GPS supereficiente |
As
borboletas-monarca norte-americanas usam o Sol e o campo magnético da Terra
como ferramentas de navegação para sua famosa migração de longa distância,
afirmaram cientistas nesta terça-feira (24). Batendo suas delicadas asas
alaranjadas e pretas, o inseto viaja por milhares de quilômetros todos os anos
dos Estados Unidos e do sul do Canadá até as montanhas Michoacán, no centro do
México, onde passam o inverno. As borboletas, cujo nome científico é Danaus plexippus, são conhecidas por
usar um tipo de bússola solar no cérebro. No entanto, curiosamente, elas também
são capazes de migrar quando o céu está nublado, o que sugere uma codependência
em uma bússola magnética. Agora, biólogos de Massachusetts dizem ter encontrado
evidências disso, o que torna a borboleta o primeiro inseto migratório de longa
distância a usar a navegação magnética.
Os
cientistas colocaram as monarcas em um simulador de voo, que cercaram com
diferentes campos magnéticos artificiais para testar o senso de direção dos
insetos. A maioria se orientou na direção do Equador no teste inicial, mas se
voltou para o norte quando o ângulo de inclinação do campo magnético foi
mudado. A bússola funcionou apenas na presença de luz na extremidade superior
do espectro luminoso visível. De acordo com os pesquisadores, as antenas das
borboletas pareciam conter sensores magnéticos sensíveis à luz para fazer todo
o trabalho.
A
pesquisa, publicada na revista Nature
Communications, inclui a monarca a uma lista crescente de aves, répteis,
anfíbios, tartarugas e insetos, inclusive abelhas e cupins, que se acredita que
usem o campo magnético para navegação.
“Nosso
estudo revela outro aspecto fascinante do comportamento migratório da borboleta
monarca”, afirmaram os autores. “O maior conhecimento dos mecanismos
subjacentes à queda da migração pode ajudar em sua preservação, atualmente
ameaçada pelas mudanças climáticas e pela perda contínua das plantas da família
das asclépias e dos hábitats de hibernação”, diz estudo.
Outra
vulnerabilidade a considerar é a potencial interrupção da bússola magnética nas
monarcas pelo ruído eletromagnético induzido pelo homem, o que pode,
aparentemente afetar a orientação geomagnética de uma ave migratória.
Nota:
Aves, répteis, anfíbios, tartarugas e insetos, inclusive abelhas e cupins, dependem
de mecanismos complexos para navegar usando o campo magnético da Terra. Teria esse sistema vital evoluído simultaneamente em seres vivos tão distintos? Já é difícil explicar o "surgimento" disso numa espécie... E se esses seres vivos dependem desses
sistemas para sobreviver (afinal, um erro de cálculo poderia levar as borboletas para regiões inóspitas ou fazer com que elas se perdessem e esgotassem suas reservas de energia), como "se viravam" até que o mecanismo evoluísse? Dá-lhe sistemas de complexidade irredutível que tinham que funcionar bem desde que foram criados! [MB]