[Meus
comentários seguem entre colchetes. – MB] Quando se fala em ateísmo militante,
talvez o primeiro nome que venha à mente seja o de Richard Dawkins, cientista e autor de vários livros sobre a teoria da evolução,
como O Gene Egoísta. Dawkins
costuma ser odiado pela comunidade cristã pelos ataques proferidos contra as
religiões. Mas eis que o próprio cientista reconhece que o ensino da religião é crucial para que
as crianças entendam a história e a cultura. O biólogo evolucionista e ateu
assumido advertiu que era praticamente impossível estudar literatura
inglesa sem conhecer os antecedentes do cristianismo. Falando no Festival de Ciências
de Cheltenham, perguntaram-lhe se os estudos religiosos deveriam ser abolidos
nas escolas, com receios de que as crianças estivessem sofrendo lavagem
cerebral [como se o ensino acrítico da teoria da evolução não fosse lavagem
cerebral]. “Eu não penso que a educação religiosa devesse ser abolida”,
respondeu. E acrescentou: “Eu acho que é uma parte importante da nossa
cultura saber sobre a Bíblia, afinal, muita literatura inglesa tem alusões à
Bíblia, se você procurar no Oxford English Dictionary, você encontrará algo
como o mesmo número de citações da Bíblia e de Shakespeare. É uma parte
importante da nossa história. Tanto da história europeia é dominada por
disputas entre religiões rivais e você não consegue entender a história, a
menos que você conheça a história da religião cristã e as Cruzadas e assim por
diante.”
“Eu
não aboliria a educação religiosa, acho que eu a substituiria pela religião
comparada e a história bíblica e história religiosa. A religião comparada é
muito valiosa, em parte porque a criança descobre que há muitas religiões
diferentes, não apenas a que elas foram criadas. Eles aprendem que são todas
diferentes e que não podem estar todas certas, então talvez nenhuma
delas esteja certa [ou alguma esteja...]. O pensamento crítico é o que
precisamos.” [Sim, pensamento crítico e comparações. O mesmo deveria ser feito
com o evolucionismo, ensinando-se suas insuficiências e contradições. As
crianças deveriam saber, também, que, enquanto a terrível Inquisição católica
torturou e levou à morte milhares de pessoas, regimes comunistas ateus assassinaram milhões, e muitos ditadores comunistas se valeram das ideias de Darwin para
justificar suas atrocidades, mais ou menos como fez Hitler.]
Dawkins,
que estava promovendo seu novo livro Science
in the Soul, também advertiu que o islamismo é a religião “mais malvada” do
mundo e disse que os muçulmanos moderados eram as maiores vítimas da ideologia
fanática. “É tentador dizer que todas as religiões são ruins, e eu digo que
todas as religiões são ruins [dizer o contrário seria não ser
Dawkins], mas é uma tentação pior dizer que todas as religiões são igualmente
ruins porque elas não são”, acrescentou. “Se você olhar para o impacto real que
as diferentes religiões têm no mundo, é bastante evidente que, atualmente, a
religião mais má do mundo tem que ser o Islã. É terrivelmente importante
modificar isso, porque claro que isso não significa que todos os muçulmanos são
maus, muito longe disso. Os muçulmanos individuais sofrem mais do Islã do que
qualquer outra pessoa. Eles sofrem com a homofobia, a misoginia, a falta de
alegria que é pregada pelo islamismo extremo, Isis e o regime iraniano”, disse.
“Então esse é um grande mal do mundo, temos que combatê-lo, mas não fazermos o que
o Trump fez quando disse que todos os muçulmanos devem ser excluídos do
país. Isso é draconiano, isso é iliberal, desumano e perverso. Eu sou contra o
Islã, não menos por causa dos efeitos desagradáveis que tem sobre a vida dos
muçulmanos.” [Dawkins já disse em outra ocasião que o cristianismo seria a solução para
a islamização da Europa, que ele certamente teme muito mais do que a religião
da Bíblia.]
Numa
época em que estado laico passou a ser confundindo com estado antirreligioso,
que o multiculturalismo passou a significar que nenhuma cultura é melhor do que
a outra, que poucos ocidentais demonstram coragem para defender o legado da
civilização mais avançada que temos, é digno de nota e dá alguma esperança ver
que um ateu militante como Dawkins saiu em defesa não só do ensino do
cristianismo para preservar a cultura ocidental, como admitiu a inferioridade
do Islã, que tem feito muito mal a milhões de fiéis mundo afora.
A
Europa não será salva enquanto os próprios europeus cuspirem em suas raízes
cristãs e abraçarem covardemente a islamização do continente. Até um ateu
militante sabe disso!
(Rodrigo Constantino,
Gazeta do Povo)