Começarei este texto fazendo uma pergunta fundamental para a sociedade em que vivemos na qual a razão é posta acima de qualquer outro componente. Há evidências científicas sobre a crucificação de Jesus Cristo? Seria possível estudos científicos, 2000 anos depois, precisarem com exatidão a data em que tal evento aconteceu? A resposta é sim. Em 1983, artigo publicado na revista Nature, intitulado "Dating the Crucifixion" (Datando as crucificação, em português), escrito pelos astrônomos Colin Humphreys e Waddington, utilizaram dados históricos e astronômicos para se chegar a uma possível data (Humphreys e Waddington, 1983). O cálculo e outras investigações levaram os pesquisadores a concluírem que a provável data seria no dia 3 de abril do ano 33d.C., dia em que o fenômeno de uma "lua de sangue" devido a um eclipse lunar teria sido visível em Jerusalém.
Mas e quanto a narrativa bíblica de um terremoto? Há evidências de um terremoto em Jerusalém próximo a essa data? Bem, há quem diga que em Jerusalém não há movimentos sísmicos, falhas geológicas que possibilitem episódios de terremotos. Mas a Bíblia, especialmente no Evangelho de Mateus, capítulos 27:54 e 28:2, narra de forma sequencial a ocorrência de terremotos nos eventos da crucificação de Cristo e em Sua ressurreição. Ademais, também narra que, na crucificação de Jesus, próximo da hora “sexta” até a hora “nona”, houve “trevas”: “E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona” (Marcos 15:33).
Evidências históricas confirmam o relato bíblico de um terremoto durante a morte de Cristo. O autor grego Flégon descreveu uma cronologia relacionada a um evento de terremoto que teria ocorrido durante a crucificação de Cristo, no tempo de Tibério César. Paul Maier, a respeito desse período de escuridão, em uma nota de rodapé do seu livro sobre Pôncio Pilatos (1968), diz: “Esse fenômeno, evidentemente, foi visível em Roma, Atenas e outras cidades do mediterrâneo. Segundo Tertuliano, [...] foi um evento ‘cósmico’ ou ‘mundial’. Flégon, um autor grego da Caria, escreveu uma cronologia pouco depois de 137 d.C. em que narra como no quarto ano das Olimpíadas de 202 (ou seja, 33 d.C.) houve um grande ‘eclipse solar’, e que ‘anoiteceu na sexta hora do dia [isto é, ao meio-dia], de tal forma que até as estrelas apareceram no céu. Houve um grande terremoto na Bitínia, e muitas coisas saíram fora de lugar em Nicéia’” (MAIER, Paul, Pontius Pilate, p. 366) (Strobel, 2001, p.86).
Mas e quanto a narrativa bíblica de um terremoto? Há evidências de um terremoto em Jerusalém próximo a essa data? Bem, há quem diga que em Jerusalém não há movimentos sísmicos, falhas geológicas que possibilitem episódios de terremotos. Mas a Bíblia, especialmente no Evangelho de Mateus, capítulos 27:54 e 28:2, narra de forma sequencial a ocorrência de terremotos nos eventos da crucificação de Cristo e em Sua ressurreição. Ademais, também narra que, na crucificação de Jesus, próximo da hora “sexta” até a hora “nona”, houve “trevas”: “E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona” (Marcos 15:33).
Evidências históricas confirmam o relato bíblico de um terremoto durante a morte de Cristo. O autor grego Flégon descreveu uma cronologia relacionada a um evento de terremoto que teria ocorrido durante a crucificação de Cristo, no tempo de Tibério César. Paul Maier, a respeito desse período de escuridão, em uma nota de rodapé do seu livro sobre Pôncio Pilatos (1968), diz: “Esse fenômeno, evidentemente, foi visível em Roma, Atenas e outras cidades do mediterrâneo. Segundo Tertuliano, [...] foi um evento ‘cósmico’ ou ‘mundial’. Flégon, um autor grego da Caria, escreveu uma cronologia pouco depois de 137 d.C. em que narra como no quarto ano das Olimpíadas de 202 (ou seja, 33 d.C.) houve um grande ‘eclipse solar’, e que ‘anoiteceu na sexta hora do dia [isto é, ao meio-dia], de tal forma que até as estrelas apareceram no céu. Houve um grande terremoto na Bitínia, e muitas coisas saíram fora de lugar em Nicéia’” (MAIER, Paul, Pontius Pilate, p. 366) (Strobel, 2001, p.86).
