A presença de água, seja onde for, aumenta bastante a
probabilidade de que exista, ou tenha existido, alguma forma de vida naquele
lugar. Quando a Nasa anunciou ter descoberto vestígios de água na superfície de
Marte, em 2015, a notícia mexeu com a comunidade científica e atiçou a
imaginação do público. Mas um novo estudo sugere que pode ter sido tudo em vão.
Talvez os rastros da água marciana tenham sido formados por outra coisa: areia.
A alegação é do US Geological
Survey, que analisou imagens captadas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter
(MRO) e concluiu que as linhas deixadas na superfície do planeta, suposta
evidência da presença de água, na verdade podem ter sido formadas pela movimentação de areia.
Os
cientistas analisaram 151 linhas do tipo, em dez pontos do planeta vermelho, e
notaram que todas elas terminam mais ou menos do mesmo jeito e nos mesmos
ângulos, o que é compatível com a movimentação de areia (e acontece com as
dunas em Terra), mas dificilmente ocorreria com água – por causa da maneira
como ela se dispersa.
A
própria Nasa republicou o estudo, descrevendo detalhadamente suas
descobertas, mas não jogou a toalha: segundo a agência, as linhas de Marte
“continuam sendo um mistério”.
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