A melhor decisão |
Deixar
o cigarro contribui para o bem-estar mental, tendo o mesmo efeito que o uso de
antidepressivos, aponta um estudo publicado no periódico médico British Medical Journal (BMJ), na edição
disponível a partir [do dia 14 de fevereiro]. De acordo com os pesquisadores
britânicos, que revisaram 26 estudos sobre o tema, o efeito de parar de fumar
pode ser “equivalente, ou superior, ao de antidepressivos utilizados no
tratamento da ansiedade, ou de transtornos de humor”. Os fumantes incluídos nos
trabalhos eram “medianamente dependentes”, com idade média de 44 anos, e
fumavam de 10 a 40 cigarros por dia. Do total, 48% eram homens. Eles foram
entrevistados antes de sua tentativa de parar de fumar e, novamente, depois de
conseguirem largar o hábito, em uma janela que variou de seis semanas a seis
meses.
Os
que conseguiram deixar o cigarro estavam menos deprimidos, menos ansiosos,
menos estressados e com uma visão positiva da vida do que os que não
conseguiram abandonar o vício. A melhora foi perceptível nas pessoas afetadas
por transtornos mentais logo que pararam de fumar. Nenhuma avaliação de
acompanhamento do estado mental voltou a ser feita, porém, em especial nos
casos dos ex-fumantes que tiveram recaídas.
A
coordenadora do estudo, Genma Taylor, da Universidade de Birmingham, disse
esperar que os resultados permitam dissipar falsas ideias, como a que atribui
ao cigarro qualidades antiestressantes, ou relaxantes. “Comparando não fumantes
e fumantes, encontramos uma associação entre uma pior saúde mental nos fumantes”,
acrescentou.
Segundo
números divulgados em julho passado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o
cigarro seria responsável pela morte de pelo menos seis milhões a cada ano,
número que pode atingir oito milhões até 2030.