Trinta
e seis mestres e mestras de saberes tradicionais, entre parteiras indígenas,
mestres do Reinado do Rosário, pais e mães de santo do candomblé, ceramistas
xacriabás e xamãs xavantes, passaram a frequentar a academia graças ao Programa
de Formação Transversal em Saberes Tradicionais, iniciado há cinco anos na
UFMG, durante uma edição do Festival de Inverno. Um balanço da iniciativa foi
apresentado pelo professor César Geraldo Guimarães, do Departamento de
Comunicação Social da UFMG, na mesa-redonda Democratização
da produção do conhecimento: sábios, intelectuais e militantes, na
tarde desta terça-feira, dia 18, no âmbito da SBPC Afro e Indígena. Os
integrantes da mesa discutiram alternativas à segregação e ao sufocamento dos saberes populares e tradicionais no
meio acadêmico.
“Percebemos
essa situação problemática e resolvemos convidar os mestres tradicionais para
serem protagonistas. Parece algo mínimo em relação ao tamanho das engrenagens
das universidades, mas, acompanhando o convívio entre os discentes e os
mestres, percebemos que algo se transforma em quem os escuta, e isso é
essencial para a continuidade dos esforços”, analisou o professor. [...]
(UFMG)
Nota: Não é interessante ver que estão
concedendo espaço em campi seculares para crenças como candomblé, xamanismo e
outras, ao mesmo tempo em que consideram o design
inteligente e o criacionismo “religiões” que não podem ter espaço na academia?
Isso muito embora esses dois modelos conceituais disponham de muito mais
argumentos científicos que os tais “saberes tradicionais”. Isso me faz lembrar
do tempo em que cursei Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina.
Houve ocasiões em que sofri preconceito pelo simples fato de ser adventista e
defender o criacionismo. No entanto, pude ver em carros de professores adesivos
que diziam “Eu creio em duendes” e cartazes espalhados pelo campus, divulgando
eventos relacionados com a nova era e até palestras de gurus orientais. Em mais
de duas décadas, nada mudou nesse aspecto. Pelo visto, os verdadeiros alvos de
segregação e sufocamento são outros... [MB]