Engenharia impressionante |
Cientistas
americanos anunciaram ter descoberto o que acreditam ser o segredo de como as cobras
deslizam pelo chão. Segundo a equipe de pesquisadores da Universidade de
Oregon, a evolução deu [sic] aos répteis uma concentração de “moléculas
gordurosas” nas escamas da barriga, que seriam mais oleosas do que as
localizadas nas costas. As razões para o fenômeno ainda não são conhecidas, mas
a revelação da estrutura molecular da superfície das escamas oferece uma nova
explicação para como as cobras reduzem o atrito na parte inferior de seus
corpos. Joe Baio, engenheiro químico que coordenou o estudo das cobras, afirmou
que a lubrificação ajuda as cobras de duas maneiras: facilita os movimentos e
também reduz os danos à pele. “O coeficiente de atrito para as barrigas de
cobras é muito menor que o das costas, então alguma coisa está reduzindo a
fricção. O problema é que, debaixo do microscópio, o formato das escamas parece
idêntico”, explicou Baio à BBC, em San José, na Califórnia (EUA), durante uma
conferência sobre tecnologia de materiais.
Foi
justamente em uma das edições do evento que ele conheceu seu “parceiro no crime”:
o zoologista Stanislav Gorb. Uma conversa inocente sobre cobras fez com que a
dupla se debruçasse sobre a resolução do mistério.
De
seu laboratório em Kiel, na Alemanha, Gorb enviou carregamentos de escamas para
Baio. Usando instrumentos de alta precisão, o americano conseguiu enxergar
diferenças no nível nanoscópico nas amostras. E descobriu o que chamou de
imensas diferenças entre as escamas da barriga e das costas das cobras. Ambas
estão revestidas por uma película de gordura em sua superfície, mas nas escamas
ventrais as moléculas lipídicas estavam distribuídas de maneira bem mais ordenada. “Trata-se
de algo extremamente organizado, e não de algum tipo de gordura que tenha
aparecido lá por acaso. Está lá por um motivo”, afirma Baio.
Os
estudos começaram com a cobra-rei californiana, mas resultados similares foram
encontrados em outras espécies. Agora, o passo é testar a hipótese. “Nosso
argumento é que a química na superfície é a única diferença que conseguimos
encontrar.”
Continua sendo um
mistério a origem da camada lubrificante. Ela não parece
gastar, então os cientistas acreditam que a gordura possa ser secretada de
poros na pele das cobras ou mesmo “fixada”. “Outra possibilidade é que algum
tipo de ligação eletromagnética posicione as moléculas. Ainda não descobrimos a
origem”, diz Baio.
Para
Baio, seus estudos podem ter aplicação prática no campo da engenharia, mais
especificamente na produção de novas tintas ou vernizes que protejam
superfícies. “Você pode produzir superfícies escorregadias imitando o que acontece
nas escamas das cobras.”
Nota:
Novamente cientistas utilizam tempo, dinheiro e muita inteligência com o
objetivo de copiar algo que surgiu por acaso, sem a necessidade de um design inteligente! Mas, desta vez, há
uma singela admissão: “Trata-se de algo extremamente
organizado, e não de algum tipo de gordura que tenha aparecido lá por
acaso. Está lá por um motivo.” Sim,
está lá por um motivo: “Então o Senhor Deus
declarou à serpente: ‘Já que você fez isso, maldita é você entre todos os
rebanhos domésticos e entre todos os animais selvagens! Sobre o seu ventre você
rastejará, e pó comerá todos os dias da sua vida’” (Gênesis 3:14).
[MB]