Convite à bagunça sem protesto |
Recebi
este e-mail do amigo e colega jornalista Márcio Smolen (que também é especialista
em comunicação virtual), e, com a autorização dele, resolvi partilhar com você,
aqui no blog:
“Olá,
amigo Michelson, tudo bem? Sou um crítico das peças publicitárias exibidas na
televisão, principalmente as de canal aberto, cuja intenção é atingir a grande
massa, ou, como diz um amigo meu, ‘comercial pra arrebatar o gado’. Bem, um
tempo atrás, fiquei chocado com o comercial da GM, do Astra GT. Este aí:
“Aos
0:12 segundos, é possível ver nitidamente duas mulheres no elevador ‘se
amassando’, e a música ao fundo diz: ‘Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada
sobre tudo’, de Raul Seixas. Ao falar disso para algumas pessoas, elas disseram
ter visto o comercial, mas não notaram as mulheres, nem mesmo associaram a
música de fundo à mensagem que eu ‘imaginei’.
“Bom,
anos se passaram e novamente em um comercial de carro, agora comemorando a Copa
do Mundo, a Fiat vem com sua peça publicitária acompanhada de uma música bem
marcante (aquelas que não saem da cabeça): ‘Vem pra festa, vem... A nossa festa
é na rua...’ E o problema está novamente no segundo 0:12 da música, quando, no
retrovisor do carro, é possível ver um casal encostado no veículo para um ‘amasso’.
Quando a imagem muda, e em apenas um segundo, percebe-se que são duas mulheres
se acariciando. Veja:
“O
vídeo foi postado no dia 22/5 e já tinha mais de seis milhões de acessos no dia
1º/6, e o comercial aparece nas principais emissoras de televisão em canal
aberto do País, em horário nobre.
“Por
que estou compartilhando isso com você? Bem, ao ler seu livro Nos Bastidores da Mídia, comecei a ter atenção redobrada aos comerciais, à linguagem
usada, ao público desejado por esse ou aquele comercial ou mídia, e a cada dia
que passa, vejo o quanto as pessoas cada vez mais aceitam numa boa as coisas
entregues a elas. Não questionam, não se
perguntam ‘O que esse comercial quer me dizer? Por que estão falando dessa
forma? A quem querem alcançar?’ E isso não é somente nas mídias comerciais. Me
decepciono toda a vez que vejo comerciais do governo, principalmente as campanhas de carnaval contra a aids (ou a favor do
sexo livre), que a cada ano são mais ridículas e absurdas.
“Somos
vítimas dessa nossa própria falta de ‘porquês’. As pessoas aceitam tudo, sem
questionamento. Mas o inimigo vai além, e quando você fala de Deus, da Bíblia,
da criação e não da evolução, aí, sim, as pessoas questionam, criticam e não
aceitam tão facilmente quanto aceitariam um comercial de televisão que apresenta
princípios dos quais as próprias pessoas discordam, mas acabam aceitando, pois
estão ‘na moda’.
“Irrita-me
um pouco ver que, às vezes, o próprio povo de Deus é enganado; que para para
assistir novelas em casa; que deixa de lado a Bíblia, o culto familiar, a fim
de cultuar a televisão e seus programas e comerciais de baixo nível
intelectual.
“Não
sei se Mateus 24:24 se aplica e pode ser usado nesses termos de que ‘enganariam
até os escolhidos’, mas muitos de nossos irmãos são capazes de cair nas
armadilhas do inimigo porque não enxergam da maneira que falo aqui, e, por
isso, vejo em seus textos e no seu blog uma grande ferramenta (na verdade, uma
lente de aumento) para entendermos a realidade do mundo hoje, e que Jesus está
mais perto de voltar do que pensamos.
“Louvo
a Deus pelo seu blog, e espero sempre nele usar os ‘óculos’ que o Senhor
entrega a você para compartilhar conosco. Grande abraço a você e sua família.”
[Agradeço
ao Márcio as palavras bondosas com que concluiu seu e-mail. E peço a Deus que
me ajude a prosseguir nesse trabalho voluntário aqui no blog. Quero acrescentar
apenas um detalhe sobre o comercial da Fiat. O mote anterior da campanha era
“vem pra rua”, mas isso soou estranho na época, pois milhões de pessoas de fato
foram às ruas, não para dirigir, mas para protestar. Agora a Fiat redirecionou
sua campanha, convidando o povo a ir às ruas para festejar – como o brasileiro sempre fez –, não para protestar.
Estariam de mãos dadas com o governo, para quem não interessam os protestos? –
MB]