Quanto
maior a influência do pecado, mais precisamos desconfiar do pensamento
intuitivo. Os racionalistas tendiam a supervalorizar a filosofia humana e
redefinir a ciência como uma empreitada humana, uma construção social. Terreno
fértil para todo tipo de engano. Foi graças a estudos da Bíblia e da natureza
combinadas que os pioneiros da revolução científica concluíram que Deus criou
tudo usando Matemática e que só assim poderíamos nos aprofundar no que Ele
deixou escrito na natureza. A experiência tem mostrado que eles tinham razão,
que é impossível um aprofundamento além de certo ponto sem esses métodos (aprendidos
na própria natureza) e que nos enganamos com muitíssimo mais frequência quando
não os usamos. Por isso definiram ciência como o uso desses métodos.
Infelizmente, as pessoas tendem a misturar até mesmo o uso de bons métodos com
filosofias aleatórias ou, pior ainda, concentrar-se nessas filosofias e deixar
inteiramente de lado a ciência.
Quanto
mais utilizarmos corretamente os métodos de pesquisa para entender a Bíblia e a
natureza, mais seguras serão nossas conclusões sobre ambas. Em particular, em
todos os casos em que isso foi feito (trabalhando na camada do conhecimento, matema), descobertas posteriores apenas
confirmaram ou aprofundaram conclusões anteriores. Já nos demais casos, em que
o foco foi a camada filosófica (trabalhando na camada do entendimento, gnósis, sem suficiente suporte
matemático), novas descobertas frequentemente obrigam a comunidade a jogar fora
ideias velhas e a propor novas, conforme Thomas Kuhn descreveu. E a diferença
de exatidão e detalhamento também é gigantesca quando comparamos métodos
qualitativos com métodos da ciência. Quanto menos quisermos confiar na razão
humana, mais precisaremos nos basear em métodos e fontes seguras. As fontes
mais seguras são a Bíblia e a natureza. Os métodos mais seguros são os da
ciência verdadeira. Mas as pessoas precisam aprender a reconhecer esses
métodos.
Resumindo:
não usar a ciência corresponde a apoiar-se na razão humana (seja para entender a
Bíblia ou para entender a natureza). A ciência serve justamente para não
dependermos disso.
(Eduardo Lütz é físico e engenheiro de software)