Thor é igual a Deus? |
Você não precisa ler centenas de livros para discutir sua fé com
um ateu. Algumas vezes, afirmações e questões que são apenas chavões curtos
podem ser respondidas também de forma curta, com a mesma rapidez. Na “Conferência
dos Evangelistas” (2014), em Londres, o Professor John Lennox ofereceu algumas
respostas rápidas a algumas declarações comuns de ateus [aqui acrescentadas de
alguns links para
postagens correlatas do blog Ler Para Crer].
1) Você não
acredita em Zeus, Thor e todos os outros deuses. Eu apenas vou um passo/deus a
mais do que você e rejeito o Deus cristão.
O problema com essa ideia é que “deuses” como Zeus e Thor não
são comparáveis com o entendimento bíblico de Deus. “Há uma grande distinção
entre todos os deuses antigos do oriente próximo e o Deus da Bíblia”, diz o
professor Lennox. “Aqueles são produtos da massa e da energia primordial do Universo.
O Deus da Bíblia criou os céus e a terra.” [A Bíblia entre os mitos: que diferença!]
2) A ciência
já explicou tudo, e ela não inclui Deus.
A ciência não pode responder certos tipos de questões, tais como
“o que é ético?” e “o que é belo?” Mesmo quando se trata de questões sobre o
mundo natural, que a ciência explora e às quais, por vezes, pode responder,
existem diferentes tipos de explicações para coisas diferentes. “Deus não
compete com a ciência como uma explicação do Universo mais do que Henry Ford
compete com a lei de combustão interna como uma explicação do automóvel”, diz o
professor.
3) A ciência
se opõe a Deus.
Há certas concepções de “deus” que podem ser opostas à ciência,
mas não a do Deus cristão. Pode haver certos tipos de “deuses” que são
inventados para explicar coisas que não entendemos, mas eles não são cristãos. “Se
nos é oferecida uma escolha entre ciência e ‘deus’... não se trata de um conceito
bíblico de Deus”, diz o professor Lennox. “O Deus bíblico não é um deus das
lacunas, mas um Deus de todo o conjunto. Os fragmentos que entendemos [pela
ciência] e aqueles que não entendemos. Entre muitos pensadores proeminentes, a
ideia deles sobre Deus é completamente pagã. Se você definir Deus como sendo um
‘deus’ das lacunas, então você tem mesmo que oferecer uma escolha entre ciência
e ‘deus’.” [Cristianismo, ciência e o obscurantismo do século XXI]
4) Você não
pode provar que há um Deus.
Esse tipo de declaração ignora que existem diferentes tipos de
“prova”. “Você pode provar que existe um Deus?”, pergunta Lennox. “Em sentido
matemático, não. Mas provar qualquer coisa [não apenas a existência de Deus] é
muito difícil. A palavra ‘prova’ tem dois significados. Há o significado
rigoroso em matemática, que é muito difícil de fazer e raro. Mas depois há o
outro sentido – que é ‘provar’ além da dúvida razoável. Esse é o tipo de
‘prova’ que podemos apresentar: argumentos para levar alguém para além da
dúvida razoável. Por exemplo, os argumentos racionais, como os dos filósofos
Alvin Plantinga e William Lane Craig [Ex.: O argumento moral e o ajuste fino do Universo], a
experiência pessoal dos cristãos e o testemunho dos relatos dos evangelhos na
Bíblia.” [Cinco razões por que os historiadores levam os Evangelhos a sério]
5) Fé é
acreditar sem nenhuma prova.
A fé cristã nunca foi sobre não ter nenhuma prova: os evangelhos
foram escritos para fornecer provas, como o início do evangelho de Lucas:
“Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre
nós, conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram
testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo
cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado…” (Lucas 1:1-3). O fim do evangelho de João diz: “Estas coisas
foram escritas para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em Seu nome” (João 20:31). Mas acreditar sem provas é
uma noção comum de “fé” hoje em dia. “Essa definição está no dicionário e é
acreditada por muitos”, diz Lennox. “Então, quando falamos sobre a fé em
Cristo, eles acham que isso é porque não há nenhuma prova. [O fato, porém, é
que o evangelho de João mostra que] o cristianismo é uma fé baseada em provas.”
