Eles andavam por lá |
Mais
uma matéria tentando desmentir o texto Bíblico! A afirmação de que camelos não
existiam nos tempos patriarcais não é nova. Dizem que a história dos patriarcas
está cheia de camelos, o que é verdade. Mas que a arqueologia teria revelado
que o dromedário não foi domesticado nem usado como animal de carga antes do
fim do segundo milênio a.C., isto é, quase mil anos depois do dito tempo
patriarcal. Sendo assim, a história de José sendo vendido a uma caravana de
ismaelitas montados a camelo (Gn 37:23) não passaria de pura fantasia dos
tempos monárquicos. O curioso é que esse tipo de pesquisa é encabeçada por
professores das Universidade de Tel Aviv e Haifa, mas não é endossada por grande
parte dos arqueólogos de outras universidades, como a Universidade do Cairo,
Universidade Hebraica de Jerusalém e outras. Há menos de um mês, eu
pessoalmente pude fotografar desenhos rupestres no deserto de Wadi Rum, na
Jordânia, que mostram o camelo em situação domesticada servindo de montaria e
animal de companhia de um caçador (fotos abaixo). Esses desenhos são do período
Calcolítico, que é anterior à época dos patriarcas, indicando que esses animais
já eram domesticados quando Abraão andou por aquelas paragens.
E
tem mais: um texto sumeriano do ano 2000 a.C., encontrado em Nippur, e outro
menos preciso encontrado em Alalaque, mencionam não só a existência desse
animal entre as tribos, mas também o uso costumeiro de seu leite. Ora, para se
obter leite de um animal, ele deve ser domesticado! A figura de um camelo
encontra-se desenhada em uma estela da cidade de Umm An Nar, no sudoeste da Arábia,
e é datada com segurança como pertencente ao terceiro milênio antes de Cristo.
Também junto às ruínas descobriram ainda ossos de camelo datados do terceiro
milênio antes de Cristo, o que, segundo a Dra. Ilse Kohler-Rollefson, autoridade
mundial no assunto, seria “uma forte evidência de que o camelo já era um animal
domesticado nos tempos patriarcais”.
Para
quem tiver mais interesse no assunto, aqui vai uma pequena bibliografia que
desmente os dados do jornal: “The Camel in Dynastic Egypt”, G. Caton-Thompson
Man, v. 34, feb., 1934 (feb., 1934), p. 21; “The Camel in Ancient Egypt”, A. S. Saber (1998), Faculty of Veterinary Medicine, Assiut University, Assiut; “Abraham’s Camels Free”, Joseph P. (1944), Journal of Near Eastern Studies, 3:187-193, july; “The Domesticated Camel in the Second Millennium: Evidence from Alalakh and Ugarit”, W. G. Lambert, Bulletin of the American Schools of Oriental Research, nº 160 (dec., 1960), p. 42, 43.
Man, v. 34, feb., 1934 (feb., 1934), p. 21; “The Camel in Ancient Egypt”, A. S. Saber (1998), Faculty of Veterinary Medicine, Assiut University, Assiut; “Abraham’s Camels Free”, Joseph P. (1944), Journal of Near Eastern Studies, 3:187-193, july; “The Domesticated Camel in the Second Millennium: Evidence from Alalakh and Ugarit”, W. G. Lambert, Bulletin of the American Schools of Oriental Research, nº 160 (dec., 1960), p. 42, 43.
(Dr. Rodrigo Silva é
professor de Teologia no Unasp, apresentador do programa Evidências, da TV Novo Tempo, doutor em Teologia e
doutorando em Arqueologia Clássica pela USP)