Rakuljic, o curta exalta a capacidade de maravilhamento que deve existir em
cada ser humano. Destaca a curiosidade e a sede de conhecimento de uma criança,
características que deveriam ser as de toda pessoa criada por Deus para crescer
e sonhar com as alturas do desenvolvimento de seu potencial e com o mundo
maravilhoso porvir.
Michelson Borges