
Os objetivos são nobres e vale a pena apoiar o projeto. O Tamar surgiu com o propósito de proteger as tartarugas marinhas. "Com o tempo, porém, percebeu-se que os trabalhos não poderiam ficar restritos às tartarugas, pois uma das chaves para o sucesso desta missão seria o apoio ao desenvolvimento das comunidades costeiras, de forma a oferecer alternativas econômicas que amenizassem a questão social, reduzindo assim a pressão humana sobre as tartarugas marinhas", explica o site.
Depois de observar demoradamente os espécimes de tartarugas mantidos na sede do Projeto em Florianópolis (ilha onde é possível encontrar as cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil), minha esposa e eu tivemos uma instrutiva e agradável conversa com a bióloga que estava na recepção. Segundo ela, as tartarugas dispõem de "dispositivos" fisiológicos que as permitem ficar horas submersas sem respirar, podendo mergulhar em apnéia a grandes profundidades. Ela nos disse também que pesquisas recentes têm demonstrado que esses répteis marinhos notáveis são capazes de se orientar pelo campo magnético da Terra. Por isso elas podem viajar milhares de quilômetros e sempre conseguem retornar ao local onde nasceram.
Conversamos sobre outros detalhes (como a capacidade de redução do metabolismo e o coração diferenciado das tartarugas que mergulham em águas profundas) que fazem desses seres marinhos criaturas impressionantes. Ao me despedir da bióloga, disse-lhe: "Essas capacidades incríveis certamente indicam um design inteligente, não?" Ela sorriu para nós e respondeu em tom de cumplicidade, parecendo compreender a "provocação": "Certamente são evidências de design inteligente."