Se
não bastasse, pesquisas científicas também têm corroborado os relatos
históricos de Flégon, citado acima, bem como do historiador samaritano Talo,
que escreveu em 52 d.C. acerca dessa mesma escuridão durante a morte de Cristo
(McDowell, 1992). Ademais, os terremotos da Terra Santa têm sido evidenciados
por escavações arqueológicas. Nenhuma outra região da Terra tem uma
cronologia tão longa e bem documentada de grandes terremotos como a dessa região.
Inclusive geólogos investigaram a cronologia de 4.000 anos das perturbações do
terremoto nas camadas superiores de sedimentos laminados do Mar Morto (Ben-Menahem,
1991; Ken-Tor et al., 2001; Migowski et al., 2004; Agnon, Migowski e Marco,
2006).
Em
1994, a revista Israel Exploration
Journal, editada pelo Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica publicou
um artigo intitulado “Terremotos em Israel e áreas adjacentes: observações
macrossísmicas desde 100 a.C.” Na página 265, eles listam um ligeiro terremoto
em Jerusalém em 30 d.C. e um em 33 d.C., o que afetou a Judeia, Jerusalém,
incluindo danos ao templo (Amiran, Arieh e Turcotte, 1994).
Em
2012, um artigo publicado na revista International
Geology Review apresentou evidências de um terremoto na Palestina por volta
do ano 31 d.C., com precisão de ±5 anos (Williams, Schwab e Brauer, 2012). Levando
em conta que o fim do ministério de Jesus é datado entre os anos 30 e 33 d.C., conforme artigo intitulado publicado na revista Nature (Humphreys e Waddington, 1983), e
que o relato dos Anais do governador Tácito (XV, 44), além dos quatro evangelhos
(Mateus, Marcos, Lucas e João), corroboram que a
crucificação ocorreu em uma sexta-feira,
num período quando Pôncio Pilatos era procurador da Judéia, ou seja,
entre 26 e 36 d.C., temos aí mais evidências científicas para a confiabilidade histórica
das Escrituras.
Mapa
do mar morto e arredores mostrando a localização central em Ein Gedi e a
localização do afloramento em Nahal Ze’elim
Além
disso, existe uma ampla lista bem documentada (aqui
e aqui)
de vários outros terremotos que teriam ocorrido próximos daquela mesma região
em diferentes momentos da história humana. Mas o que nos chama a atenção é
realmente o fato de as descobertas atuais da ciência apontarem para uma
incrível “coincidência” que demonstraria a autenticidade do relato bíblico em
relação aos eventos associados à crucificação de Cristo.
(Everton Alves)
Referências:
Humphreys CJ, Waddington WJ. "Dating the Crucifixion." Nature. 1983; 306:743-746.
Strobel L. Em defesa de Cristo, Vida, 2001.
Strobel L. Em defesa de Cristo, Vida, 2001.
McDowell
J. Evidência que exige um veredito.
Candeia: 1992, p. 81.
Ben-Menahem
A. “Four Thousand Years of Seismicity along the Dead Sea Rift.” Journal of Geophysical Research. 1991;
96(B12):20195-20216.
Ken-Tor
R, et al. “High-resolution Geological
Record of Historic Earthquakes in the Dead Sea Basin.” Journal of Geophysical Research.
2001;106 (B2): 2221-2234;
Migowski
C, et al. 2004. “Recurrence Pattern of Holocene Earthquakes Along the Dead Sea
Transform Revealed by Varve-counting and Radiocarbon Dating of Lacustrine
Sediments”. Earth and Planetary
Sciences Letters. 222(1):301-314.
Agnon
A, Migowski C, Marco S. “Intraclast Breccias in Laminated Sequences Reviewed:
Recorders of Paleo-earthquakes.” In: New
Frontiers in Dead Sea Paleoenvironmental Research. Enzel Y, Agnon A, Stein
M (Eds.). Geological Society of
America Special Paper 2006, v. 401, 195-214.
Amiran
DHK, Arieh E, Turcotte. “Earthquakes in Israel and Adjacent Areas: Macrosismic
Observations since 100 BCE.” Israel
Exploration Journal 1994; 44:260-305.
Williams
JB, Schwab MJ, Brauer A. “An early first-century earthquake in the Dead Sea.” International Geology Review 2012;
54(10):1219-1228.