Cristãos têm critérios mais elevados |
Em
março, a atenção do mundo inteiro se voltará para Hollywood. Trata-se da
entrega do Oscar, a maior premiação do cinema mundial. Entre os filmes que
poderão receber a estatueta de ouro, destacam-se “O Lobo de Wall Street”, que
conta a história de um ex-corretor da bolsa de Nova York, e “Capitão Philips”.
O primeiro apresenta cenas de nudez enquanto o segundo se baseia na história de
um capitão que foi sequestrado por piratas somalis. Estes, assim como os outros
filmes indicados ao prêmio, são produções de tirar o fôlego, que prendem a
atenção do telespectador do começo ao fim do filme. Mas não foram pensados para
todos os públicos aos quais se destinam. Nos
Estados Unidos, a classificação indicativa de filmes e seriados de TV é feita
por meio de siglas, e não números, como acontece no Brasil. Dos filmes
indicados ao Oscar, boa parte apresenta a sigla R, cujo conteúdo é restrito a
determinados públicos ou NC-17, para maiores de 17 anos. “Trapaça”, por um exemplo,
um dos favoritos ao título de melhor filme, contém linguagem persuasiva,
conteúdo sexual e pouca violência. Nas telinhas americanas, as siglas podem
variar entre G, para todos os públicos, PG, PG-13, R e NC-17. Quando o filme
vier classificado como PG, parte da produção pode conter material não
apropriado para crianças. PG-13 e NC-17 indicam que o filme não é adequado para
crianças e adolescentes com menos de 13 e 17 anos, respectivamente.
No
Brasil, a classificação indicativa é feita através de números, que indicam a
idade recomendada a cada público. Apesar da iniciativa do Ministério da
Justiça, pais discutem e analisam a eficácia desse tipo de verificação. “Meus
filhos só assistem a filmes infantis. Não os deixamos assistir a filmes adultos
ou coisas que não sejam para o público infantil”, explica o publicitário Rômulo
Correa, que é pai de três meninos. [...]
Na
opinião do motion designer, Levi
Yoshio, o problema maior é em relação ao conteúdo transmitido na TV aberta. “Creio
que a classificação indicativa para filmes é um pouco mais criteriosa. Contudo,
na TV aberta, vemos uma série de conteúdos que não são apropriados a determinados
públicos, e eles são veiculados em horários nobres, que costumam reunir toda a
família”, alerta.
Yoshio,
que já editou filmes e comerciais cristãos em uma produtora evangélica, alerta
que é função dos pais controlar o que os filhos assistem. “Acho que os pais não
deveriam deixar os filhos assistir a algo que não esteja de acordo com a idade deles,
por mais que, na maioria das vezes, a classificação indicada nem sempre seja a
mais correta”, complementa Correa.
Rosangela
Santos, que frequenta a Igreja Batista, busca saber o que o filho, já adulto,
assiste. “Meu filho tem 19 anos e eu acho importante saber o que ele está
assistindo, não apenas em relação a coisas que possam conter sexo, mas também a
produções que falem sobre violência, traições, dentre outros temas que não
edificam a vida pessoal”, diz.
Saiba mais:
Sites
como o Christian Cinema (www.christiancinema.com),
em inglês, e Criacionismo (www.bonsfilmes.criacionismo.com.br)
oferecem boas dicas de filmes ao público cristão. Há ainda produtoras como 4U
Filmes e Belluna que se dedicam a produzir conteúdo evangélico e de boa
qualidade.
(Leonardo Siqueira, jornal Nosso Tempo)
Nota: A verdade é que a classificação
indicativa dos filmes, assim como a crítica em meios de comunicação seculares
não são critério absoluto e definitivo para um cristão. Podem ser um primeiro “filtro”,
afinal, se a crítica secular não vê valor na produção e a classificação indica
a inadequação para certa idade, por que vou gastar meu tempo conferindo ou
submeter meus filhos àquilo? Creio que os poucos filmes que “prestam” por aí
deveriam ser alvo de consideração e análise como as que fazemos quando vamos
comprar um livro, por exemplo. Geralmente nos informamos bem, coletamos
opiniões, pesquisamos antes de comprar um livro. Façamos o mesmo antes de
assistir a um filme. [MB]