[Jesus é evidência de que Deus existe]
6) A fé é uma
ilusão. Eu não acreditaria em Deus mais do que no coelhinho da Páscoa, no Papai
Noel ou no Monstro de Espaguete Voador.
Essas ideias se tornaram populares por meio de pessoas como o
professor Richard Dawkins. A única coisa a que se prestam é à zombaria [e, como se sabe, zombaria não é argumento]. “Declarações
de cientistas nem sempre são declarações da ciência”, afirma o professor
Lennox. “Stephen Hawking diz: ‘A religião é um conto de fadas para pessoas com
medo do escuro.’ Eu digo: ‘O ateísmo é um conto de fadas para pessoas com medo
da luz.’ Nenhuma dessas afirmações prova nada. Elas são todas reversíveis. O
que está por trás de todas essas afirmações é a ideia freudiana do wish fulfilment [a de que acreditamos
naquilo que esperamos ser verdade]. Do lado ateísta, vai funcionar muito bem
desde que provado que não há nenhum deus. Mas se há um Deus [e sabemos que Ele existe e é a Causa primeira], então o
ateísmo é que é wish fulfilment.”
7) O
cristianismo afirma ser verdade, mas há grande quantidade de
denominações, e todas elas discordam umas das outras. Por isso, o
cristianismo deve ser falso.
Por que a existência de denominações implica que o cristianismo
seja falso? Isso poderia implicar que os cristãos têm personalidades e culturas
muito diferentes – ou mesmo que os cristãos não são bons em relacionar-se uns
com os outros – mas não que o cristianismo não é verdadeiro. “Há diferentes
tipos de equipes no futebol, mas todos elas jogam futebol”, afirma o professor
Lennox.
8) A Bíblia é
imoral.
Se você quer questionar a moralidade da Bíblia, que base essa
sua moralidade possui? Pode haver uma séria contradição no bojo das críticas ateístas.
Dawkins escreveu: “Num universo de elétrons e genes egoístas, de forças físicas
cegas e de replicação genética, algumas pessoas vão se machucar, outras pessoas
vão ter sorte, e você não vai encontrar nenhuma rima nem razão para isso, nem
qualquer tipo de justiça. O universo que observamos tem precisamente as
propriedades que são de se esperar que ele tenha, dando-se a premissa de que
não existe nenhum desígnio, nenhum propósito, nenhum mal, nenhum bem, nada além
de impiedosa indiferença.” Se isso é verdade, então por que ele questiona a
moralidade de qualquer coisa? “Dawkins diz que a fé é má”, diz Lennox. “Mas, ao
mesmo tempo, ele elimina as categorias do bem e do mal. Isso não faz sentido.”
[Sete erros fatais do relativismo moral]
9) Com certeza você não toma a Bíblia literalmente?
Alguns ateus (e alguns cristãos) têm uma ideia muito preto e
branco de como interpretar a Bíblia. Você tem que tomá-la “literalmente” ou
lançá-la longe, eles pensam. Isso é ignorar a realidade da linguagem e como ela
reflete a verdade. “Jesus disse: ‘Eu sou a porta’”, diz o professor Lennox.
“Jesus é uma porta como uma porta ali? Não. Ele não é um porta literal, mas é
uma verdadeira porta para uma verdadeira experiência com Deus. A metáfora
representa a realidade. A palavra ‘literal’ é inútil.”
10) Qual é a
evidência para Deus?
Você pode debater a existência de Deus ad infinitum. Pode ser muito interessante, especialmente quando você entra em detalhes e explora o assunto em profundidade. Mas, para um ateu, ele pode estar perdendo o ponto essencial ou evitando a verdadeira questão [Ou certas reflexões: Mesmo que eu fosse um ateu, eu seria um cristão]. O professor Lennox aconselha a fazer a pergunta mais importante: “Suponha que eu pudesse dar evidência de Deus. Você estaria preparado, agora, para se arrepender e confiar em Cristo?” Claro que existem respostas mais profundas para todos esses clichês. Você pode encontrar muitas dessas respostas em vídeos de debates, como este entre Lennox e Dawkins (assista aqui) ou nas muitas postagens sobre ateísmo, neste blog.
(Christiantoday, via Ler Para Crer)