Existe
uma idade certa para falar sobre sexo com os filhos? Um livro paradidático
colocado à disposição de diretores e professores da rede pública e privada de
ensino tem causado polêmica no Distrito Federal. A reclamação parte de pais que
se escandalizaram com o conteúdo da publicação Aparelho Sexual e Cia., da Editora Companhia das Letras. A obra é
alvo de abaixo-assinado, com o objetivo de retirá-la de circulação. Alguns pais
falam que o conteúdo incentiva a homossexualidade e o sexo precoce. Com o
uso de muitos recursos gráficos, o material é de fácil leitura e se assemelha a
um gibi, o que chama a atenção das crianças. Em forma de pergunta e resposta,
trata de temas como namoro, paixão, puberdade, relações sexuais e prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis. O conteúdo, segundo a editora, é
recomendado para crianças a partir dos dez anos.
De
acordo com o texto da autora francesa Héléne Bruller, por volta dos dez anos as
crianças começam a pensar nesse assunto. Entretanto, ela faz uma ressalva,
afirmando que nessa faixa etária o corpo não está pronto. E completa dizendo
que há pessoas que transam pela primeira vez bem cedo, outras mais tarde. E faz
um resumo: “Não há idade certa.”
Os
leitores têm acesso a um passo a passo de como é uma relação sexual. Na
ilustração, há crianças fazendo gestos obscenos, outras em posições sexuais. A
fim de sanar a curiosidade, a autora diz que a sensação é boa e dá dicas, por
exemplo, da duração de um ato sexual.
Baseado
nesses e em outros pontos polêmicos, o servidor público Rodrigo Delmasso, 32
anos, conta que comprou o livro como uma leitura complementar na lista de
material escolar da filha de cinco anos. Porém, tomou um susto ao folhear o
material. “Eu, como pai, não posso admitir que minha filha vá para a escola
aprender algo desse tipo. Ela não tem idade para isso. Considero um absurdo”,
protesta.
Nota:
Curiosamente, livros com conteúdo criacionista, simplesmente por afirmar que o
Criador é responsável pela complexidade da vida e pela existência do Universo,
foram “barrados” pelo MEC. No entanto, livros que estimulam a sexualidade
precoce (mesmo que as autoridades saibam das implicações negativas disso) são
indicados livremente. Lembra-se, também, do tal Kit Gay?
Pois é... Que bom que ainda há pais preocupados com a devida educação sexual de
seus filhos.[MB]