Salvador teve até "capsula do sexo" |
A
cada ano que passa, os organizadores do Carnaval brasileiro se superam no
quesito depravação, e nossa dívida com Sodoma e Gomorra só vai aumentando. Terceira
escola a entrar na Sapucaí na madrugada de segunda-feira, a Mocidade
Independente de Padre Miguel apresentou um enredo que parece sintetizar o “sabor
escatológico” da decadente moral humana: “Se o mundo fosse acabar, me diz
o que você faria se só te restasse um dia?” O pessoal de um camarote lá em Salvador não teve dúvidas em responder na prática: sexo, no meio de todo mundo
e a 15 metros de altura. Sim, inventaram lá uma tal capsula “do sexo”, “da
rapidinha privê”, “da paquera”, como ficou conhecida a cápsula montada pela fabricante
de preservativos Durex, dentro da qual casais podiam permanecer 15 minutos,
fazendo o que bem entendessem e observando a festa abaixo.
A
cápsula suspensa pesava cerca de sete toneladas e tinha banheiro,
ar-condicionado, televisão, cama e vista para a cidade. A ideia foi aprovada
pelos foliões, já que dezenas de casais utilizaram o espaço. Em nota, a Durex
informou que todos os casais que entraram na “cápsula do sexo” ganharam um
preservativo, reforçando a velha ideia de que, com camisinha, o sexo seguro
está garantido.
A mesma Mocidade levou destaques que simulavam sexo em plena Sapucaí. Decorado com esculturas de casais em pleno ato sexual, a alegoria representou o motel como uma das opções de lugar para estar, caso chegue o fim do mundo. A coreografia contou até com cenas de sexo homossexual e a três.
A mesma Mocidade levou destaques que simulavam sexo em plena Sapucaí. Decorado com esculturas de casais em pleno ato sexual, a alegoria representou o motel como uma das opções de lugar para estar, caso chegue o fim do mundo. A coreografia contou até com cenas de sexo homossexual e a três.
A
que ponto chegamos? Parece cena de algum culto orgiástico catapultada da
história passada (quem sabe antediluviana) e transportada para o perdido século
21: pessoas se embriagando e dançando suarentas no solo e, acima delas, casais
fazendo sexo dentro de uma cápsula! E basta carregar o preservativo para dentro
e deixar a vergonha do lado de fora. Preservam-se de um bebê inconveniente que
poderia “surgir” desses minutos de prazer inconsequente. Preservam-se de
algumas (mas não todas) doenças sexualmente
transmissíveis, mas não se protegem da decadência emocional e psicológica que
advém do fato de se tratarem como objetos a serem usados e, depois,
descartados. Usam uma fina camada de látex achando que se protegem de muita
coisa, mas o que estão fazendo é conduzir a humanidade para o fundo, para a
decadência completa.
“Se
o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só te restasse um dia?” Para
esses hedonistas adoradores do prazer a qualquer custo (ainda que o da própria
moral), essa pergunta é apenas o refrão de uma música feita para divertir. Mas
não é. Na verdade, é uma pergunta crucial – a mais crucial, talvez. “Se o mundo
fosse acabar...”, não, o mundo vai
acabar. E o que você fará a respeito disso? Se trancará numa capsula de prazeres
ilusórios e momentâneos? (No fim das contas, a vida passa tão rápido quanto 15
minutos.) Usará de paliativos para os problemas que você mesmo está trazendo
sobre si? Preferirá fechar os olhos para os sinais que indicam que este mundo
está com os dias contados? Ou reconhecerá que a vida é muito mais do que festa,
sexo, música e diversão? Se só lhe restasse um dia, você jogaria fora a
eternidade?
Saia da “cápsula” e venha para a vida! Um
mundo maravilhoso, de alegria e prazeres verdadeiros aguarda por você. Ali não
é preciso fazer nada escondido. Não é preciso se proteger do pecado consciente e de seus resultados. E a contagem do tempo não será feita em
minutos, nem dias, meses, anos ou milênios.
Michelson Borges
Nota 1:
Nesses dias de carnaval, fiquei com minha família totalmente alheio à bagunça
que toma conta do país e dos noticiários – essa verdadeira catarse coletiva que
faz muitos se esquecerem até dos desmandos políticos e das mazelas sociais.
Participei de um dos muitos retiros espirituais promovidos pela Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Desta vez, minha esposa, meus filhos e eu ficamos
quatro dias com os irmãos da igreja de Guaranhuns, Vila Velha, ES, acampados
num sítio em Guarapari. Foram dias muito abençoados em que minha esposa e eu tratamos
de temas relacionados com criacionismo, educação de filhos, teologia e apologética.
Eram dois cultos por dia (manhã e noite) com muito louvor e estudo da Palavra
da Deus e das evidências de um design
inteligente na criação (com um laboratório bem perto da gente: a natureza que
nos rodeava). Momentos marcantes, também, foram as ocasiões em que se formavam espontaneamente
grupos de até 20 pessoas para conversar um pouco mais (às vezes por horas) sobre
os temas apresentados. Na última palestra, fiz um apelo e muitos jovens
decidiram entregar a vida ao Criador. Depois dessa convivência fraterna, em
contato com Deus, com os irmãos e com a natureza, duas coisas se tornaram mais
difíceis: voltar para a vida “real” e esperar pela vida eterna.
Com minha amada, na "praia adventista" de Guarapari, nos fundos do Catres |
Grupo musical Louvor e Voz: jovens dedicados e talentosos |
Nota 2:
Na manhã de segunda-feira, aproveitamos para visitar o retiro do Centro
Adventista de Treinamento e Recreação do Espírito Santo (Catres), onde quase mil
adventistas estiveram reunidos nos dias de carnaval. A reportagem veiculada
pela TV Gazeta (Globo) pode ser vista aqui.