Incesto e estupro num velório! |
O
mundo fantástico do seriado americano “Game of Thrones”, a trama de maior
sucesso da tevê americana desde “Família Soprano”, impressionou milhões de
espectadores durante o episódio “Breaker of Chains”, exibido em 20 de abril nos
Estados Unidos. Dessa vez, no entanto, não apenas pelos efeitos da computação
gráfica ou pela disputa de poder entre seus personagens medievais. O que causou
polêmica entre as pessoas que acompanham a quarta temporada da série foram as
cenas de brutalidade sexual. Na trama, o personagem Jaime Lannister (Nikolaj
Coster-Waldau) estupra a irmã e amante Cersei (Lena Headey) durante o velório
do filho de ambos, o rei Joffrey. A cena traz à tona pelo menos dois fatos
perturbadores: a violência contra a
mulher e a relação incestuosa que ocorre ao lado de um cadáver. Outro
aspecto que despertou a revolta dos admiradores da série é que a cena de sexo
sem consentimento da jovem não acontece no livro que inspirou os episódios “As
Crônicas de Gelo e Fogo”, do escritor George R.R Martin. Acusado de banalizar a
violência sexual com cenas explícitas, o autor afirmou que estupros fazem parte
de todas as guerras já travadas na história. “Omitir fatos como esses seria
falso e desonesto, além de prejudicar um dos temas do livro: os verdadeiros
horrores da história humana não vieram de orcs ou feiticeiros sombrios, mas de
nós mesmos”, diz Martin.
Cada vez mais presente
na indústria do entretenimento, a violência é um elemento marcante em diversas
produções culturais americanas, como “Breaking Bad”, “Família
Soprano” e “Mad Men”. Martin, porém, afirma que a própria história da
civilização é “escrita com sangue” e, para ele, o mundo ficcional onde a trama
se passa “não é mais sombrio e depravado que o nosso próprio mundo”. O
pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo,
Vitor Blotta, explica que as séries de tevê têm liberdade artística para narrar
passagens históricas de acordo com a preferência do autor. “Elas refletem
problemas sociais e um deles é a banalização da vida”, diz. “Cenas de forte
violência podem causar revolta e rejeição no público ou provocar a reflexão sobre
problemas sociais.” De acordo com o professor de comunicação e semiótica da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Eugênio Trivinho, desde a década
de 1930 a indústria cinematográfica explora o uso de cenas truculentas.
Em
sua defesa, Martin afirma que uma história medieval exige detalhes sensoriais
vívidos. “Algumas passagens são mesmo feitas para serem desconfortáveis,
perturbadoras e difíceis de ler.” [...]
(IstoÉ)
Nota: A banalização da violência é um fenômeno observado na sociedade e refletido/estimulado pela mídia, numa verdadeira retroalimentação. De tanto ver violência no dia a dia e nos programas de TV e filmes (incluindo aí os programas policiais mundo cão e as rinhas humanas do UFC), as pessoas quase não ficam mais chocadas com o que veem. Curiosamente, a maior reclamação dos fãs dos livros de Martin não se deve ao exagero no quesito violência, mas, sim, à falta de fidelidade ao texto original! O amor está mesmo se esfriando em quase todos os corações, como previu Jesus (Mateus 24:12). [MB]
Nota: A banalização da violência é um fenômeno observado na sociedade e refletido/estimulado pela mídia, numa verdadeira retroalimentação. De tanto ver violência no dia a dia e nos programas de TV e filmes (incluindo aí os programas policiais mundo cão e as rinhas humanas do UFC), as pessoas quase não ficam mais chocadas com o que veem. Curiosamente, a maior reclamação dos fãs dos livros de Martin não se deve ao exagero no quesito violência, mas, sim, à falta de fidelidade ao texto original! O amor está mesmo se esfriando em quase todos os corações, como previu Jesus (Mateus 24:12). [MB]